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•Victoria•

—Chega mesmo dessa palhaçada, homem desgraçado!— Bruna resmunga irritada enquanto nós saimos da mansão rapidamente.

Ao virar a esquina, eu paro e encosto na parede pra tirar meus saltos, a Bruna não faz o mesmo, ela gosta deles e sabe lidar com eles, do jeito que eu estou chateada é capaz de eu deslocar o pé.

—Como pode uma pessoa ser assim por causa da classe social? Meu Deus, nunca imaginei que o Antônio Diniz fosse um ser tão desprezível.— Digo com a voz ainda afetada por conta de algumas lágrimas que sairam dos meus olhos.

Nós estamos com os braços entrelaçados, já estamos um pouco longe da mansão, até porque estamos andando tão rápido que parece que estamos correndo.

—O que dinheiro não faz com o ser humano...— Bruna diz com decepção na voz.— O cara se acha o fodão só porque tem dinheiro e ainda acha bonito sair humilhando as pessoas, vai tomar no cú, velho rabugento do caralho...

Quando dobramos outra esquina um carro parou ao nosso lado e eu vi ser o Mustang do Miguel, continuei andando sem me importar.

—Entrem, nós levamos vocês!— Matheus diz ao abaixar a janela. Ele está no banco do passageiro e o Miguel no motorista.

—Obrigada, não queremos!— Digo sem olhá-lo. A Bruna olhou pra mim com cara de “você quer mesmo ir pra casa a pé?” Afinal é uma enorme caminhada até a nossa casa.— Se você quiser ir com eles pode ir.

—Não claro que não, vou com você!

—Vamos, entrem no carro, nós levamos vocês!— Miguel insiste.

—Não, ok? Não!— Digo séria.

—Vamos conversar, eu sei que estão chateadas, mas...

—Mas nada, Miguel. Acho bom você ir conversar com o seu pai e ver se coloca um pouco de noção na cabeça dele, mas... Quem garante que você não pense igual a ele?

Puxo a Bruna para outra rua que eles não poderiam entrar, afinal é contra mão.

Limpei minhas lágrimas e nós duas decidimos ir de ônibus, afinal nossas casas são muito longe dali.

—Antônio tem sorte que eu gosto do Miguel e do Matheus... Se não...

—Qual seria o plano?

—Detonar ele na mídia, falar tudo o que ele fez com a gente e fazer essa porra sair em capa de tudo quanto é coisa até afetar diretamente nas empresas dele e chegar a ponto de falir e ficar pobre, logo eu iria ficar rica e ia pisar na cara dele, não por eu me igualar a ele, mas sim por que é ele, a única pessoa que eu desejaria fazer isso!

—Na teoria é um bom plano, mas acho que a mídia ficaria do lado dele e provavelmente as pessoas nos chamariam de biscoiteiras!— Digo suspirando.

Quando chegamos em casa, a Bru insistiu em ficar comigo, mas eu disse que queria ficar sozinha. Entrei no meu apartamento, fui diretamente tirar aquele vestido e tomar um banho pra limpar toda bebida que caiu em cima de mim.

Minha cabeça está doendo muito, parece até que vai explodir. Após o meu banho, eu lavei o vestido e coloquei no varal para secar, eu irei devolver ele imediatamente, está ventando bastante, espero que seque rápido.

Interesseira uma porra, eu não trabalho igual uma cachorra pra ouvir isso de riquinho mimado preconceituoso não.

Quando eu deitei minha cabeça na cama, sinto tudo vir a tona junto com as palavras do Antônio. Começo a chorar baixinho sentindo meu peito doer.

o AMOR de um CEOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora