Capítulo 9

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Scarlett

Eu não faço ideia do que deveria fazer aqui dentro do castelo, não parece ter muito entretenimento, tem uma biblioteca enorme da rainha Sarah, mas não sou fã de livros, minha imaginação não é fértil.

Niram —parece estressada, por que não vai a termal?  Tenho certeza que vai relaxar, fica na parte esquerda do castelo.— Esse é o castelo mais caro do inferno eu posso aproveitar para relaxar, beber os vinhos, conhecer o resto da família real.

—boa ideia, poderia trabalhar no castelo do meu pai, eu gosto de você, Niram.— quando falo isso ela fica sem jeito.

Niram —nunca vou abandonar meus mestres.— ela é tão legal.

Só caminho pelo castelo pela parte esquerda,  mas acabo esbarrando em alguém que estava andando super rápido e nem se esforçou para desviar. Acabei machucando meu joelho um pouco, vai ficar vermelho, mas dá para aguentar a dor.

Vejo o homem de cabelo loiro acinzentado parar para  me ajudar, ele estende a mão, aceito e volto a ficar em pé.

Homem —sinto muito, estava apressado e nem vi você, meu nome é Bel, sou irmão do Dantalion. Nunca te vi aqui, com certeza lembraria de uma mulher tão linda como você.— sinto meu rosto avermelhar, ele falou tão normalmente que só percebi a cantada depois de um tempo.

—meu nome é Scarlett, eu realmente nunca estive aqui.— talvez quando eu era criança já tenha vindo.

Bel —já deve ouvir muito isso, mas é linda, me desculpa mesmo por derrubar você, se quiser que eu pague um jantar para compensar.— eu até aceitaria, pois é lindo, mas não consigo passar pela barreira em frente a casa.

—não consigo passar pela porta da frente, estou presa aqui.— falo fazendo um olhar de tristeza.

Bel —não se preocupe, irei arrumar uma forma de tirar você daqui.— só escuto uma tosse.

Sarah —eu nem me surpreendo mais com você, Bel.— diz na porta.

—agora virou crime quererem me tirar daqui?— pergunto séria.

Sarah —não é por isso, o Bel não é nem um pouco cavaleiro, recomendo que fique longe dele.— e por que eu deveria ouvir o que ela fala, uma mulher que viveu a vida inteira presa, abandonou tudo por liberdade, traiu o marido e ainda engravidou do enteado. Ela deveria ser a última pessoa a me dar um concelho.

Dantalion —você tem muita audácia de pensar essas coisas da minha esposa sabendo que consigo ler mentes.— eu não me importo, se você é um corno conformado problema seu, não menti.

Bel —por que prenderam essa garota aqui, achei que respeitassem o direito de liberdade dos outros.— vejo que Sarah fica em silêncio por um tempo.

Sarah —eu desisto.— diz saindo do corredor.

Dantalion —eu não gosto de ti, e quero logo você longe do meu filho, se conseguir convencer ele a deixar você ir embora sai hoje mesmo.— diz saindo com a esposa.

Tenho certeza que o Dantalion me detesta, e a Sarah já perdeu a esperança de tentar se aproximar, acho que isso é bom, menos duas pessoas me querendo nessa casa.

Bel —não acha que deveria pedir desculpas pelo que pensou? Não sei o que foi, mas se deixou o Lion bravo...

—não me importo, meu pai me ensinou a não abaixar a cabeça para ninguém, se ele leu meus pensamentos problema dele, ele que deveria pedir desculpas por invadir minha privacidade.

Bel —eu gostei de você, mas tenho que ir fazer meus trabalhos, até outra hora raposinha.— diz se afastando.

Vou em direção termal, quando estou prestes a entrar caio em cima de alguém, quando abro meus olhos me deparo com Asura, quando me levanto um pouco percebo que está semi nu com uma toalha cobrindo sua parte íntima, engulo seco e me afasto imediatamente, parece que estava na termal, pois senti sua quentura elevada e o cabelo está molhado.

Eu queria saber o que está acontecendo comigo hoje, nunca tive tanto azar na vida.

Asura —essa é a parte masculina, o que faz aqui.— diz se levantando, tento controlar minha vergonha e continuar firme, mas o tanquinho dele está tirando minha atenção, pois é bem mais definido do que o do Lui, seus braços são fortes o que mostra que ele deve treinar e se esforçar muito.

—eu errei a porta, sinto muito.— falo me virando para ir logo embora, mas sinto ele a segurar meu braço sem força alguma.

Asura —espera um pouco,  seu joelho está sangrando um pouco, me deixa cuidar.— só vejo ele me puxar para uma sala vazia, ele me faz sentar em um banco e pega um remédio no armário na parede.

Vejo o moreno se abaixar para aplicar no meu ferimento, a posição dele está me fazendo pensar outras coisas, pois está agachado em frente as minhas pernas, quando ele passa o remédio com um algodão acabo dando um gemido de dor por começar a arder, mas logo para, fico olhando para os chifres dele o tempo todo, são interessantes, eu quero segurar um pouco, meu pai dizia para não segurar o chifres de um demônio, que isso é algo muito pessoal e que demônios nunca deixam serem segurados por qualquer um.

Só aproveito que ele está colocando um curativo a prova de água para segurar seus chifres negros, fico a segurar com as duas mãos, é bom para se apoiar, acho que é assim que a rainha se deita com o marido,  provavelmente aproveita para ficar por cima. Eu tenho que parar de pensar essas baixarias.

Asura —realmente precisa.— quando ele fala isso só travo, ele também consegue ler mentes igual ao pai.

—por que sua família não respeita a privacidade dos outros.— falo brava.

Asura —em minha defesa faz uma semana que esse poder apareceu, realmente não sei, agora meu pai é por não querer parar te ler mentes mesmo.— queria saber como a Rainha aguenta isso, não poder ter nenhum segredo.

Já que ele esta lendo minha mente posso entrar logo no assunto.

—seus pais me detestam e querem que eu vá logo embora, eu também odeio esse lugar e....— antes que eu termine ele se levanta e se inclina na minha direção.

Asura —eu preciso sentir esse alívio de estar perto de você por pelo menos uma semana, além disso, seu cheiro me faz tão bem.— vejo os olhos dele brilharem em vermelho me fazendo ficar toda arrepiada, ele é meio vampiro.... como pude esquecer disso.

Me falaram para nunca ser mordida, que isso vicia mais que droga, eu não me sinto confortável sabendo que está ouvindo até esses pensamentos.

—obrigada mesmo pelo curativo, mas preciso de um banho.— falo me levantando, estou bem em frente a ele.

Asura simplesmente coloca a mão em volta da minha cintura, não consigo manter a postura com ele sem camisa.

—o que você pensa que está fazendo.— falo tentando parecer brava, mas minha voz sai trêmula.

Asura —seus olhos são lindos, e seu lábio também, quero tanto beijar sua boca.— era mais fácil ter me beijado sem dizer nada, pois agora estou sem reação.

No que estou pensando, eu detesto ele, a família dele, todo mundo desse maldito castelo. Só empurro seu peitoral e passo por ele, preciso de um banho frio e não quente.

Asura —uma semana, raposinha travessa.— contínuo a andar sem olhar para trás, tenho certeza que falou de forma maliciosa mesmo nunca tento visto ele assim.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora