𝚜𝚒𝚡𝚝𝚎𝚎𝚗

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— Floch? — Você perguntou pausadamente, enquanto seus olhos iam se arregalando instantaneamente, ao mesmo tempo em que você percebia o que estava realmente acontecendo.

O sentimento de desespero ia tomando conta do seu corpo a cada milésimo que se passava. Segundos pareciam horas. E você não conseguia mexer um centímetro do seu corpo. Queria fechar a porta na cara dele, ou sair correndo e pegar o celular para ligar para alguém vir lhe socorrer, mas não conseguia.

Você simplesmente não tinha forças para se mover.

Todo o seu corpo tremia suavemente, não forte o suficiente para que o ruivo percebesse. Você suava frio e conseguia sentir todos os pelos do seu corpo se arrepiarem. As únicas coisas que você queria fazer era gritar e chorar, e você não sabia dizer como os seus joelhos ainda não haviam cedido.

— O que foi, docinho? — O fato de ele ter levantando a mão para alisar sua bochecha foi o suficiente para você dar um passo para trás, em puro reflexo, com medo que ele lhe violentasse de novo.

Um suspiro irritado saiu dos lábios dele, que deu um passo para dentro do apartamento, obrigando você a recuar um pouco mais, ainda sem baixar a guarda nem um segundo. Você queria gritar, expulsar ele de lá, bater a porta. Mas era impossível. Sua mente estava presa em um estado de paralisia, que lhe permitia fazer poucos movimentos.

Depois de tanto tempo passando pelo processo de superação desse relacionamento abusivo, toda a dor e angústia que você sentiu por tantos meses voltou à tona mais uma vez.

— Vai ficar fugindo de mim mesmo? — O ruivo perguntou, fechando a porta atrás de si e tirando a jaqueta que usava, jogando ela no encosto do sofá — Eu só vim aqui pra conversar — A voz dele adquiriu um tom mais mando e ele levantou as mãos em sinal em sinal de rendição.

— Conversar? — Sua pergunta teria saído em um tom irônico se você não estivesse tão apavorada.

— É, conversar — Ele repetiu, depois de outro suspiro frustado — As coisas ficaram meio tensas entre a gente e tudo mais, então vim aqui pra resolver isso.

Seus olhos acabaram se arregalando ainda mais. Era inacreditável o que você estava ouvindo. Meio tensas? Durante meses Floch lhe agrediu, tanto verbal quanto fisicamente, lhe fez ser dependente emocionalmente, acabou com sua autoestima, destruiu o seu psicológico e agora estava dizendo que tudo isso se resume a coisas meio tensas? Você não sabia o que falava mais alto dentro de você: o medo ou a raiva.

Mesmo assim, por mais que você estivesse com uma vontade imensa de gritar com ele e desabafar tudo o que está sentindo agora e o que sentiu durante o tempo que vocês namoraram, você ainda era muito fraca para isso.

Só em olhar para as mãos dele, sentiu aquela sensação terrível de quando ele apertava o seu pescoço. As lembranças de todos os hematomas que ele já deixou marcados em sua pele assolaram nublaram a sua mente, fazendo você não conseguir raciocinar direito.

— Você 'tá me ouvindo? — A voz dele fez você tomar um leve susto e voltar a olhar rapidamente nos olhos dele. Estava ficando cada vez mais difícil se manter consciente — Caralho, você ainda continua com essa mania insuportável de não prestar atenção quando eu tô falando — Mais um suspiro e você já sabia que isso significava que ele estava controlando a raiva — Enfim, só achei que a gente podia bater um papo e conversar sobre algumas coisas antes de a gente voltar.

— Voltar?

— É — Ele respondeu, simplista, dando de ombros e se sentando no braço do sofá — Quando a gente voltar a namorar.

✓ 𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 - 𝚎𝚛𝚎𝚗 𝚢𝚎𝚊𝚐𝚎𝚛Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum