18. E foi de graça

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Como Anya tinha prometido, voltou ainda antes do almoço para acompanhar Meike na refeição. A loira até tinha pensado mais de uma vez em ir ao trabalho, já que tinha acordado bem, mas depois de um par de horas, só conseguia sentir a mesma indisposição. Não estava tão mal a ponto de delirar, mas resolveu se render ao conforto do sofá da sala e ficar assistindo seriados e filmes na companhia de brigadeiro de colher.

Depois do almoço, Anya ainda precisou ir para o ensaio e mais uma vez, a loira se viu sozinha no apartamento, depois de algumas horas, estava até reclamando sozinha por ter sido abandonada, só David atendia o telefone de Hendrik, cheio de reuniões importantes naquele dia, e Jack nem sequer estava atendendo, mas até onde tinha entendido, ele estivera em outro estado para um jogo do time no dia anterior. Sem muita opção, ela só se jogou no sofá de novo, dentro do pijama de princesa, e depois de tomar o remédio, já tinha adormecido.

Você não devia estar dormindo no sofá...

Hmm? – Meike se revirou no sofá, sem muita vontade de abrir os olhos. Talvez estivesse delirando de novo. – Micha...?

Também não precisa ofender.

Meike fez um esforço para abrir os olhos, esfregando-os por um instante para que uma figura indistinta surgisse no seu campo de visão. A visão embaçada logo focalizou no amigo de infância, o falso namorado que estivera sumido no último dia.

JJ?

– Estava me perguntando por que é que tinha um milhão de ligações suas no meu celular. Você lembra quando são os meus jogos, não é?

Eu tô doente, JJ, eu não quero saber de jogo. – Meike resmungou, se virando no sofá e sentindo a barriga roncar. Quanto tempo tinha dormido depois do almoço?

– Percebi. Como está se sentindo? – Jack levou a mão até a testa de Meike, para sentir a temperatura. – Não está tão quente.

Eu tô com fome. – ela respondeu, se remexendo no sofá. – Você é um bobo, devia estar comigo ontem, eu quase morri, sabia? Até estava delirando com o Micha cuidando de mim.

– Eu trabalho, loirinha. – respondeu o mais velho. – Levante que você está com cara de que passou o dia todo no sofá, hm? Vá tomar um banho pra baixar mais a temperatura e eu vou preparar alguma coisa pra você comer.

Hamburguer ao ponto?

– Alguma coisa mais leve que isso, ou vai passar a noite vomitando. – respondeu Jack, levantando-se e dando uns tapinhas no ombro da amiga.

– Você é muito chato, JJ.

A loira finalmente se levantou para ir até o banho e Jack seguiu na direção da cozinha para preparar uma sopa, que seria bem mais recomendada para o estado dela. Já convivia com Meike há tanto tempo que agia mais como o irmão mais velho do que o Hendrik, preparou uma canja rápida, foi tempo suficiente para que Meike tomasse o longo banho, para voltar até a sala de jantar com os pijamas de botões, mangas compridas e calças com estampas de nuvens azuis, uma visão com a qual ele já estava até acostumado, mas acabou rindo observando a amiga por cima do balcão da cozinha.

– O que você tá rindo aí, JJ? – a loira reclamou, fazendo um bico e se aproximando do balcão para sentar numa das banquetas altas. Ela desfez a careta rápido quando sentiu o cheiro da comida. – Hmmm... que cheiro bom.

– Obrigado, eu estou sempre cheiroso. – ele respondeu com um quê convencido que só trouxe outra careta de reprovação em Meike.

– Bobo.

– E você não pode sobreviver sem mim. – Jack colocou uma tigela de sopa na frente da loira e outra para ele, dando a volta para se sentar numa das banquetas também.

Um Chamado do DestinoWhere stories live. Discover now