Capítulo 24

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Scarlett

Enquanto estou a assar o bolo de chocolate para minha irmã que tenho certeza que vai aparecer aqui escuto o som da uma cadeira sendo arrastada atrás de mim, olho para trás e vejo Lui, parece já não estar tão magoado comigo.

—precisa de alguma coisa? Se quiser posso pegar?— pergunto abrindo um sorriso alegre, pois não vejo a hora de ver como minha irmã é, também para ver esse tal de Amon, Dante pareceu sério ao falar sobre ele.

Lui —não, eu vim aqui para perguntar se precisa de ajuda, vi que ficou toda branca por causa da farinha, imaginei que..— ele está tentando não me ofender dizendo que devo estar grotesca e cheia de farinha, pois deixei o pote cair no chão e a farinha voou pela cozinha inteira.

—na verdade sim, pode marcar 30 minutos para o bolo ficar pronto enquanto vou tomar um banho, agradeceria demais— falo enquanto tento desgrudar a massa que ficou presa no meu cabelo, meus bolos ficam gostosos, mas não levo jeito para me manter limpa, raposas normalmente não servem para fazer afazeres domésticos, normalmente sujamos mais o cômodo sem perceber.

Lui —claro, pode ir— diz forçando um sorriso, só vou na direção dele e dou um beijo em sua bochecha para agradecê-lo, pois se eu o abraçar ficará sujo igual a mim.

—obrigada mesmo— digo olhando em seus olhos antes de sair, notei que ficou um pouco vermelho o que é até fofo.
(...)

Tomei um banho quente de chuveiro para ser rápido e desgrudar a farinha da minha pele, saio do banheiro enrolada em uma toalha, mas tomo um leve susto ao ver alguém sentado na minha cama me olhando, logo a luz do meu quarto ao bater palmas, fico mais tranquila ao ver Arlan, pois pensei que seria algum demônio ruim.

—meu pai ficará bravo e decepcionado se souber que está invadindo meu quarto— falo normalmente enquanto olho para ele e pego outra toalha para secar o cabelo.

Arlan —sei disso, mas você vai dizer?— pergunta com um sorriso descontraído, tem me tratado de forma mais "natural" ultimamente, acho que é por se sentir mais próximo de mim, pois antes éramos estranhos.

—não, mas poderia bater na janela da varanda antes de entrar, pois posso estar trocando de roupa— digo enquanto vou até o armário pegar um vestido solto e florido, pois irei me trocar no banheiro.

Arlan —peço desculpas, estava a conversar com seu pai agora pouco, ela disse que você estava cozinhando, não pensei que estaria aqui por isso decidi entrar e esperar você— ata... por um minuto pensei que tinha feito isso na maldade, de forma maliciosa ou oportunista.

—que bom, mas é melhor você ir, se meu pai chegar a sentir sua presença aqui dentro vai pensar mil coisas, talvez até pare de gostar de você, vocês foram criados na mesma época e tal, mas não são irmãos de verdade, pelo menos ele nunca chamou nenhum dos outros pilares de família, nem de consideração...

Arlan —eu entendi Scar, não precisa explicar, está ocupada, só vim deixar os documentos do oitavo nível infernal aqui, disse que queria ser rainha dele, deve começar a ver a regras e o comportamento do povo para ser aceita, pois não é só simplesmente chegar lá e pegar o controle, se precisar de qualquer ajuda com relação aos monstros e a inimigos é só me chamar, tchau— quando termina de falar só desaparece em um piscar de olhos, vejo que encima de cama está o relatório que falou.

Só respiro fundo, pois nem consegui me despedir.... Por que pilares são tão complicados de se entender?
(...)

Volto para a cozinha e vejo Lui de avental desenformando o bolo, notei que preparou o chantilly de chocolate e o recheio de avelã.

—você leva mais jeito que eu— digo me sentando na cadeira enquanto o observo.

Lui — sou órfão, tive que aprender tudo sozinho, ninguém me quis além do seu pai que me acolheu— diz normalmente, acho que já aceitou esse fato, pois não senti mágoa em sua frase.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora