Capítulo 8: Momento de paz? Não existe

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Hoje era uma manhã de domingo, e como eu esperava dormir, isso claramente não aconteceu, acordei com Percy me chamando as sete horas da manhã para treinar. 

- Vamos, vamos, vai ser tão legal quanto um jogo dos Yankees. - Percy diz empolgado, o encaro, ele deveria estar brincando com a minha cara. 

- São sete horas da manhã em um domingo! Nem o chalé de Afrodite acorda esse horário para se maquiar Percy. - Respondo a ele. 

- Vamos lá, Estelle. Se você não treinar da maneira certa, você é pega por monstro e sabe o que acontece quando você não sabe lutar e é pega por um monstro? Morre, morre feio, então não vem chorando se um monstro te pegar porque você quis continuar aqui, então vem treinar por favor. 

- Está bem.

- Isso! Come isso. - Percy disse me dando um prato de cookies azuis. O encarei assustada. 

- Percy? - Falei. - Isso vai fazer mal. 

- Não vai não, come três e depois você toma café da manhã. Agora vamos. - Percy disse. 

Me troquei e fui com Percy até o bosque de treino, onde tinha uma espécie de parede de escalada porém ela girava e soltava lava, e era nesse momento que eu pensava que esse lugar precisa ser revisto pela vigilância sanitária ou talvez por algum programa de proteção a criança. 

-Eu preciso que escale chegar lá no topo, descer e trazer uma roda, você vai ter desafios e tem que ser rápida pois pode queimar as suas roupas, se cair de cima significa morte na certa, use da sua estratégia. - Percy diz, olho assustada a ele. 

- Se um metade deus, caí daqui e morre. Imagina eu que sou uma mortal? - Falo a ele. - Eu não sou nada perto de vocês! 

- Estelle, você é alguma coisa relaxe. 

- Meu braço está machucado, não posso fazer isso. - Digo me recuando e tentando ir embora. Percy me puxou e jogou um pouco de água no meu braço que começou magicamente a cicatrizar, dei um suspiro. 

Vamos lá! Para o caminho da morte. Comecei a escalar, tomando cuidado obviamente e analisando cada caminho da subida  e desviar onde crescia coisas que poderiam me dar a sensação de levar um belo soco no estomago, porém onde eu ia encostar se sentou e me fez despencar algum metros abaixo. Percy me olhou. 

- Viu, não é tão difícil quanto parece. - Ele disse. Dei uma risada. 

- Eu caí, Percy. 

- Então suba. - Foi a resposta dele. Concordei e subi, comecei a escalar até cair de novo, dessa vez eu tive a sensação de um soco no estomago, senti os três cookies se revirando. 

- Eu desisto. - Digo correndo para uma lata de lixo para deixar meu café da manhã de má qualidade lá. 

Percy veio correndo atrás de mim. 

- Está tudo bem? - Ele perguntou. 

- Acha que está? - Pergunto limpando a boca. - Meu vomito está azul!

- Olhe pelo lado bom, você está viva. - Percy diz, olho para ele. 

- Isso não está ajudando, eu vou para o chalé, tomar um banho e dormir. 

Eu era um erro, eu não deveria estar aí, só estou aí por causa de uma situação muito constrangedora, não era uma semideusa, eu era apenas uma mortal inútil. 

- Estelle, você está desistindo? 

- Sim, estou. Eu não consigo subir, eu não presto para nada, Percy! A única coisa que eu quero atualmente é passar de ano, e nem isso eu consigo. - Eu precisa ter um foco maravilhoso para ficar bem nas aulas, escrever e saber toda a matéria com tudo que eu havia visto não conseguiria. 

- Por que acha que não vai passar de ano? 

- Primeiro eu sumi do nada! Segundo, minhas notas sempre caem quando eu tenho situações muito grandes e estranhas. - Digo a Percy. 

- As vezes esqueço que você tem TDAH e dislexia igual a mim. Você sempre fala tão empolgada dos livros que lê. 

Dou um suspiro, eu tentava juntar as letras e sempre lia em voz alta para conseguir ler um livro as vezes ficava confuso, então eu iria para audiobooks ou em Braille, há um tempo atrás participei de um projeto que ajudava a inclusão de Alunos surdos e cegos na escola, o que me fez aprender a me comunicar em Braille ou em Libras. 

- Mas não é toda hora que eu estou lendo, Percy. - Respondo a ele. - Posso sair? 

- Só tenta mais uma vez, por mais que não seja uma semideusa, use seu TDAH como habilidade de batalha. - Percy disse. Dei um suspiro. Ele realmente achava que eu iria fazer aquilo de novo? - Caso você não for, eu vou pedir para pessoa que me treinou te treinar e eu já vou avisando, você não vai ficar bem. 

Quem foi a pessoa que treinou Percy? Eu sabia mas eu não lembrava agora. Coloquei os protetores nos cotovelos e joelhos e comecei a escalar usando as dicas que Percy havia me dado, cheguei ao topo e peguei a roda, desci por um cabo e a entreguei a Percy, que sorriu ao ver o meu resultado. Um homem estava ao seu lado, o pai dele, parecia com Percy e comigo, o que eu achava estranho particularmente.

- Desculpe-me pelo jeito que falei com o senhor. - Digo a Poseidon que apenas da uma risada.

- Já ouvi tantas coisas, que você foi educada, Estelle.

Dei um sorriso.

- Você cresceu garota, dá última vez que
Te vi, você vivia em mundo rosa com glitter. Fico feliz em ver meu filho a treinando.

- Bom, eu tenho que ir. - Digo e logo saio correndo? O que Poseidon estava fazendo lá?

Estelle Blofis e o Oráculo de DelfosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora