Capítulo 12

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  — Arthurzinho guitarrista. — Thiago cumprimentou animado enquanto agarrava o ombro do menor. — O que faz aqui tão cedo na escola? A única alma viva, mas nem tanto, por aqui nesse horário é o Veríssimo.

  — Ensaio da banda. — O Cervero respondeu risonho enquanto levava a guitarra nas costas. — E você, Thiagão?

  — Estávamos pensando em cobrir esse dias até o baile, fazendo algumas matérias e essas coisas. — Ele disse se referindo ao clube de jornalismo. — Aliás, posso pedir uma música?

  — Não é muito justo com o resto do pessoal, mas vou deixar só por você ser meu amigo. — Arthur disse divertido enquanto seguia o corredor.

  — Eu tava pensando em The Night We Met, é calminha.

  — É a música favorita da Liz. — O Cervero mencionou, um pouco desconfiado.

  — Sim, sim. É a música favorita dela. — O Fritz admitiu. — Eu tava imaginando... Finzinho do baile... O sol já se posto por completo, a brisa da noite, as estrelas brilhando... Essa música começa a tocar, eu olho para a Liz que vai estar linda, eu chamo ela pra dançar, ela aceita, claro, depois de relutar um pouco... A gente se junta na pista de dança, e nos abraçamos, dançando agarradinhos. — Ele imitava os passos de dança, um olhar sonhador.

  — Nossa. — Arthur comentou, chocado. — Quem diria, hein? Você tá muito apaixonado.

  — Caralho, eu tô, né? — Thiago questionou com a mão na frente da boca, os olhos arregalados num sentimento de pânico. — Então assim que é o amor?

  Arthur riu achando graça, continuando o seu caminho até encontrar a sala do clube de música.

  — Mas e você, Arthurzinho? — Thiago perguntou assim que o Cervero parou de andar.

  — O que tem eu?

  — Eu tava ouvindo umas fofocas por aí... — O mais alto começou, recebendo um olhar suplicante do menor para que ele continuasse. — Que você gosta do loirinho míope. É verdade?

  Arthur olhou para os dois lados do corredor, procurando por alguma alma que poderia ouvir aquela conversa.

  — Não é bem assim.

  — Oh. Então como é? — Thiago perguntou interessado.

  — Eu quero dizer... O Dante é legal, interessante, inteligente, consideravelmente bonito...

  — Mas?

  — Mas, eu não quero me apaixonar por ele.

  Thiago inclinou a cabeça, confuso com as palavras que tinha acabado de ouvir.

  — O que? Por que?

  — Exatamente pelo mesmo motivo que o Joui começou a tratar ele mal. Eu não quero sair machucado dessa situação, e também não quero que ele se afaste de mim por me considerar esquisito.

  — E... Você acha que ele seria capaz disso? — Thiago perguntou com a voz baixa, vendo a imagem de Dante sair da sala do clube de música, silenciosamente o suficiente para Arthur não perceber sua presença.

  O loiro parou no lugar quando viu Arthur, não sabendo exatamente o que fazer.

  — Eu não sei. O Dante é legal e tals, mas... — Dante ergueu as sombrancelhas assim que ouviu seu nome, se perguntando do que diabos o menor estava falando. — Mas ele ainda é hetero.

  Os olhos de Thiago foram sem pudor para o garoto loiro, por consequência, Arthur se virou, encarando Dante com os olhos arregalados e as bochechas rosadas.

Ah, Meu Pobre Coração!Where stories live. Discover now