5 - A volta a Realidade

97 7 5
                                    



Amanheceu, podia-se ouvir os pássaros cantando fora da cabana. O céu estava lindo e totalmente aberto. A luz quente do sol fazia os animais da ilha começarem a sair de suas tocas. As horas foram passando cobrindo a área totalmente com uma luz quente.

Sentindo o peso dos braços de um moreno em sua cintura, Astrid foi gradualmente se acostumando com a claridade que tentava entrar pelas pequenas janelas da cabana. Estava com calor, já deveria ser meio da manhã. Rolou de leve na cama para encarar o seu marido. Ele dormia pesado ao seu lado. Olhos fechados, boca levemente aberta e barba por fazer.

Sabia que ele ia acordar com ressaca. Tirou delicadamente o braço de cima dela, isso o fez mudar de posição, mas mesmo assim, não acordou. Ele podia acordar cedo, mas tinha um sono de pedra.

A loira desceu as escadas sendo recebida por uma pequena bolinha de pelos que se balançava inteira. Chegando nos últimos degraus viu que ele tentava se equilibrar sobre as duas patas traseiras, fazendo uma dança da alegria. Rindo, o pegou no colo.

— Bom dia para você também, Thunder! — declarou alegre fazendo carinho entre suas orelhas.

Começou a esquentar o leite e preparar o café da manhã. Sabia que teria que ser reforçado. Por isso, fez ovos, leite morno com mel, uma salada de frutas, presunto e belas fatias de pão de grãos. Colocou em uma tigela o restante do leite e entregou para um desesperado Thunder. Preparou também um chá com umas ervas medicinais que trouxera na bolsa de viagem, sabia que uma certa pessoa ia precisar dele.

Equilibrou tudo em uma bandeja e voltou ao andar de cima. Apoiou em um espaço vazio da cama e foi acordar Soluço.

— Bom dia, dorminhoco. — falou suave fazendo um cafuné nos cabelos castanhos.

— Hum... — Reclamou ele tentando abrir os olhos. — Ai...

— Está com dor de cabeça?

— Uhum... — concordou ainda de olhos fechados com uma expressão dolorida.

— Viu no que dá encher a cara?

— Desculpa. — pediu com a voz rouca. — Que dor de cabeça...

— Fiz um chá para você. Tenta se sentar.

O viu sofrer para abrir os olhos, piscando múltiplas vezes até conseguir se acostumar. Se apoiou lentamente nos travesseiros ficando em uma posição meio deitada, meio sentada.

— Mais sentado, Soluço, senão, vai engasgar com a comida. — ele se acomodou melhor, colocou a bandeja equilibrada em suas pernas e sentou ao seu lado.

— Café da manhã na cama! Gosto disso! — enunciou brincalhão, mas ainda com um leve tom de dor na voz.

— Toma o chá primeiro. O leite com mel também iráq ajudar, mas você terá que beber muito líquido hoje, tem que se hidratar!

— Como que você sabe isso?

— Oras Soluço, já tive os meus dias de ressaca. — Assegurou rindo das lembranças.

— Quando?

— Nas noites das meninas.

— Como é?

— Nas noites que eu, Heather e Cabeça-Quente ficávamos conversando.

— Quando isso?

— No Domínio do Dragão, diversas vezes. Até parece que vocês meninos não faziam isso.

Três DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora