Quando o grande dia chegou, não havia nada fora do lugar. A fim de evitarem o desgaste de Astoria, os Malfoy e os Greengrass entraram em um acordo e contrataram uma equipe especializada em casamentos. Coube a Ortygia e Narcissa fazerem aquilo que faziam tão bem: mandar. A noiva não ficou para trás. Impôs as vontades, apoiada por Draco em cada uma das decisões tomadas.
O rapaz disfarçou bem o atrito que tivera com Daphne, pelo bem da futura esposa, enquanto a cunhada mal se metia na organização. Como sempre fazia, lembrava a irmã de tomar a poção, ouvia as lamúrias causadas pelos estresses com a mãe e a Sra. Malfoy e disse palavras de apoio e carinho. Se por um acaso fosse pega no meio de um inevitável encontro com Lucius, mantinha-se perto de Astoria até poder sair de fininho. Nesses momentos lamentáveis, pegava Draco os encarando.
Por ela, deixaria o caso morrer no silêncio e fingiria que nunca existiu, mas sentia o Sr. Malfoy rodeando-a em busca de um minuto à sós. Aquele não era o momento certo. Não correria riscos outra vez. Quando falasse, só Lucius ouviria.
A cerimônia aconteceu no jardim da mansão dos Malfoy, sob a luz morna do entardecer. Peneus entrou de braços dados com a filha por uma alameda, ladeada por fileiras de cadeiras e troncos finos de árvores, crescidas para a ocasião, cujos galhos se encontravam no topo e criavam um teto vivo de folhas verdes viçosas. À medida que avançavam pelo corredor, Daphne, em pé perto do oficiante, dividiu-se entre olhar Draco e Astoria.
Talvez tenha sido a atmosfera do momento, mas poderia jurar que vira o cunhado coçar a bochecha para disfarçar a lágrima que escorrera. Não havia mais ninguém no mundo além dos dois e sua porção de felicidade.
Daphne não deu atenção às palavras ditas. Em vez disso, testemunhou a adoração no olhar de Draco, os toques delicados de Astoria na mão dele. Os sorrisos e o semblante sonhador e apaixonado que evocava um futuro brilhante para ambos, durando ele cem anos ou a eternidade de um minuto.
Todos bateram palmas no fim e a decoração foi modificada para receber os convidados às mesas espalhadas, encimadas com toalhas verdes e castiçais flutuantes de bronze. Daphne se sentou, e assim como os demais presentes, apreciou a primeira dança do casal. Uma névoa rasteira foi conjurada pelos organizadores, envolvendo todos em uma aura onírica. A valsa embalou os dois e os fez mergulhar ainda mais um no outro.
Daphne não pôde evitar o sorriso insistente ao vê-los, finalmente, juntos. A intenção de Draco era continuar morando no interior, mas distante dos pais. Não que isso fosse impedir Narcissa ou Ortygia de visitá-los com frequência. Astoria garantira que sempre teria um quarto para a irmã em seu lar, isso se Daphne prometesse aparecer com frequência.
Achou o momento propício para anunciar que também estava de saída. A intenção era deixar a casa dos pais no instante em que Astoria se mudasse. Desde a última conversa com a Sra. Malfoy, maturou a ideia e terminou encontrando algumas casas que a interessaram. Deixou o Sr. Greengrass ciente da situação e pediu sua ajuda para escolher o lugar certo. Apesar da insistência de Peneus para comprar a casa para a filha, Daphne bateu o pé e usou a quantia que guardara por anos. Podia ser inconsequente no que tangia relacionamentos, não nas finanças. Só informaria a mãe quando estivesse com as malas prontas.
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Efêmero ϟ Potterverso
FanfictionCarregar o sobrenome Greengrass era uma tarefa tão desagradável quanto vantajosa, especialmente quando uma de suas membras não possuía forte apreço pelas normas formais. Apesar das regras rígidas impostas pelos pais, Daphne apreciava os luxos que in...