017

48 6 0
                                    

╭──────────
╰ Chapter Seventeen

⟨ 𝐘𝐞 𝐉𝐢𝐧-𝐘𝐮𝐧 𝐏.𝐎.𝐕 ⟩----------

in a dawn

     Não deveria ter dado meu número para aquele caloteiro. Não deveria confiar em pessoas como ele. Em quase todas as vezes em que nos encontramos, ele precisa de ajuda ou já se encontra em um estado deplorável. Coisas que eu não entendia começaram a explorar meus pensamentos.
       Se ele é mesmo rico, por que não paga por suas dividas? Ele ama a Youra de coração? Ele gosta de se envolver em brigas ou ele se acostumou a ser agredido constantemente?
       Todas essas perguntas rodavam a minha cabeça quando via ele deitado na minha cama. Eu sabia que ele tinha casa, então por que justamente na minha?
      Eis a questão, ele está doente, e não tem família que cuide dele, e por ser um caloteiro procurado, com certeza ele teria sérios problemas caso não pagasse uma conta de hospital e assim descobrissem que ele é norte-coreano.
       Não era uma doença séria, ele só estava com uma gripe forte, mas por exagero, ele dizia que não conseguia nem ao menos se levantar do sofá.
          Bati na cabeça dele com uma colher, o que o fez sentar no sofá enrolado em um cobertor lilás.
        Me sentei ao lado dele.

— Como você consegue me tratar assim sem ter pena? — ele disse com um olhar pidão

— Você é um homem rico, não merece ser tratado com pena.

       Ele fechou os olhos enquanto negava com o dedo indicador.

— Eu me esforcei muito pra chegar aonde estou. Tenho uma história de vida impossível de se ouvir sem chorar.

— Pare de mentir. Eu sei que tipo de pessoa você é. Saía com muitas mulheres depois que deserdou o Norte, e usava o dinheiro de todas elas ao seu favor.

— Você pesquisou muito sobre a minha vida — ele disse com um sorriso que surgia — Realmente, é a mulher perfeita.

— Se estiver pensando em me dar o golpe, pode esquecer.

— Não pensei nisso.

       Em poucos momentos ele parecia alguém sincero.
       Ele estava doente, e bem na minha casa, sentia quase a obrigação de cuidar dele mesmo que não devesse.

— Pretende dar um golpe na Youra quando se casar com ela?

— Não. A Youra é a única mulher que fiquei noivo por amor.

      O que a Youra tem de tão especial? Por que todos a amam tanto?

— Você deveria desistir do seu plano de destruir a vida e a carreira da Youra. — ele sugeriu a ideia sem a intenção de parecer maçante, mas com certeza não era isso que eu queria ouvir de alguém agora — Não vai dar certo, a vingança nunca acaba de verdade.

— Você nunca deve ter se sentindo injustiçado pra dizer isso pra mim agora.

— Estamos na mesma situação, você só não percebe ainda — ele não mentiu quanto a isso — Talvez, a maior vingança seja ser feliz, e levar a vida sem peso na consciência. Não seria a verdadeira vingança, Srta. Ye?

      Em meio a escuridão da sala, eu conseguia ver a pura tranquilidade nele.

— Quem te falou essa merda? Um pacifista? — respondi sem a coragem de concordar com ele

      Ele poderia ter respondido no mesmo tom, mas ao invés, ele riu de mim. Não fiquei brava. Só não tinha mais forças pra reagir quanto a isso.
       Comecei a tatear pelas gavetas dos móveis da sala, até achar uma única gaveta que guardava a minha última garrafa de Rum.
       Talvez eu ficasse bêbada totalmente, e talvez essa fosse a intenção.

— Você vai beber de novo?

— Sim.

       Respondi segurando a garrafa com as duas mãos e me sentando ao lado dele.
       Não sabia como abrir uma garrafa de Rum sem o utensílio certo, então só puxava com a força contrária, esperando que desse certo.
       Lee Min Ho colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, enquanto eu murmurava bilhões de xingamentos ao mundo tentando abrir a garrafa...

— Você gosta de um golpista?

— Eu gosto de você. — abri a garrafa — um caloteiro.

       Sempre que eu bebo demais, meus olhos dela ficam vermelhos, como se quisesse chorar. Talvez o álcool me deixe sentimental, ou só me faça ter muitos sentimentos.

𝙊𝙉 𝙏𝘼𝙍𝙂𝙀𝙏; 𝑙𝑒𝑒 𝑓𝑒𝑙𝑖𝑥Where stories live. Discover now