Capítulo 19 : Ei, irmã

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Resumo do capítulo: Kara conhece alguém inesperado.

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Kara atravessou a prancha de desembarque, aterrissando pesadamente no convés do Coração do Diabo pela primeira vez desde que foi capturada. Ela olhou ao redor do navio que uma vez tinha sido um mau presságio para ela; uma mensagem de morte e destruição.

Agora, era apenas o navio de sua amante; uma embarcação poderosa dividindo as ondas com facilidade não natural. Não havia mais lembranças ruins ligadas ao convés pintado de preto ou às velas carmesim. Ela se sentiu à vontade andando pela madeira rangente em direção ao leme.

Lena ficou de pé com força, a mão descansando casualmente no leme enquanto mantinha a nave perto da Vingança do Oryx. Kara trotou pelas escadas íngremes, removendo o chapéu de capitã enquanto se aproximava; era uma regra tácita que enquanto no Coração do Diabo ela não era a capitã, mas sim a primeira-imediata.

Vendo sua amante loira, Lena sorriu largamente.

— Você ligou, capitã? — Kara sorriu de volta, descansando as mãos atrás das costas. Lena ajustou seu próprio chapéu de capitã, empurrando a aba larga para cima enquanto o vento batia contra sua jaqueta vermelha e cinza escura.

— Eu fiz... eu tenho alguns pensamentos, então eu chamei todos aqui para discutir isso antes de chegarmos mais perto da terra principal. — Lena explicou, casualmente se afastando do leme. Ela pediu a Kara que a seguisse, trotando até o convés do navio antes de entrar em seus aposentos.

Ao contrário do escritório e do quarto de Kara, Lena só tinha um andar, mas a sala era consideravelmente maior. Uma grande cama foi colocada em uma das paredes, cortinas de privacidade puxadas para o lado. A cama estava claramente sem uso, os lençóis limpos e com muito pouco amassado.

Lena tinha uma mesa tipicamente grande empurrada mais para trás na sala, coberta de mapas e ferramentas de gráficos. No entanto, no centro da sala havia uma mesa enorme com pelo menos dez cadeiras. Um lindo candelabro de velas pendurado acima da mesa, iluminando toda a sala.

Assim como seu quarto em National City, quase todas as paredes estavam cobertas de prateleiras de livros. Qualquer área que não tivesse prateleiras ou tinha pinturas impessoais, ou nada.

Kara havia percebido há muito tempo que Lena nunca se apegou a objetos materiais, considerando seu estilo de vida perigoso e a constante ameaça de morte. Em vez disso, ela se importava mais com histórias e coisas que ela poderia guardar com carinho em sua cabeça.

Ninguém mais havia chegado ainda, a sala vazia. Lena levou Kara para a cabeceira da mesa, instruindo-a a se sentar à sua direita; o assento dos primeiros companheiros.

Enquanto Kara se sentava, Lena se inclinou para lhe servir uma pequena taça de vinho – algo que ela nunca faria por ninguém além de sua amante, Kara estava bem ciente.

— Então, você já escolheu um primeiro imediato? — Ela perguntou casualmente, deslizando o copo para Kara, que suavemente agradeceu.

— Não, ainda não... Há alguns membros da minha equipe com quem já estou me aproximando, mas ainda estou descobrindo-os. — Lena sentou-se depois de colocar o vinho de volta no centro da mesa, os olhos observando Kara enquanto ela falava.

— Você é capitã há menos de quarenta e oito horas, isso é de se esperar. Mas eles estão te tratando bem? Ninguém foi desrespeitoso? — Lena deu a sua namorada um olhar sério, arqueando a sobrancelha.

Kara riu, seu peito inchando com carinho por saber o quão protetora Lena era.

— Mesmo se eles estivessem me dando um tempo difícil, eu lidaria com isso sozinha, amor. Eu não preciso de você correndo para resolver todos os meus problemas.

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