Capítulo 1

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Era seis da manhã de uma segunda feira quando o alarme do celular tocou e uma cabeleira bagunçada levantou de supetão com uma cara de quem havia acabado de ir dormir e já era de manhã, o que não era mentira; graças ao joguinho online, o jovem Cohen havia ido dormir as quatro da manhã, mesmo sabendo que precisava acordar as seis para se arrumar para o colégio.

- Hum. - Foi a única coisa que resmungou assim que levantou da cama, com os olhos fechados, e se arrastou até o banheiro do corredor, fechando a porta num estrondo.

Depois de fazer suas necessidades e tomar um banho de água morna, César saiu do banheiro secando o cabelo e voltou para o quarto colocando o uniforme e logo calçando os tênis. O jovem de 17 anos desceu até a cozinha e cumprimentou a mãe que usava um avental florido, a mulher de meia-idade sorriu para o filho e entregou para ele um queijo-quente e um copo de leite, o adolescente se sentou à mesa e começou a comer sem pressa, pois sabia que se enfiasse tudo na boca sua mãe iria reclamar.

- Onde o papai foi? - César perguntou distraído.

- Saiu com o Arnaldo pra resolver algumas coisas do trabalho, ele volta já já pra te levar pra escola.

- Não, não precisa. Eu vou de bicicleta com o Joui e o Arthur. - Disse terminando de comer. Ele olhou o horário no celular e já era seis e quarenta.

César se levantou com pressa e se despediu da mãe com um beijo estalado na bochecha; ele passou pela sala, pegando sua mochila e logo correu até a garagem montando na bike e pedalando com pressa até o final da rua, onde encontrou Joui e Arthur que o cumprimentaram com um sorriso divertido.

- Dormiu tarde de novo? - O japonês perguntou num tom preocupado, César apenas assentiu. - Ei, você tem que cuidar melhor da sua saúde. Depois dorme na sala e leva advertência, reclama da professora.

- Tá bom, tá bom. Já entendi. - César falava sem paciência, amava o amigo mas não aguentava suas implicâncias.

- Relaxa, Joui. - Arthur chamou a atenção dos outros dois enquanto pedalava. - Quando a dona Claudia ficar sabendo ele vai dormir cedinho.

- Ei! Isso é uma ameaça? - O Cohen perguntou assustado e o Cervero apenas sorriu divertido.

- Só quero que você se cuide. Você é o meu irmãozãozão, então você tem que ficar bem. - Arthur dizia com uma expressão fofa no rosto, César assentiu com um sorriso pequeno, sabia que Arthur o considerar como um irmão era realmente um big deal, então não queria decepcioná-lo.

- Está bem, eu vou tentar dormir mais cedo.

- Obrigado. - Arthur sorriu e estendeu os braços para cima, comemorativo, quase perdendo o equilíbrio.

César observou o resto do trajeto em silêncio, apenas ouvindo a conversa animada de Arthur e Joui sobre as olimpíadas; enquanto o Jouki comentava animado sobre ginástica e arco e flecha, o Cervero falava sobre ciclismo e tiro ao alvo.

Assim que chegaram no colégio, eles guardaram as bicicletas e entraram no edifício. No pátio, encontraram Liz e Thiago que conversavam com o líder do clube de literatura - que se chamava Daniel, pelo o que César se lembrava -, e o líder do clube de história - Alex? Alexsander? César não tinha certeza, o garoto de óculos não falava muito com os outros três e as vezes parecia até intimidado por Elizabeth e Daniel, o que o Cohen não julgava muito, ainda mais em como os dois o tratavam.

Assim que os três recém chegados se aproximaram, Daniel e Alex se despediram da Webber e do Fritz e foram embora. Joui correu até Elizabeth e a abraçou animado, mesmo com ela tentando afastá-lo. Thiago desceu das costas do banco que estava sentado e tirou o pirulito da boca, sorrindo galanteador.

Ah, Meu Pobre Coração!Where stories live. Discover now