Um caos em poucos minutos.

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Não sei quanto tempo a gente ficou cavalgando, pois já estava de noite quando acabei acordando e reparando que estávamos passando por um portão, devo ter dormindo no meio do caminho até agora.
Não consigo reparar muito no local ao redor por já estar escuro, mas dá para perceber que há um jardim por onde estamos passando, com um caminho de pedras ao meio, que levam a uma mansão enorme.

- Olha, você acordou, devia estar bem cansada.

Estava encarando tanto o local que, quando Tamilin falou comigo, levei um susto e ele notou, tanto que riu.
Então o cavalo para, e não sei de onde saíram, mas algumas pessoas vieram ao nosso encontro, só que me encarando como se eu fosse um bicho de sete cabeças.
Consigo ver que são duas pessoas, um alto e magro, e logo atrás um outro baixinho e gordinho. O da frente é o primeiro que abre a boca:

- Senhor, você chegou bem a tempo do jantar, mas não nos informou que ia trazer uma visita!

O de trás concorda com seu amigo e continua a me encarar, mas isso já está começando a me incomodar, então viro para falar com Tamilin, mas antes que eu abra minha boca ele já sai ordenando aos rapazes:

- Sim, é minha convidada, por favor achem minha mãe e a chamem para o escritório, avisem que é um assunto urgente!

O de trás acena e já vai caminhando para dentro da sala, o alto ainda espera nós descermos do cavalo. Tamilin desce primeiro e depois me tira do cavalo, só que me deixando de novo no seu colo, o que surpreende o rapaz que está levando o cavalo, Tamilin repara e o encara o fazendo levar o cavalo o mais rápido possível. O mais estranho é que o cavalo me encara e acena para mim, antes de ir, ai meu pai... devo estar ficando louca, é isso.

- Tamilin acho que não necessita me levar de colo, pois as pessoas estão olhando.

E estão mesmo, cada empregado da casa me encarava como se aquilo fosse a coisa mais esquisita de se ver, ele também olha e responde:

- Não ligue para isso, vou continuar te levando assim pois não sei qual é o seu estado.

E com isso ele vai adentrando ainda mais naquela mansão, e começo a reparar de como é linda, mas não consegui olhar muito pois nós entramos em uma sala enorme, então Tamilin me deixou no sofá, me dizendo:

-Espere aqui vou atrás de algo para você se aquecer, volto em um instante, então não sai daqui Ok?

Eu aceno e ele sai pela porta me deixando sozinha naquele lugar, então começo olhar ao redor, em frente ao sofá tem uma lareira, montada por tijolos dourados e vermelhos com pequenos ladrilhos, formando uma rosa em cima, logo ao lado possui prateleiras cheias de livros até o alto, com uma mesa de madeira na frente, com papéis em cima, o piso é de madeira também, mas num tom claro, as paredes são numa cor de bege com detalhes azuis nas laterais. Fico nesse transe e começo a ponderar o que estou fazendo aqui, isso parece um escritório.
Em meio a pensamentos, reparo que eu acabei de aceitar carona de um estranho, que não é um anjo, só tem a aparência de um, não conheço ninguém aqui, e todos que me olham me encaram como se fosse um bicho de sete cabeças. 
Do nada escuto vozes vindo e abrindo a porta, achei que era Tamilin, mas não, eram dois rapazes, lindos, semelhante a ele, pois seus cabelos são loiros só que mais curtose os olhos verdes, um é um pouco mais alto e possui uma postura firme e me encara com seriedade, já o mais baixo, possui um corpo esculpido, que dá para notar mesmo através de sua vestimenta, só que em vez da seriedade, esse carrega um sorriso, mas não de simpatia.

- Olha isso irmão, parece que Tamilin trouxe mesmo uma garota para cá, e por sua aparência deve ser uma prostituta.

Nesse momento fico séria, incrédula pelo que ouvi da boca do mais alto, então o mais baixo chega perto de mim e fala:

- Você pode até não estar com vestimentas bonitas, mas possui uma beleza incrível, que compensa tudo, dá até para entender porque Tamilin te trouxe. – Ele tenta tocar em meu rosto, mas dou um tapa em sua mão, o que o faz rir- Olha isso Kain, ela tem atitude, será que é assim também na cama? Acho que podemos aproveitar você um pouco antes do nosso irmão.

E com isso ele me agarra fazendo meu corpo ficar perto dele, o que me dá um nojo extremo, enquanto seu irmão se diverte com a situação, o que me deixa revoltada. Dei uma joelhada em seus países baixos, o que o faz cair no chão de joelhos com a mão a onde eu machuquei.
Me afasto o mais rápido possível deles, chegando perto da lareira e esbarrando em um pedaço de ferro do lado, então eu o pego e aponto para eles, os avisando:

- Deem mais um passo sequer para perto de mim, que não darei um chute e sim enfiarei esse ferro no meio de suas bolas.

O mais velho me encara e diz:

- Você tem que ter coragem para machucar os filhos do Grão-Senhor, garota imunda, é melhor você abaixar esse ferro ou farei você se arrepender, isso eu juro.

Ele dá um passo para mais perto de mim e por medo acabo batendo com o ferro no vaso do lado, o quebrando no meio do caminho, ele me encara ainda mais bravo, e nesse momento começo a temer por minha vida, mas não vou deixar tocarem em mim.

- Eu estou avisando, não me importo com quem você é, se der mais um passo eu acabo com a sua raça.

Grito isso, encarando ele e o irmão que está no chão, e naquele momento a porta é aberta com Tamilin e uma senhora ao lado que encara tudo aquilo com cara de espanto:

-O que está havendo aqui??

Ela grita e todos a encaramos, o mais velho vira e fala:

- Mãe essa maluca agrediu Habel, nos ameaçou e ainda destruiu o seu vaso.

Então a mulher me encara e fala:

-Isso é verdade?

Naquele momento eu quero me enfiar num buraco e nunca mais sair, então a respondo com cabeça baixa:

- Sim, mas não assim...

Mas antes que eu termine de responder ela me interrompe:

- E quem você pensa que é para fazer isso em minha casa garota? Está maluca? Tamilin disse que você era uma garota inocente, precisando de ajuda, mas ao me chamar você faz toda essa bagunça.

Ela me fala com certa autoridade, o que faz eu recuar, encaro Tamilin que não entende nada o que está acontecendo, ele vira para falar com a mãe dele, só que eu respondo ao comentário dela:

- É muito fácil tirar conclusões sem saber a verdade, se você quer saber quem eu sou, bom eu não sei, pois não lembro de nada a não de acordar perto de uma cachoeira, receber ajuda do seu filho e depois ser quase abusada por esses dois brutamontes.

Ela me encara em pânico e mesmo assim continuo:

- E verdade eu quebrei seu vaso, chutei às bolas do seu filho, e fiz tudo isso porque eles acharam que eu era uma prostituta, por causa do meu estado e tentaram me abusar, só que eu não tenho sangue de barata, e aviso pela última vez, se algum de vocês tentar algo contra mim, eu acabo com a raça de vocês não me importo de que infernos vocês são!

Eles começam me encarar como se eu tivesse enlouquecido e fosse a primeira vez que uma pessoa os maltratou, e que pela primeira vez em vez de ficar quieto no seu lugar os ameaçou. Agora sei que se eu quiser sobreviver aqui, eu vou ter que mostrar que não sou uma qualquer.

Corte de essência e estrelasWhere stories live. Discover now