Capítulo 33

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- Mamãe, o seu notebook está apitando.

As férias já estavam chegando ao fim, assim como o meu tempo no contrato de permanecer em NY, Sr°Hill havia entrado em contato comigo, íamos fazer uma ligação com mais calma e com novos assuntos a tratar.

- Mãe, é a tia Anahi.

- Eu estou indo, Daniel, acalma.

Me aproximei do Daniel, ele havia aceitado a ligação da Anahi, ela parecia estar eufórica, sentei no sofá e segurei o notebook.

- Eu preciso da sua ajuda.

- Se for do meu alcance eu ajudo.

- Eu quero adotar uma criança.

Eu olhei fixamente para tela do meu notebook, Anahi esperava pela minha reação, mas eu não conseguia ter uma.

- Dulce, ontem eu fui no hospital com Christian e tinha um garotinho, ele chamou minha atenção, os pais abandonaram ele, passei algumas horas ao lado da cama dele.

- Anahi, você tem noção do que está falando? É uma criança, não é um brinquedo.

- Eu sei, Maria, eu tenho total certeza do que eu estou fazendo, ele precisa de uma pessoa.

Olhei para meu filho que estava brincando ao meu lado, ele sorria e fazia com que os bonecos que havia ganhado dos Tios Harry e Niall tivesse poderes em sua imaginação.

- Meu amor, pede ajuda da Bel para preparar um cookies? - Daniel concordou e saiu correndo em direção ao quarto de Belinda, a última coisa do mundo que eu quero é que meu filho se sinta trocado.- O que o Poncho está achando disso?

- Ele ainda não sabe, mas eu tomei a minha decisão, eu quero aquela criança, eu conversei com minha advogada.

- Ela disse sobre a espera? Sobre a fila de adoção e o tempo que tudo pode levar?

- Sim, e disse também que eu posso ser um lar temporário, e assim ganhando mais estabilidade no caso e tudo mais, só que tem um detalhe.- Franzi o cenho e esperei ela da continuidade.- Quando você disse sobre o Daniel, eu achei um ato de amor incrível, então eu arrumei uma papelada para adotar, só que eu não me sentia preparada como agora.

- Então você está dizendo que já está meio caminho andado?

- Sim, a minha advogada vai entrar com o pedido exato.

- Como ele se chama?

- Manuel, ele completou cinco anos nesse mês, assim consta no sistema do hospital.

- E os pais dele, Anahi? Você pensou na hipótese de eles não terem condições para os cuidados com o hospital e depois eles quererem o filho de volta.

- Não, Dulce, não é a primeira vez que ele está lá, é um descaso com aquele bebê, ele precisa de amor e cuidado e eu irei fazer isso, aqueles olhos azuis estão me cativando.

- Se você tem metade da papelada pronta a alguns anos e você já tomou a sua decisão, com o que realmente você quer minha ajuda?

- Alfonso.

Naquele momento meus pensamentos tomaram conta, Daniel não teve a real presença do Poncho durante três anos da vida dele, eu estava com receio de ele sentir ciúmes da Maria Paula ou se sentir excluído, por mais que eu tivesse dando atenção e tempo a ele, o Poncho também estaria ao meu lado, agora com uma nova criança da sua idade ia ser tudo diferente, principalmente essa criança convivendo com o pai dele.

- Dulce?

- Diga?

- Você acha que pode me ajudar?

- Eu preciso me organizar, Anahi, mas irei fazer o que estiver em meu alcance, agora preciso ver o que Dani e Bel estão fazendo.

- Você mudou sua expressão, Maria.

- Anahi, você apenas me pegou de surpresa, não esperava por isso.

- É, eu acho que realmente isso não é um problema seu.

Anahi desligou sem se despedir, fiquei uns segundos tentando ter uma reação, passava várias pensamentos, eu tinha que preparar Daniel para aquilo, seria algo novo mas ele teria um garotinho para brincar com ele, mas eu tinha medo de ele sentir como se fosse abandonado ou ciúmes.

Levantei e guardei o notebook no meu quarto, fui na cozinha e encontrei Daniel e Belinda olhando para o forno, eles soltavam algumas risadinhas, deixei eles com o momentos deles e voltei para sala, peguei meu celular e mandei mensagem para Liam vir mais tarde no meu apartamento.

×××

- Eu vou ajudar ela até onde eu conseguir, é uma criança no meio disso, se eu morresse e o Daniel tivesse que ficar com alguém, eu ia querer que fosse a Anahi ou Christian.

- E o pai dele?

- O Pai dele ama ele, Liam, ele é incrível com Daniel, mas eu não iria querer ver Daniel morando com ele, o meu menino tem um futuro do qual eu planejei com tudo que ele gosta.

- Então o pai dele ia privar ele das coisas? - Liam perguntou franzindo a testa.

- Não estou dizendo nesse sentido, mas Daniel ia ter receio de se expressar, até porque eu fui mãe e pai do Daniel durante os dois primeiros anos de vida dele.

- Mas o Daniel pode sentir ciúmes com toda essa situação, o que você vai fazer?

- Ele não precisa sentir ciúmes totalmente, toda criança uma vez ou outra sente um leve ciúmes, ele vai sentir ciúmes da irmã que vai nascer, e é normal, é algo novo, algo que ele nunca teve que lidar na vida antes, até porque tudo era dele, atenção, tempo, espaço, eu, os tios, era totalmente dele, agora vai dividir.

- A Maria Paula veio com um aviso do tipo: "Daniel, em algum momento eu vou chegar", até porque ele está vendo sua barriga crescer, ele está tendo ideia de que vai vir um bebê, mas e uma criança, Dulce? Uma que é da idade dele, que ele jamais teve contato antes e agora vai ter que ser como irmão dele?

- Eu vou conversar com Daniel, vou explicar, vai ter toda uma adaptação, mas espero que isso não faça muitas mudanças, até porque Daniel é meu filho e eu só vou querer o bem dele.

- Assim como a Anahi vai querer o bem do menino que ela vai adotar.

- Eu estou ficando confusa, eu estou assustada com tudo.

- Eu sei que isso é assustador, quer ajuda para falar com Daniel? - concordei e Liam foi chamá-lo.

Belinda, assim como eu, ficou surpresa com essa decisão que a Anahi tomou, foi algo que ninguém estava esperando, falei com Christian e ele estava apoiando a irmã, ele também estava ansioso para saber se a Advogada ia conseguir o lar temporário antes de começar todo o restante da papelada para Anahi ter a guarda definitiva. Ela pediu para eu falar com Daniel antes de falar com Alfonso, e era o que eu ia fazer nesse exato momento.

- O Titio disse que tem uma grande novidade.

- É uma novidade grandona, meu filho, e eu espero que você goste.- bati no espaço que tinha do meu lado.- Senta aqui do lado da mamãe.- Daniel sentou ao meu lado e encarei ele por alguns segundos, não conseguia dizer nada.

- Você quer que eu comece? - concordei.- Bom, Daniel, eu quero perguntar se além da Maria Paula você quer outros irmãos?

- Não.

- Não? - Perguntei franzindo a testa.

L.D|2°Tem|Onde histórias criam vida. Descubra agora