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YAN

Dois dias depois...

Toco a campainha da casa da Lia e quem atende é a Kascavel.

Depois da nossa conversa na cabana, nós não havíamos nos falado, mandei mensagem, liguei, invadi o quarto dela, mas ela não me respondeu, não me atendeu e nem estava em casa.

Provavelmente ela estava tirando um tempo pra ela e digerindo tudo o que estava acontecendo.

Então achei melhor deixar ela um tempo sozinha, hoje eu trabalhei até às três da tarde e resolvi vir embora, pois eu precisava ver a Lia.

-Fala pedaço de bosta ambulante!- Ela diz e boceja logo em seguida.

-Cadê a Lia, Kanhão?

Ela revira os olhos e diz:
-Está no quarto dela, eu aconselho você a não estressar ela...

-Ela está sem paciência?

-Não, é que ontem ela passou o dia inteiro fazendo terapia e hoje está super zen, então não é aconselhável estressar ela.

-Ela passou o dia fazendo terapia? Como ela não surtou?

-Aí é que tá... Ela surtou!

-Me conta isso direito, Kafona!- digo como se estivesse pronto pra ouvir uma fofoca.

-Foi assim, ela chegou em casa com muita raiva antes de ontem, ela xingou até a décima geração da Katherine! Nisso ela falou comigo e pediu para eu marcar uma consulta com um terapeuta, e eu fiz, né?! Ontem chegamos no consultório umas oito da manhã, ela fez uma sessão de uma hora e meia de terapia, mas quando acabou ela surtou com o terapeuta e ameaçou enfiar uma bala na testa dele caso ele não continuasse a terapia pelo resto do dia e como ele não queria morrer, ele finalizou a terapia nove da noite e viemos embora.

-Eu não sei nem o que falar!- digo sem reação.- Vou falar com ela, tchau Katapora.

-Filho da puta!- Kiara resmunga.

-Amor??- Chamo subindo as escadas indo para o seu quarto.

Assim que eu abro a porta, vejo a Lia sentada em frente a uma tela pintando...

Por um momento eu penso em recuar, sair daquela casa e me esconder em um lugar seguro e só sair quando seja lá o que estiver acontecendo passar!

Mas como um bom companheiro que eu sou, respiro fundo, fecho os olhos fazendo uma oração rápida e caminho com passos lentos, com cautela obviamente porque não sou maluco. Chego ao seu lado e penso se eu beijo ela ou não... Por precaução eu não beijo...

-Meu amor... Você está bem?- Pergunto receoso vendo ela pintar uma rosa vermelha.

-Está tudo ótimo, meu amor!- Ela diz com a voz calma e eu arregalo os olhos temendo.

-Posso te confessar uma coisa?- Pergunto, mas ela não tira os olhos da tela e não para de pintar nem por um segundo.

-Pode, meu bem!- Ela diz parecendo que fumou maconha e tomou chá de camomila ao mesmo tempo.

-Eu estou com MUITO medo... Tem como você parar de agir igual uma psicopata?

-Eu estou apenas pintando, amor!- Diz ela ainda zen.

-Lia você não entende? O nome “Lia” com a frase “pintando um quadro” não combina de nenhuma forma. Eu nem sabia que você pintava, onde você conseguiu essas tintas?

Ela finalmente olha para mim, e eu me preparo caso eu precise correr!

Com um sorriso singelo nos lábios ela volta a pintar.

CULPADA: DEPOIS DA VERDADE Lv2Where stories live. Discover now