9 - Descobertas

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— NÃO! POR FAVOR, NÃO! EU ESTOU GRÁVIDA! POR FAVOR! — gritou em desespero a loira.

Sentia o coração forte em seu peito, lágrimas grossas escorriam pela lateral do seu rosto. Não sabia explicar, mas agora não pensava mais nela, mas naquele pequeno serzinho que ela acabara de se dar conta que poderia estar carregando.

Ouviu uma gargalhada as suas costas, Einar parecia que não estava acreditando no que acabara de acontecer.

— É claro que ela está mentindo, não aguenta umas chibatadas! Mas se você não quer levar, é simples, princesa. Só precisamos do local que vocês esconderam os dragões!

Ele voltou a levantar o braço para dar o golpe, mas foi interrompido pela mão da líder que cortou o ar. Ela olhava fixamente para Astrid. Via o desespero na cara da loira.

— Russel, vá buscar Lumen.

— Senhora, ela está mentindo! — protestou Einar, frustrado.

Apenas o olhar frio dela fez ele se encolher, o outro que fora buscar o chicote saiu da sala e o silêncio tomou conta. Astrid respirava pesado, não acreditava que eles pararam, para falar a verdade, não fazia sentido, ela não aparentava estar grávida.

Quando leu a data no seu caderno se deu conta que estava atrasada há quase duas semanas. O que significava que poderia sim estar esperando um bebê, mas não tinha total certeza. Porém, só de imaginar que ela e Soluço teriam um filho e, que essa realidade estava mais próxima de acontecer a enchia com uma alegria que nunca imaginou ter.

Russel voltou momentos depois com um senhor, Astrid o achou parecido com uma tartaruga. Ele tinha mais rugas que qualquer pessoa que ela já tenha visto, era calvo, andava apoiado em uma bengala de madeira escura e vestia uma túnica preta, por cima vinha um poncho vinho com arabescos em negro, parecido com a roupa dos outros homens.

Ele, com dificuldade, se posicionou a frente da líder. Ela conversava baixinho, na verdade, falou com um utensílio em formato de concha que ele trazia para colocar no ouvido. O senhor balançava a cabeça em concordância, falou alguma coisa o que Astrid não conseguiu compreender.

— Saiam todos. — Disse a mulher com autoridade. Momentos depois estava só ela, Astrid e Lumen no cômodo.

Lumen se dirigiu para frente da berkiana, a chefe o acompanhou e colocou uma cadeira a suas costas para que ele pudesse se sentar, ela também colocou ao seu lado uma bolsa de couro de dragão com vários objetos dentro.

— Solte-a. — Disse o velho pela primeira vez, sua voz era baixa, mas reconfortante.

A mulher pálida tirou da bainha uma adaga afiada e ornamentada e cortou as cordas que prendiam Astrid. Quando viu suas mãos livres tentou massagear os pulsos com calma, suas mãos ardiam com o contato, quase não conseguia fechar os dedos, sentiu a mão gelada dele segurando a dela para não forçar o movimento.

Ficou parada, viu que o senhor começou a procurar alguma coisa em sua mala, pegou uma espécie de pomada e começou a passar no local irritado pelas palmatórias, ela sentiu um alívio enquanto suas mãos absorviam o remédio que ele passava, deveria ter algum tipo de analgésico.

Depois, ele olhou intensamente para os seus olhos e ela com vergonha os baixou.

— Não. — disse firme. — Preciso avaliar os seus olhos. — colocou a mão sobre o seu queixo e levantou o seu rosto para olhá-la bem.

A profundidade do olhar dele era tão intensa que Astrid ficou sem graça. Ele tinha olhos castanhos, mas que quase não podiam ser vistos devido às rugas. Puxou um pouco da pele para ver embaixo dos seus olhos azuis. Colocou seus dedos frios em seu pescoço, sentindo a batida de seu coração. Mandou ela colocar a língua para fora e assim por diante.

Três DiasTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang