Capítulo 8

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Scarlett

Eu preciso manter a calma agora, não sei o que aconteceu para acabar no castelo da família real do inferno, mas tenho um mau pressentimento sobre o Lui, ele não me entregaria para ninguém, provavelmente não está bem.

Respiro fundo pegando coragem, pois pelo que parece terei que encarar a realiza do inferno, quero logo sair daqui, sei que meu pai começou a me dar liberdade, mas sumir assim do nada é mais que falta de respeito e irresponsabilidade, claro que a culpa disso não é minha.

Caminho pelos milhões de corredores do castelo, mas não consigo achar a escada para descer, pois acho que estou no quarto andar do castelo pela altura do lugar, queria pular a janela, mas infelizmente puxei o lado raposa da minha mãe biológica, não tenho asas por causa disso.

Saio do quarto com o vestido branco que deixa minhas curvas bem aparentes, além disso, ele é transparente, pelo menos estou de calcinha e sutiã. Eu deveria ter aberto o armário para trocar de roupa, estou ficando desconfortável com os olhares dos empregados, parecem confusos enquanto me olham.

Me pergunto se Asura realmente me seqüestrou, sei que esse é um costume bem normal no inferno, mas não penso que seria capaz disso, ele é novo, temos basicamente a mesma idade, mas ele parece agir como um velho de cem anos as vezes, aqueles que seqüestram jovens garotas para serem suas esposas.

Preciso voltar ao meu objetivo que é sair daqui, não estou conseguindo me tele transportar então provavelmente tem alguma barreira em volta do castelo para intrusos, isso é muito ruim... Só começo a entrar em pânico ao pensar que estou presa aqui, minha respiração acelera e eu sento no chão enquanto tento me acalmar. Meu lado kitsune me faz encontrar um pânico ou depressão ao pensar que estou presa, pois somos seres livres e um pouquinho traiçoeiros.

Asura -você esta bem?- só levanto meu rosto e olho para o moreno a minha frente, parece tranquilo e esta usando uma roupa super formal, parece um principe tirando os chifres é claro, são enormes e não consigo parar de olhar, ele é a cara do rei, pai dele.

-o que você fez com o Lui?- pergunto extremamente preocupa, pois a ultima coisa que me lembro é de estar nos braços dele.

Asura -nada.- diz estendendo o braço, parece querer me ajudar a levantar, mas não consigo confiar,

-Lui nunca me entregaria a você- falo me levantando, estou brava e sei que ele notou isso.

Asura -imagino que esta com dor de cabeça, estava completamente bebada, desça comigo para comer o café da manha.- diz me olhando calmamente.

-por que estou aqui? Por que me sequestrou?!- pergunto me afastando dele.

Asura -eu aproveitei que seu servo se afastou de você para matar os lobos infernais que estavam seguindo-os pelo bosque.- ele deve ter entrado em desespero quando eu sumi.

-qual seu problema comigo!?- pergunto o encarando, ele esta me olhando, mas não responde.

Asura —eu quero conhecer você, poder me aproximar, mas seu pai...— só paro a fala dele o interrompendo.

—eu respeito e tento entender as decisões do meu pai, ele só quer me proteger.— falo me virando para tentar achar uma saída, mas ele consegue envolver uma das mãos em minha cintura me fazendo voltar.

Asura —acha mesmo que vou te machucar? Você é uma das pouquíssimas pessoas nesse mundo que quero bem.— diz me olhando nos olhos, está tão próximo de mim que estou com vontade de enfiar minha cabeça em baixo da terra por causa da vergonha.

—e você é umas das pessoas que eu quero longe de mim.— falo logo depois pisando no pé dele, vejo sua expressão de dor e isso me faz sorrir.

Começo a gritar quando ele me segura e me taca nas costas, parece estar irritado. Os empregados estão olhando, mas ninguém faz nada,  só desisto de me debater enquanto ele caminha, pois se me derrubar ficarei bem machucada.

—tanta mulher perfeita nesse mundo e você tem mesmo que cismar comigo?! É um príncipe, vai se casar com alguma nobre, maldito, chifrudo idiota!— falo extremamente brava.

Asura —calada por cinco minutos, isso é uma ordem.— só paro de xingar ele automaticamente, mas continuo a bater em suas costas.

Vejo ele me levar até a sala de jantar enorme com uma mesa gigantesca, vejo o rei do inferno, Dantalion e sua esposa Sarah comendo o café da manhã.

Asura —se comporte e podemos conversar direito.— diz, mas por estar brava enfio minhas garras nas costas dele.

Sarah —você é muito arrisca igual o seu pai pelo que parece.— só olho para a cara dela, estou brava, mas ela parece feliz.

—meu pai vai matar o filho de vocês.— falo pois contei mentalmente os cinco minutos.

Dantalion —ele pode ser o mais forte demônio, mas não é mais forte que todos juntos, não vai conseguir entrar nesse castelo para matar meu filho.— diz sério.

Só abro minha boca e enfio meus dentes afiados no ombro dele fazendo o dar um grito de dor e logo depois me soltar.

Asura —raposa maldita!— diz por causa da raiva, só corro para a saída, mas na hora de sair uma barreira me para me fazendo  cair para trás.

Tento usar meus poderes, fico me lançando com toda minha força contra a parede invisível, mas não consigo sair.

Sinto alguém colocar a mão no meu ombro, só controlo minha respiração para não querer estraçalhar todos no meu caminho.

Sarah —somente uma semana, ele só quer te conhecer, prometo que se não te deixar sair depois disso irei punir ele.— não tem muita coisa que posso fazer pelo que vejo.

—é melhor cumprir.— falo voltando para sala de jantar já que preciso comer, estou morrendo de fome e cede.

Me sento em uma cadeira sem olhar para ele,  só como de qualquer jeito sem usar os talheres certos, sou educada, mas aqui quero ser alguém indesejado.

Vejo todos começarem a sair da mesa inclusive Asura que parece bravo por eu ter arranhado e mordido ele, mas a rainha continua ali me olhando.

Sarah —você era tão dócil e fofa quando criança, dizia que queria casar com o Asura, que ele seria seu marido, que governariam o inferno juntos.— impossível, não lembro dessas coisas, provavelmente tinha menos de 7 anos.

—eu era uma criança, e com certeza não quero um marido, ele já é possessivo sendo meu mestre, quero nem imaginar como seria sento outra coisa. E se vier disser que ele pode mudar por mim nem vem, não sou paracetamol ou clínica de reabilitação.— falo levantando.

Sarah —eu ainda acho que vão se entender.— diz com um sorriso doce, ela é muito otimista

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora