COBAIA: Alec

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Prólogo — Robert Lightwood

COBAIA: ALEC

Essa era a parte mais difícil. Encontrar os garotos. Mas este garoto... ele seria o último. Então seu conjunto estaria completo.

Dr. Robert Lightwood tinha uma pequena rede de cientistas com ideias semelhantes que entendiam que o que ele tentava valia a pena os riscos.

A mulher ao lado dele, Dra. Jocelyn, era nova no processo. Ela era uma residente do segundo ano que trabalhava diretamente para o bom amigo de Robert, David.

— Idade? – Robert perguntou.

A jovem balançou a cabeça, hesitante.

— Pelo que podemos dizer, por volta de seis.

Ele estava acostumado com a incerteza. O que eles estavam fazendo era ilegal. Alguns podiam até dizer que era injusto. Robert via isso como um mal necessário.

— Eu prometo, isso é do interesse do garoto. – garantiu ele. – Ele deve estar perto de pessoas como ele, pessoas que sabem como atender às suas necessidades específicas.

Os dois olharam além do vidro para o garoto que estava sentado à mesa. Ele estava calmo de uma forma que nenhuma criança deveria estar. Ele tinha uma imobilidade que Robert só vira em animais predadores e atiradores militares treinados.

— Ele está medicado?

Mais uma vez, ela balançou a cabeça.

— Não. Quando ele está sozinho, é como se ele simplesmente... desligasse. Entra em sua própria cabeça. É comum em crianças que sofreram o tipo de trauma pelo qual ele passou.

Robert já tinha visto isso antes. Muitas vezes. O prontuário da criança dizia que ela foi encontrada quando a polícia respondeu a uma chamada de um assassinato seguido por suicídio.

Ele tinha sido amarrado ao radiador por um período de tempo tão prolongado que as marcas de corda em seu tornozelo agora eram um anel permanente de cicatrizes.

Ele não era o único filho encontrado em casa, todo sujo, abandonado e em perigo. Mas os outros dois eram jovens o suficiente para que ainda pudessem ter uma chance de uma vida normal.

Mas esse menino? Nessa idade? O distúrbio de apego já havia se instalado. Ele sabia por experiência que era impossível reverter.

Robert estudou a pele anormalmente pálida do menino, olhos azuis penetrantes e cabelo preto como tinta. Se ele fosse encaminhado para adoção, havia uma boa chance de que fosse escolhido quase imediatamente. Ele tinha seis anos, mas poderia facilmente passar por mais jovem.

As famílias sempre queriam os filhos jovens e brancos, especialmente os meninos. Eles não tinham ideia do que estariam levando para casa. Não até que fosse tarde demais.

Ele suspirou.

— Diagnóstico?

A Dra. Jocelyn cruzou os braços sobre o peito.

— Oficialmente? Transtorno desafiador de oposição, transtorno de conduta, transtorno de apego, transtorno de estresse pós-traumático.

— E não oficialmente?

Ela desviou o olhar para ele antes de voltar rapidamente para o menino, como se estivesse com medo de tirar os olhos dele por muito tempo. Provavelmente era um bom instinto de se ter.

Talvez (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora