Capítulo 30

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Scarlett

Só corro na pista de corrida que dá volta no castelo do meu pai,  preciso me exercitar um pouco, não posso ficar parada.

Passo pelo jardim onde vejo Arlan assinando alguns papéis, mas ele para e me olha, acabo perdendo o equilíbrio, caio no chão, mas logo me levanto por causa da vergonha dele ter visto, vejo ele se levantar para vir onde estou, acho que está preocupado.

Arlan —você está bem? Desculpe, não queria  ter tirado sua atenção da corrida— eu raramente consigo fazer algo certo sendo observada, mas a culpa não é dele.

—a culpa não é sua, apenas minha que perdi minha atenção— falo tirando a areia do meu short.

Arlan —vou entrar para continuar correndo, não quero atrapalhar você— diz guardando os documentos na pasta.

—tem certeza que quer entrar, também não quero atrapalhar você— digo e ele apenas abre um sorriso o que me deixa um pouco sem jeito, pois sua personalidade é bem atraente.

Arlan —você é muito educada, Scar, mas não tem mesmo problema algum, posso assinar documentos em qualquer lugar, espero que tenha um bom dia de treino— diz e logo caminha em direção ao castelo, quando vejo que sumiu da minha visão volto a correr.
(...)

Apenas volto para casa e tomo uma ducha rapida, pois estou morrendo de calor, fico pensando em Arlan por um tempo, pois por algum motivo estou começando a me sentir atraída por ele, mas eu não posso, meu pai vai me odiar se souber disso.

Vou para o quarto de toalha, pego um top azul claro e um short de algodão azul escuro, me visto e me preparo para sair do quarto, pois quero ver um filme no cinema do castelo, é legal ele ser apenas da família, é bom assistir filme estando sozinha.

Enquanto vou para o cinema do castelo vejo Lui caminhando  para a cozinha, talvez seja legal chamá-lo, além disso, seria bom pegar petiscos também.

—Lui, quer ver um filme comigo?— pergunto e ele para de andar e se vira para mim.

Lui —parece estar entediada, Scar— e como estou.

—você também não deve ter nada para fazer, vamo ver um filme de comédia— digo e ele fica pensativo por um tempo.

Lui —tudo bem, vou pegar alguns petiscos, vai querer o que?

—na geladeira tem um pode com frutas vermelhas, se puder trazer— vejo que ele sorri e vai para cozinha, acho que foi um sim.

Apenas continuo meu caminho até a sala de cinema, ia colocar comédia, mas acho que prefiro terror, acho que Lui não vai se importar muito para ser sincera.

Asura

Apenas arrumo meu blazer, pois hoje é o encontro para conhecer  minha futura noiva, a mulher que escolhi para irritar minha mãe, pois se ela deseja uma nora, vai ter uma.

Escuto batidas na porta, apenas mando entrar,  Niram abre e entra no quarto, ela coloco um presente em cima da mesa, acho que é para presentear minha pretendente.

Niram —você está lindo, meu principezinho— diz tocando em meu rosto com carinho enquanto aperta minha bochecha, apenas permito, pois cuida de mim desde que eu era em recém nascido, sempre esteve por perto.

—poderia parar de fazer isso, não sou mais uma criança— falo em um tom amigável o que faz ela pegar um pente e arrumar meu cabelo bagunçado.

Niram —sabe Asura, eu sempre servi ao seu pai, quando casou servi a ele e a sua mãe, nunca tive oportunidade de conhecer alguém e construir uma família, nunca tive filhos, mas cuidei de você como se fosse meu, espero continuar  servindo a essa família no futuro, a você e a seus futuros filhos—  sua voz apenas mostra sinceridade e carinho, nunca cheguei a pensar em como ela se sentia com isso, nunca tem folga, sempre está aqui no castelo trabalhando e zelando pelo bem estar da minha família.

—eu sinto muito por ser uma serva, se um dia eu me tornar rei te libertarei disso— ela é como se fosse uma segunda mãe para mim, sempre que meus pais viajavam a trabalho quem cuidava de mim era ela, também foi quem me ensinou a ler, quem contava histórias para tentar me fazer dormir(sempre tive muitos problemas para dormir por ser meio vampiro)

Niram —para ser sincera Asura, eu nunca pretendi ser livre, sempre trabalhei no castelo e cuidei de todos aqui, quero continuar cuidando. Agora se anime mais, talvez essa pretendente chame sua atenção— diz terminando de pentear meu cabelo, apenas me olho no espelho um pouco insatisfeito por parecer um nobre engomadinho.

—odeio estar completando arrumado, meu pai não anda o tempo inteiro de terno, sempre está com a camisa aberta, com o cabelo desarrumado e ninguém fala nada.

Niram —você sabe que tem diferenças, ele é o rei, se alguém abrir a boca para julgar algo ele vai matar, quer fazer o mesmo que ele? Pois acho que não tem nada que de impeça infelizmente.

—eu não quero ser igual a ele, mas acho que não tenho muita escolha sobre isso no final das contas— digo e ela apenas pega o pente novamente e bagunça meu cabelo.

Niram —se prefere assim tudo bem, se essa mulher acabar se tornando sua futura esposa vai ter que aceitar quem você realmente é. Agora vai, mulheres odeiam ficar esperando— apenas abro um sorriso e saio do quarto, pois conseguiu me animar.

Enquanto caminho para a casa de vidro no jardim sinto um aperto no peito, apenas fecho os olhos, logo passa, será que Scar se machucou ou beijou alguém? Acho melhor simplesmente não saber.

Minha mãe mandou construir a alguns anos atrás uma casa de vidro no meio do jardim de orquídeas e rosas azuis, tudo tem um tom de azul, inclusive o lago de carpas cristalino.

Espero que o jantar ocorra bem, eu não quero me estressar ou ficar ansioso, sempre fui meio indeciso sobre tudo, nunca consegui dar minha opinião ou rebater qualquer fala do meu pai, me pergunto se um dia notará tudo que faço para tentar ser um filho perfeito.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora