— Arthurzinho guitarrista. — Thiago cumprimentou animado enquanto agarrava o ombro do menor. — O que faz aqui tão cedo na escola? A única alma viva, mas nem tanto, por aqui nesse horário é o Veríssimo.
— Ensaio da banda. — O Cervero respondeu risonho enquanto levava a guitarra nas costas. — E você, Thiagão?
— Estávamos pensando em cobrir esse dias até o baile, fazendo algumas matérias e essas coisas. — Ele disse se referindo ao clube de jornalismo. — Aliás, posso pedir uma música?
— Não é muito justo com o resto do pessoal, mas vou deixar só por você ser meu amigo. — Arthur disse divertido enquanto seguia o corredor.
— Eu tava pensando em The Night We Met, é calminha.
— É a música favorita da Liz. — O Cervero mencionou, um pouco desconfiado.
— Sim, sim. É a música favorita dela. — O Fritz admitiu. — Eu tava imaginando... Finzinho do baile... O sol já se posto por completo, a brisa da noite, as estrelas brilhando... Essa música começa a tocar, eu olho para a Liz que vai estar linda, eu chamo ela pra dançar, ela aceita, claro, depois de relutar um pouco... A gente se junta na pista de dança, e nos abraçamos, dançando agarradinhos. — Ele imitava os passos de dança, um olhar sonhador.
— Nossa. — Arthur comentou, chocado. — Quem diria, hein? Você tá muito apaixonado.
— Caralho, eu tô, né? — Thiago questionou com a mão na frente da boca, os olhos arregalados num sentimento de pânico. — Então assim que é o amor?
Arthur riu achando graça, continuando o seu caminho até encontrar a sala do clube de música.
— Mas e você, Arthurzinho? — Thiago perguntou assim que o Cervero parou de andar.
— O que tem eu?
— Eu tava ouvindo umas fofocas por aí... — O mais alto começou, recebendo um olhar suplicante do menor para que ele continuasse. — Que você gosta do loirinho míope. É verdade?
Arthur olhou para os dois lados do corredor, procurando por alguma alma que poderia ouvir aquela conversa.
— Não é bem assim.
— Oh. Então como é? — Thiago perguntou interessado.
— Eu quero dizer... O Dante é legal, interessante, inteligente, consideravelmente bonito...
— Mas?
— Mas, eu não quero me apaixonar por ele.
Thiago inclinou a cabeça, confuso com as palavras que tinha acabado de ouvir.
— O que? Por que?
— Exatamente pelo mesmo motivo que o Joui começou a tratar ele mal. Eu não quero sair machucado dessa situação, e também não quero que ele se afaste de mim por me considerar esquisito.
— E... Você acha que ele seria capaz disso? — Thiago perguntou com a voz baixa, vendo a imagem de Dante sair da sala do clube de música, silenciosamente o suficiente para Arthur não perceber sua presença.
O loiro parou no lugar quando viu Arthur, não sabendo exatamente o que fazer.
— Eu não sei. O Dante é legal e tals, mas... — Dante ergueu as sombrancelhas assim que ouviu seu nome, se perguntando do que diabos o menor estava falando. — Mas ele ainda é hetero.
Os olhos de Thiago foram sem pudor para o garoto loiro, por consequência, Arthur se virou, encarando Dante com os olhos arregalados e as bochechas rosadas.
YOU ARE READING
Ah, Meu Pobre Coração!
RandomCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...