Era quarta feira, Beatrice não havia aparecido na terça, em vez disso César havia descoberto que Dante – o irmão de Beatrice – estava na sua sala, o que deixou o Cohen um pouco desconfortável, apesar de não saber o porquê. Ele pensou que os irmãos faziam rodízio quando percebeu a mais nova chegar na escola sem rastros de que seu irmão tinha vindo junto.
César, que carregava sua Polaroid no único intuito de encontrar alguma motivação para o clube de fotografia, observou a calouro pela lente da câmera e apertou o pequeno botão enquanto ela falava distraída com uma menina ruiva que usava os óculos de proteção da sala de química. A foto saiu nítida, Beatrice sorria, seus olhos estavam um pouco fechados e era possível ver, mesmo com a distância de que estava da câmera, pequenas linhas de expressão ao lado do seus olhos, dando um certo charme.
César observou a foto por alguns segundos antes de guardá-la com pressa assim que sentiu um peso sobre seus ombros.
— E aí, Césinha. O que cê tava fazendo aqui sozinho? — Thiago perguntou se sentando ao seu lado.
— Observando o pessoal, vendo quem tá com a matéria atrasada e quem tá de boa. — Mentiu, lembrando da reação de Thiago quando perguntou sobre Beatrice. — Como vocês estão?
Arthur e Joui se sentaram do outro lado e o cumprimentaram num toque de mão exclusivo.
— Entrei pro clube de mecânica. — Arthur disse animado e César sorriu.
— É o clube da louca da Erin, não é? — Thiago perguntou e Joui o olhou com uma expressão indignada.
— Ela não é louca, só tem um gosto um pouco diferente dos demais. — O japonês defendeu a ruiva como se já tivesse dito aquilo algumas vezes.
— Ui ui, parece até que você gosta dela, você gosta? — Thiago perguntou sugestivo e Joui fez cara feia.
— É claro que não!
— Sei, sei. — O Fritz riu divertido.
— Pensei que você ia entrar no clube de música. — César questionou e Arthur sorriu desajeitado.
— Então... Eu entrei nos dois clubes.
— Você o que? — Joui exclamou chocado.
— Boa sorte. — César deu de ombros e Arthur riu do desespero de Joui.
— Relaxa, eu posso fazer os dois. O clube de música não pede muito de mim, só o clube de mecânica que vai me fazer pensar mais.
— Tá bom, então. Se você diz. — O japonês queria reclamar mais um pouco, mas apenas deixou quieto.
— Cadê a Liz? — O cabeludo perguntou e Arthur e Joui deram de ombros.
— Eu não sei o que aconteceu. — Thiago começou a falar enquanto abria um pirulito. — Mas ontem, quando estávamos no parque, ela disse assim pra mim: "a lua tá bonita hoje, né?" — Imitou a voz de Elizabeth. — Tipo, tava de dia ainda, então eu falei: "pô, minha querida, só se for do outro lado do mundo", aí ela me mandou tomar no cú e me bloqueou no whatsapp, vê se pode.
Os três mais novos começaram a rir loucamente com a história contada e Thiago deu de ombros, confuso.
— Ai, Thiagão, como você pode ser tão burro? — César perguntou limpando as lágrimas que não se aguentaram. — Eu não vou contar, você que descubra.
— Descobrir o que porra? — O Fritz perguntou sem entender nada.
— Não é a gente que vai contar. — Joui disse e Arthur concordou.
ESTÀS LLEGINT
Ah, Meu Pobre Coração!
AleatòriamentCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...