Dois meses e meio

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Para muitos, dois meses e meio não deve ser nada, mas essa passagem de tempo, para mim, foi agonizante, tive que aprender a ser uma pessoa nova a cada santo dia, mas claro que, como tudo na vida, tem momentos que são bons e outros que são terríveis.

Meu dia sempre começa por acordar com Ames me contando as fofocas da corte, e pensa numa fofoqueira de plantão... é o que essa garota é. Então vou para a mesa para finalmente tomar café, não me sentir enjoada pela presença daquele verme é sempre minha alegria, pois acreditem, depois da saída de Kain aqui virou um lugar tão pacifico, de tal forma que até o Grão-Senhor se desculpou pelo filho ter me acusado, uma vez que ele odiava mentiras, era uma coisa intolerável para ele. Ah como eu queria rir naquele momento, mas dei uma de dama ofendida, e aceitei suas desculpas.

Depois do café, costumo retornar as minhas aulas, e sempre começo com aquela múmia, é para acabar com a paz de qualquer um, ah, mas um dia eu ainda vou tacar ela de volta para a tumba dela, e garantir que ela não sai nunca mais de lá. Ames acha superdivertido ver eu endoidando ele, teve uma vez que eu jurei que ela ia mijar de tanto rir.

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Eu estava, literalmente, com livros na cabeça, exercício para manter uma postura ereta, e não podia deixar nem um livro cair, nos primeiros dias deixei cair vários, inclusive uma vez caiu no pé daquela múmia e ele ficou saltitando pela sala, gritando sobre como eu era terrível, quanto drama, mas para o meu sucesso, consegui equilibra-los.

- Agora, quando alguém de alta patente como um Grão-Senhor ou sua esposa aparecerem na festa, você irá os reverenciar e dizer algo como: "Que linda festa, e nossa como vocês estão galanteadores" - eu ri e ele me olhou em fúria, eu acenei com tivesse entendido, mas só para irritar eu disse.

- Mas se eles estiverem feios, isso será mentira, e você me ensinou que não devemos mentir para pessoas importantes. - Pensa numa múmia mais branca que a neve, Ames que estava no canto contra parede começou a cair no chão de tanto rir, cobrindo a boca para não sair som.

- Então não diga nada, comprimente eles, e não diga nada. - E lá vou eu responder mais uma vez.

- Você também disse que devemos elogiar as pessoas para mostrar carisma e fazê-los me torna uma dama admirável - olha... eu sou irritante quando eu quero, pois, a múmia só faltou me bater com aqueles livros, ele colocou a mão na cabeça, negando o que escutou.

- Stella, pelo amor da Mãe, você vai entra naquela festa muda, pois você não tem jeito - ele fala alterado e eu estava querendo rir, pois quando isso ocorre ele começa a andar igual uma barata tonta - Eu espero que dê tudo certo, vai dar tudo certo, e você vai conseguir, e para isso eu vou até o templo para fazer uma oração por essa causa.

- Vai entender você, eu faço o que manda e você fica irritado, não é minha culpa que você me confunde, eu sou uma mulher simplesmente querendo virar uma dama - debocho, enquanto falo isso, finjo estar decepcionada com ele. - E além do mais você ensinou que devemos ir ao templo para orar por causas nobres e não mesquinhas.

- Chega! Para mim deu por hoje, você não vai virar uma dama e sim uma atriz, haja quem aguente você - e assim ele pega suas coisas e sai dali furioso até batendo a porta.

- Ei esqueceu-se que não pode bater nos pertence dos outros - falo tão alto que escuto ele gritar em descrença.

- Aí eu não consigo respirar - Ames estava sentada chorando de tanto rir, suas maçãs do rosto estavam vermelhas. - Você é a pior Stella.

- Mas eu não fiz nada - eu digo na inocência e quando ela me olha nós duas caímos na risada.

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Corte de essência e estrelasWhere stories live. Discover now