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Como muitos ficariam preocupados em serem chamados para comparecer à sala do diretor, preocupada não seria a palavra ideal para definir o estado de Sersi, mas sim curiosa — afinal, nunca precisou ser chamada de forma negativa pelo diretor, era uma aluna exemplar.

Ao chegar à recepção, a recepcionista deu-lhe passe livre para o escritório do diretor, dizendo que ele a aguardava, obedecendo a senhora deu três batidas na porta, em seguida ouvindo uma voz abafada permitindo sua entrada.

Entrou e encontrou logo de cara o diretor sentado atrás de sua mesa e ao seu lado, em pé, a professora de artes exibindo um sorriso convidativo.

— O senhor mandou me chamar? — A garota com uma blusa verde vivo questionou.

— Sim, sim — respondeu o homem mais velho respondeu sem hesitar.

— Por favor, sente-se, querida — ofereceu a esposa do diretor, cujo também era professora de artes.

Sersi assentiu e não tardou a sentar-se na cadeira livre de frente para os dois docentes, prestando atenção no que eles lhe diriam.

— Eu fiz algo? — Indagou ela, imaginando que a resposta seria negativa, mas queria agilizar o processo.

— De forma alguma! — Respondeu a mulher esbelta ao lado do homem, com uma animação sem igual.

— Na verdade, senhorita, a chamamos aqui porquê temos uma proposta para você. 

Ao ouvir a sentença do homem, Sersi arqueou uma sobrancelha exibindo sua curiosidade. Seu primeiro pensamento era que a proposta envolvia Druig. Uma vez, fora chamada pela antiga diretora há alguns anos atrás porquê alguns alunos haviam reclamado de que o garoto os assustava, isso a levou a ser chamada na direção para que a diretora propusesse que ela "ajudasse Druig a ser um pouco mais amigável", como ela disse na época.

— Que tipo de proposta? — Sersi perguntou, observando os olhares e sorrisos que o casal à sua frente trocou.

— Sersi, querida — iniciou a professora. — Não preciso dizer que seu senso de organização e sua criatividade são qualidades suas, das quais eu mais admiro, não é? Também, já deve ser de seu conhecimento que o baile de formatura da sua turma será daqui dois meses. Com isso, o que eu quero propor para você é que se junte ao comitê de organização do baile, mas não só como organizadora e sim como líder. Você irá decidir todos os pormenores do evento. 

Ouvindo aquilo, o queixo de Sersi caiu completamente, fazendo sua professora abrir um sorriso esperançoso antes de prosseguir:

— Não diga que eu contei para você, mas até agora o comitê está uma bagunça, com nenhuma ideia pronta. Então, o que você acha de ser nosso milagre e virar a líder do comitê?

A resposta não veio imediatamente, mas não porque Sersi estava cogitando aceitar ou não e sim por achar aquela proposta perfeita. Ela estava digerindo as palavras da professora, maravilhada, deixando a mesma nervosa com sua demora.

— Claro! Aceito, com toda certeza! — Respondeu animada e percebeu que os dois outros soltaram um suspiro em alívio. — Muito obrigada por isso, senhor e senhora Darwinis.

— Ufa, agora temos certeza de que esse baile não será um fracasso. — O sinal da dispensa tocou. — Semana que vem eu lhe darei os horários e locais em que as reuniões do comitê de organização irão ocorrer. Está liberada, senhorita — Encerrou o mais velho.

Sersi levantou-se com um sorriso que não cabia em seu rosto.

— Muito obrigada por ter aceitado, querida.

— Sou eu quem tenho que agradecer por essa oportunidade, professora — respondeu e logo depois despediu-se dos dois.

Queria contar logo para Druig e Dane. Queria também usar essa oportunidade para que Druig lhe dissesse o que estava evitando contá-la, sabia que o amigo não estava bem, sabia também que algo não estava certo porquê sempre que havia algo de errado ele contava à ela.

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