Prólogo

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Ele sabia que deveria prestar mais atenção na aula tendo em vista suas baixíssimas notas em história mas a oportunidade de ter alguns minutos de sono durante a aula era tentadora; Druig havia dormido menos de duas horas na noite anterior e agradecia o pai por tê-lo proporcionado uma insônia.

Quer saber? dane-se, pensou ele repousando a cabeça nos braços sobre a carteira e fechando os olhos instantaneamente. 

Se ele tivesse sorte o professor nem o notaria dormindo durante a aula, esse era o ponto positivo de sentar na última fileira da sala de aula, afinal a sala era grande, tinha cerca de trinta e oito alunos e muitos deles excepcionais que o professor se preocuparia em presentear com uma atenção extra, então por quê ele se preocuparia com Druig? Todos, inclusive os professores, sabiam da má fama do garoto de olhos azuis, certamente o professor não daria bola ao que ele fizesse em sua aula desde que não o atrapalhasse.

Druig, o cara da jaqueta de couro e dono de humor taciturno e indiferente, era considerado como o bad boy do colégio — em sua opinião, achava a nomenclatura cômica —, ele não se lembrava com exatidão de quando começaram a chamá-lo assim mas tinha consciência de que faziam-se anos. O garoto de cabelos castanhos admitia que não podia ser a pessoa mais agradável do universo mas nunca dera motivos concretos para que as pessoas o achassem uma má influência ou um cara com uma má reputação.

Ele achava intrigante o fato de que os boatos envolvendo seu nome começaram quando ele começou a se vestir com um estilo all black e sua carranca sempre o acompanhar, admirava-o como as pessoas podiam julgar alguém simplesmente pela forma como se vestia, mas tudo bem, dizia a si mesmo, o que as pessoas pensavam ou falavam a respeito dele não importava. E falando em boatos, existiam diversos desses sobre ele que rondavam os corredores, alguns ele tinha que admitir que eram maldosos mas nem se dava o trabalho de desmenti-los, "custaria muito esforço" ele dizia e também tinha que admitir que muitos dos boatos envolvendo seu nome não tinha embasamento lógico nenhum, como as diversas brigas que aparentemente ele já se metera, as más companhias que ele andava, coisas ilegais que ele fazia e diversas outras coisas que ele sequer tinha o conhecimento.

Mas uma coisa Druig poderia dizer a contragosto: a fama de bad boy podia vir a calhar algumas vezes, ele costumava a dizer que o medo levava ao respeito e ele tinha em mente que alguns alunos o temiam e isso levava o respeito alheio para com ele.

O garoto de jaqueta preta de couro não sabia dizer por quanto tempo ele havia dormido na aula só tomou consciência de que alguém o estava cutucando, de maneira sonolenta ergueu a cabeça para ver quem o importunava.

Droga, onde estava a sorte dele de que o professor não se importaria com ele dormindo?

Ao focalizar a visão na figura alta ao seu lado encontrou seu professor de história com uma expressão de completa incredulidade.

— Teve bons sonhos durante a minha explicação, senhor Druig? — O homem com a aparência de alguém na casa dos quarenta questionou com desdém em alto e bom som fazendo todos da classe se voltarem para os dois para que pudessem prestar atenção no que estava acontecendo e não perdessem nenhum detalhe para comentarem com os amigos depois. 

Druig não teve tempo de respondê-lo porquê o mesmo completava sua sentença com o mesmo tom de desdém:

— Presumo que queira notas boas não é? Levando em consideração sua situação atual — o mais velho fez uma pausa olhando para o relógio prata em seu pulso esquerdo. — Eu o aconselharia a não fazer isso novamente, meu jovem. Que não se repita.

Desviou o olhar de Druig e seguiu para a frente da sala para que pudesse terminar suas anotações na lousa. Druig por sua vez finalmente percebera as dezenas de pares de olhos em sua direção, arqueou a sobrancelha para os curiosos que não demoraram para voltar sua atenção para a lousa.

Not That BadTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang