Capítulo 2

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Voltei!!!
 
 
Divirtam-se!!!
 
 
Assim que chegou em um dos quartos na casa de Samantha, Lena se jogou na cama. Estava tão cansada pela noite agitada que nem teve coragem de pensar nas palavras da amiga. Quando fechou os olhos, não demorou para cair num sono profundo. Por horas ela ficou ali totalmente apagada. Mesmo que Sam sempre pegasse no seu pé sobre várias coisas, sabia que ela não a atormentaria, por isso, quando não queria ficar sozinha, costumava a fazer o que estava fazendo.
 
Por volta das seis, a morena aos poucos foi despertando. Abrindo os olhos lentamente, tentou lembrar de onde estava, foi então que sua mente a levou para quando Kara disse a ela que no dia seguinte iria sair com Lucy. De repente, sentiu como se tivesse levado um soco bem em cima do estômago e uma sensação horrível preenchendo seu peito que parecia que iria sufocá-la. Já havia se sentido assim antes, no entanto, agora estava muito pior.
 
Sabia que não tinha direito nenhum de sentir ciúmes da loira que chamava de amiga, mas era inevitável. Mesmo que Sam tenha dito que ela e Lucy eram só amigas, Kara já tinha dito ser amiga de outras pessoas com quem acabou se envolvendo mais tarde. Todas vezes que isso aconteceu, Lena acabava indo parar na cama de um desconhecido, só que dessa vez não sentia vontade nenhuma de sair procurando por um estranho qualquer que aceitasse o mínimo que ela tinha a oferecer.
 
As palavras de Samantha começaram a ecoar em sua mente. Realmente não considerava Kara apenas sua melhor amiga, nem mesmo a tratava como uma. Era também verdade que gostava da farra, porém quando queria tranquilidade e conforto ia sempre atrás dela. Não fazia de propósito, não era nada premeditado, mas fazia. Fazia ainda mais por achar que Kara nunca a olharia de outra forma e por achar que não a merecia.
 
Em todos esses anos, nunca teve coragem de dizer abertamente essas coisas a ninguém. Mas se Sam desconfiava a ponto de estar há quase uma década chamado a sua atenção, provavelmente o resto do seu círculo de amigas também pensavam algo parecido. Talvez não estivesse conseguindo esconder tão bem seus sentimentos quanto achava que conseguia.
 
Desde que conheceu Kara daquele jeito inusitado, sua vida não foi mais a mesma. Ela foi a sua amizade mais difícil de ser conquistada, a melhor que conquistou e a única que não queria perder. Se fizesse algo que a afastasse de si, nunca mais se perdoaria, pois ela havia se tornado a pessoa mais importante da sua vida, mesmo que nunca tenha dito isso a ela.
 
Sentando na cama e começando a se espreguiçar, Lena se perguntou se a loira tinha conseguido se sair bem na entrevista e se ainda estava com Lucy. Só foi lembrar mais uma vez da morena que novamente sentiu o soco em seu estômago. Era horrível aquilo, mas não há nada que podia fazer.
 
Quando se levantou, saiu do quarto e sentiu o cheiro de comida invadir seu nariz, automaticamente sua barriga começou a roncar. A última coisa que havia comido era o pedaço de brownie que dividiu com Kara. Logo que desceu as escadas, foi procurar por suas amigas e acabou as encontrando na cozinha.
 
— Olha quem acordou depois de babar no meu travesseiro a tarde toda — Andrea disse com bastante sarcasmo.
 
— Já estava indo verificar se estava viva — Sam a observou sentar em um dos bancos da ilha da cozinha — está com fome?
 
— Morrendo — pegou a taça de vinha da mão de Andrea e virou de uma vez.
 
— Eu não sei como você não teve cirrose ainda — Rojas comentou — porque tá com essa cara? Aconteceu algo?
 
— O motivo dessa cara tem nome e sobrenome — Arias respondeu à esposa — está assim desde a hora que chegou aqui. Tudo isso é porque Kara vai amanhã em uma feira gastronômica com a Lucy — entregou alguns pratos para esposa colocar na mesa — eu não vou mais ficar dizendo o que ela tem que fazer. Não sou gravador pra ficar repetindo que ela pode mudar essa situação, mas parece que gosta de sofrer.
 
— Parem de falar como se eu não estivesse aqui — disse um pouco irritada.
 
— Lena! Você por aqui? Não tinha te visto — provocou a morena que não estava nenhum pouco para brincadeiras.
 
— Cala boca, Andrea! Vocês duas são um saco — bufou — me deixem ficar com essa cara.
 
Samantha se aproximou de Lena a empurrando para que fosse se sentar à mesa.
 
— Se você me ouvisse mais, evitaria todo esse estresse.
 
— E você quer que eu faça o que, Samantha? — a olhou com as sobrancelhas arqueadas.
 
— Admita que é apaixonada pela loirinha e depois conte a ela — Andrea deu ombros.
 
— Você contou pra ela, Samantha?
 
— O que eu poderia contar sendo que você nunca admitiu nada?  — começou a servir a comida — só que é bem óbvio para todas nós que você não considera ela só sua amiga.
 
— É claro como o dia — a outra morena de olhos verdes comentou — e meio que você deixou muito óbvio quando a levou a Paris quando ela se formou só porque era o sonho dela, sendo que nós três — fez um círculo com indicador — nos formamos juntas um ano antes, e você não deu nem um chaveiro para gente.
 
— Amigas levam amigas para Paris — tentou se defender.
 
— Claro que levam — foi irônica e isso não passou despercebido por Lena — só pra você saber, quando nos reunimos aos domingos e vocês não estão, a gente fica apostando quem vai se dar conta primeiro dessa paixão que vocês nitidamente sentem, ou quem vai ter o próximo surto de ciúmes. Essa semana todas perdemos, não achávamos que seria você a fazer isso — levou uma tapinha da esposa — ai! A gente faz isso mesmo, não falei nenhuma mentira.
 
— Não estou com ciúmes. Não ligo se ela me trocou pela Lucy — cruzou os braços — e não acredito que você fazem apostas sobre a minha vida.
 
— Sobre a sua vida e da Kara — Rojas corrigiu.
 
— A gente acredita que você não está com ciúmes — Sam ironizou — continua fazendo o que tem feito nesse últimos anos, que qualquer hora ela aparece noiva de alguém e ainda te chama para ser madrinha.
 
Enquanto comia, Lena resmungava consigo mesma sobre as coisas que vinham acontecendo. Kara nunca tinha falado com ela sobre se casar um dia, não sabia se era algo que ela gostaria que acontecesse em sua vida. As duas não conversavam a fundo sobre esses assuntos que envolviam romance. O que, pensando agora, era bem estranho já que se consideravam melhores amigas.
 
Samantha e Andrea passaram o jantar conversando entre si. Vira e mexe elas davam uma olhada para Lena, que não parecia estar prestando atenção em nada a sua volta, e se entre olhavam. As duas tinham uma ligeira noção do que se passava na cabeça da Luthor, mas preferiram não dizer mais nada.
 
O jantar acabou e enquanto Andrea foi para seu escritório em casa atender ao telefonema de um cliente, Sammy e Lena ficaram arrumando a cozinha.
 
— Vai ficar aqui essa noite ou vai pra algum lugar beber? — Arias a olhou de soslaio quebrando o silêncio que imperava há alguns minutos.
 
Embora tenha dado opções a amiga, normalmente Lena escolhia a segunda, mas, para Sam, não custava nada tentar ajudar a morena quando entrava nessas crises de ciúmes que custava admitir que tinha.
 
— Se importa se eu ficar? — a olhou.
 
— Claro que não. Deve tá uma bagunça muito grande dentro de você pra não ir para o caminho mais curto — comentou a analisando um pouco.
 
— Eu não quero ficar sozinha — disse baixinho — mas também não quero sair e encontrar alguém estranho pra me divertir. Eu... cansei... eu acho.
 
— Acha?
 
— Não sei — fez uma pausa — ontem depois que você me deixou lá no pub, eu fiz o que sempre faço. Só que... nesse último mês tenho me sentindo incomodada com isso. Não sei explicar.
 
— Se incomodando como? — quis saber.
 
Lena estava a um passo de dizer o que a incomodava, mas preferiu se calar. Não estava pronta para revelar algumas coisas, mesmo que fosse para Sam.
 
— Deixa pra lá — suspirou — pode me emprestar uma roupa?
 
— Você sabe onde fica as coisas. Vai — maneou a cabeça — eu termino isso aqui.
 
Rapidamente, Lena foi até o quarto da amiga pegar uma roupa. Depois de mais um banho no dia, voltou para cama. Imaginava que Andy e Sam estivessem na sala vendo algum filme, esse era um dos muitos programas que a advogada e a CFO faziam aos sábados, mas preferiu apenas continuar no quarto. 
 
Pegando seu celular, teve esperanças de Kara ter mandado alguma mensagem, mas não havia nada dela. Uma vozinha em sua cabeça ficava dizendo que era porque ela estava ocupada demais com outra pessoa. Ocupada demais com Lucy Lane. Mal sabia Lena que Kara estava em seu apartamento não muito diferente dela. Desde que chegou em casa depois da entrevista, a cada cinco minutos olhava o celular para saber se a morena havia mandado alguma mensagem e ficava decepcionada, até mesmo nervosa, quando notava que não.
 
Kara havia chegado em casa perto das quatro da tarde. Lucy a convidou para irem em outro lugar, mas ela rejeitou. Não ficava a vontade em passar o sábado inteiro com outra pessoa que não fosse sua melhor amiga. Tudo bem que no dia seguinte ela iria com a fotógrafa a feira gastronômica, mas os primeiro dia do fim de semana só pertencia a uma pessoa.
 
Às vezes, Kara se sentia um pouco idiota ao se dedicar tanto a morena, mas não era algo que conseguia evitar. Gostava de estar com ela e como ela a fazia se sentir. Só não gostava muito quando percebia alguém em volta delas tentando flertar com Lena. Isso a deixava irritada em muitos níveis. Mas o que podia fazer? Eram apenas amigas.
 
Durante toda a entrevista com o arrogante do Maxwell Lord, Kara não conseguia parar de pensar no olhar de decepção de Lena. Desde quando descobriu que faria a entrevista, pensou em dizer a ela que não poderia ir a lugar algum, pois tinha que se preparar. Mas já quase não tinha a visto ou conversado com ela durante a semana, então chegou a conclusão que algumas horinhas da parte da manhã ao lado da morena não atrapalhariam seu trabalho.
 
Mais uma vez, Kara pegou seu celular para verificar se tinha alguma notificação com o nome da morena. A decepção veio imediatamente quando viu que não. O real motivo por não mandar uma mensagem ou não ligar, era o medo dela estar com alguém e acabar atrapalhando um momento que ela não gostaria de saber que estava acontecendo.
 
Uma vez, há uns cinco ou seis anos atrás, Kara estava com uma forte dor de cabeça causada por uma terrível enxaqueca. A única pessoa que pensou em ligar foi para Lena. Era madrugada de sexta-feira e depois de chamar algumas vezes, uma outra mulher atendeu e disse que ela estava ocupada demais para falar. A loira entendeu o que aquilo significava e, muito provavelmente, a mulher atendeu sem a Luthor saber. Depois daquilo, a repórter evitou ligar para ela durante a noite com receio de acontecer a mesma coisa.
 
Em todo esse tempo, Lena nunca comentou sobre aquilo. O que a fazia imaginar que ela não sabia ou se sabia fingiu que não aconteceu. No dia do ocorrido, Kara sentiu uma estranha sensação no peito, não sabia ao certo se era chateação ou ciúmes, mas não gostou nada daquele incomodo. Quando viu a morena depois daquilo, apenas tentou se desvencilhar-se da lembrança do que aconteceu. Porém, anos se passaram e ela continuava bem viva.
 
Se recordando mais uma vez do que tanto fazia questão de esquecer, ouviu seu celular — que estava jogado ao seu lado na cama — começar a tocar. Seu coração quase saiu pela boca e o pegou rapidamente, mas não passava de uma chamada de sua irmã.
 
— Fala, Alex — disse um pouco sem paciência.
 
— Credo! Me respeita que eu sou sua irmã mais velha.
 
— Fala logo o que você quer — bocejou falsamente — estava pronta para dormir.
 
— Mentirosa! Acha que não sei quando está mentindo?
 
— Vai falar o que quer ou não?
 
— Que bicho te mordeu? A Kieran não alimentou direito seu dragãozinho hoje?
 
Kara revirou os olhos com o comentário. Sempre que estava de mau humor sua irmã atrelava a Lena. Dessa vez ela tinha um pouco de razão. A loira não estava querendo muito papo com ninguém por achar que ela estava chateada, mesmo sabendo que ela havia entendido que era uma questão de trabalho. Porém, não teria coragem de ir atrás dela para sanar essa sua dúvida. Não queria correr o risco de ser outra pessoa do outro lado da linha.
 
— Se você não falar o que quer, eu vou desligar.
 
— Calma! Só queria saber se está tudo bem. Mandei várias mensagens pra você hoje e você não respondeu nenhuma.
 
— Eu estava ocupada — se levantou da cama indo até a cozinha pegar um copo d’água.
 
— Mas mesmo quando você está com a Kieran você me responde.
 
— Eu não estava com ela — bufou — tive que fazer uma entrevista pra uma matéria que tenho que entregar na segunda.
 
— Ah! Agora isso explica bem seu mau humor — deu uma risada anasalada — e a entrevista durou tanto tempo que não pode me responder?
 
— Não respondi porque não estava afim — foi sincera.
 
— Kieran tem que dar um jeito de te beijar logo, não aguento mais você assim por causa dela. É só você está de mau humor que é alguma coisa que tem ela no meio. Se ela te causa esse estresse todo, ela deve saber curar.
 
— ALEX! — sua voz saiu mais fina do que esperava — somos amigas.
 
— Claro que são. Eu e Kelly também éramos e olha onde estamos.
 
— Eu e Lena não somos assim — ficou na defensiva.
 
— A mesma ladainha de sempre — suspirou — enfim, já que hoje você não está legal para conversar com sua adorável irmã mais velha, eu vou desligar. Te vejo amanhã?
 
— Não — deu um gole em sua água.
 
— Como assim não? Explica isso direito, Kara.
 
Mais uma vez a loira revirou os olhos, detestava quando Alex queria saber demais sobre sua vida. Amava a irmã, mas a achava extremamente enxerida.
 
— Vou sair com Lucy Lane.
 
— A ex do irmão da Kelly?
 
— Sim. Ela mesma — afirmou com um suspiro.
 
— Eu iria falar algumas coisas, mas sei que você não vai me ouvir. Então que fique registrado que eu iria falar algumas coisas — ficou em silêncio por alguns segundos — então nos vemos qualquer dia desses quando você arranjar um tempo na sua agenda para sua irmã mais velha. Até mais.
 
— Até.
 
Assim que desligou, Kara sentiu seu estômago roncar. Normalmente já tinha fome, ficar nervosa só elevava um pouco mais sua vontade de comer qualquer coisa. Por sorte, havia sobra de comida chinesa na geladeira. Depois de esquentá-la, sentou-se no sofá é ligou a TV para tentar se distrair. Sua mente estava correndo para algo que ela queria evitar, mas estava difícil não pensar que Lena estava com outra pessoa.
 
Perdida em seus pensamentos, Kara ouviu seu celular tocar de novo. Sem nem olhar quem era, atendeu já preparada para brigar com sua irmã. Só podia ser ela, quem mais a atormentaria uma hora daquela?
 
— Você de novo Alex? Não está notando que não quero conversar? — seu tom de voz deixava evidente seu nervosismo.
 
— Me desculpa.
 
— Lena! — sua voz mudou completamente, era uma mistura de alivio e também nervosismo por estar falando com ela — é... bem, isso não é com você, é com a Alex.
 
— Tem certeza? — Kara a imaginou levantando as sobrancelhas — posso ligar outra hora.
 
— Tenho sim — sorriu como se não tivesse quase gritado com a irmã há poucos segundos — aconteceu alguma coisa? Você... hã... você nunca me liga a essa hora — olhou no seu relógio de pulso e já passava das onze.
 
— É, e‐eu queria saber como foi a entrevista.
 
— Um saco — suspirou — aquele cara se acha demais só por ser rico.
 
— Sei bem. Já quase agredi ele — Kara acabou rindo se lembrando da situação.
 
— Você sempre quer agredir alguém — deixou a comida de lado e se deitou no sofá — você é muito estressada para alguém do seu tamanho.
 
— Eu nunca quis te agredir e nunca me estressei ao seu lado — respondeu na defensiva — se me lembro bem, quando nos conhecemos você que me bateu com um travesseiro, mesmo que estando quase cega por sua causa. Então isso indica que a agressiva e estressada é você.
 
O coração de Lena quase parou de bater quando escutou a amiga dando uma risada por causa de seu comentário. Gostava de ouvir o som de sua risada, lhe preenchia com uma sensação boa, mas que ainda não sabia definir.
 
— Porque sempre lembra do dia que nós conhecemos? Eu me lembro bem do que aconteceu, mas você está sempre falando sobre.
 
Kara fez a pergunta por fazer, era apenas uma curiosidade que a rondava, mas Lena não entendeu a pergunta do mesmo jeito. Para a morena, aquele dia foi um divisor de águas, apesar de sua vida parecer extremamente igual a da faculdade.
 
Era muito fácil para Lena se recordar do momento em que seus olhos desembaçaram e encontrou a loira com uma camisola curta parada a sua frente. O que sentiu naquele momento não era diferente do que sentiu durante todos esses anos quando a olhava. Ela queria muito que Kara tivesse cedido aquela noite para que pudesse beijá-la, apenas beijá-la, mas nada disso aconteceu. Nos anos seguintes, continuou esperando aquele olhar de permissão e nada veio. Então com era melhor aceitar o que tinha do que não ter nada.
 
— Bom... — limpou a garganta — foi o dia que eu soube que queria ser sua amiga — se limitou a dizer — e como esqueceria de você me dizendo que me acho demais.
 
— Anos se passaram e eu continuo completamente certa — foi a vez de Lena rir — deve está muito desocupada para estar conversando comigo a essa hora.
 
Não foi difícil para Lena entender o que Kara insinuou com aquelas palavras.
 
— Já não passei o dia com você, achei que poderia pelo menos ter um pouco da sua atenção a noite — suas palavras foram sinceras. Mesmo com muita relutância, fez o que fez por causa do que ouviu de Samantha.
 
— Tudo bem. Então me diga, o que está fazendo nesse sábado a noite? — foi difícil não deixar transparecer sua curiosidade.
 
— Estou deitada olhando para o teto do quarto de hóspedes da Samantha — respondeu com rapidez.
 
— Vai dormir aí?
 
— Sim. Na verdade, passei o dia com ela — escutou Kara bocejar — parece que alguém está com sono.
 
— Um pouquinho, mas pode continuar falando o que fez durante o dia.
 
Como não queria confessar que passou uma pequena parte do dia com ciúmes, outra pequena parte emburrada e uma grande parte dormindo. Lena acabou dizendo que saiu com Samantha. Se Kara não estivesse com bastante sono, era bem possível que identificasse a mentira na voz da amiga, mas apenas acabou concordando e fazendo algumas perguntas para mostrar interesse.
 
Algum tempo depois, Lena estava falando sobre a L-Corp, pois Kara quis saber sobre como andava seus projetos tecnológicos. A morena acabou falando por muito tempo antes de perceber que estava falando sozinha. Quando desligou a ligação, colocou o celular de lado, mas logo voltou o pegar para mandar uma mensagem desejando boa noite.
 
Respirando fundo, Lena chegou a uma conclusão, não podia mais continuar procurando por Kara só quando lhe convinha. Poderia até não dizer para ela o que sentia nesse momento, mas poderia começar a demonstrar melhor até parar de se acovardar.
 
 
 
Espero que estejam preparados para um slow burn.
 
:)

A Melhor Amiga da Noiva Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon