𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟

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Brett não sabia exatamente como tinha arrumado coragem para parar na vila mais próxima da sua casa e encarar o ômega a sua frente, porém, ali estava ele, jogando todas as falas de sua mãe dentro de um buraco e com o coração batendo de forma desesperada dentro do seu peito.

— Sua vez! — Josh tinha um sorriso tímido nos lábios, olhando para a caixa de madeira embaixo da bancada, sem nem saber com quem falava — Infelizmente a compota de pêssego já acabou, deixando apenas a de amora e morango, porém ainda temos todos os tipos de geleia que poderia imaginar.

Quando o ômega ergueu o rosto, finalmente reconhecendo o alfa, seu sorriso foi diminuindo, até se tornar uma linha fina. Josh não gostava do visconde Talbot, achava o alfa prepotente e arrogante, sempre andando na vila como se fosse o dono de tudo e todos. Mas sua implicância mesmo, havia nascido depois que ouviu da boca do visconde que ele não deveria ficar tão "receptível", como se todos os ômegas solteiros tivessem dinheiro o suficiente para pagar por supressores e não entrarem no cio. Ele, mesmo tendo seu cio de três em três meses, ainda era um ômega virgem, mesmo com a dor e sabendo que tudo poderia ser resolvido se apenas cedesse ao pedido de qualquer alfa, o Diaz se trancava em seu quarto com uma mistura de ervas cercando toda sua casa, impossibilitando qualquer alfa de se aproximar dele.

— O que quer aqui? — a voz do ômega tinha um tom agressivo — Seus milhares de cozinheiros não sabem fazer uma simples compota de frutas ou uma geleia gostosa para a vossa senhoria?

Brett mordeu os lábios, sem saber como responder o ômega, sentindo vontade de sorrir pela forma como garoto parecia tão bonito quando irritado. Céus! Por que as coisas não poderiam ser fáceis para ele?

— Não existe... eh... — o visconde encarou o vidro disposto na bancada, a pegando — Compota de... ahn... framboesa melhor que a de vocês.

Josh franziu a testa, achando graça do jeito do visconde, antes de piscar um pouco confuso para o alfa.

— Sabe que é amora né? — perguntou ao alfa, vendo as feições do Talbot se transformando em uma careta — Acho que não sabia e para quem declarou que não existe uma compota melhor do que a da minha família, deveria saber que era amora.

Brett sorriu, achando graça de sua vergonha, vendo um sorriso rastejar pelas feições de Josh também, devido a ele. E, de repente, ele parecia ter entendido que as coisas poderiam ser fáceis, simples como uma vergonha quando passada na frente de quem se gosta, apenas para ganhar um sorriso como aquele.

— Você tem um sorriso lindo. — declarou o visconde, vendo o ômega soltar uma risada acanhada, olhando para o chão.

— Seu cabelo é legal. — Josh disse, sem saber exatamente o porquê de ter dito aquilo, se sentindo um idiota logo em seguida. Acreditava que deveria ser sua educação, a fala da mãe, de que sempre depois de um elogio, deveria retribuir — Compota de framboesa?

O perguntou, parecendo ainda mais acanhado que antes.

— Sim... — Brett suspirou — Sim, uma compota de framboesa para a viagem.

O ômega puxou um pedaço de juta, prevendo que o visconde iria o levar no meio de suas coisas, tentando deixar seguro para uma viagem. E Brett apenas o observou em silêncio, gostando da companhia silenciosa e rápida do Diaz, sabendo que mesmo se o seu desejo fosse ficar ao lado do homem para sempre, não poderia. Não, enquanto sua mãe achasse aquilo um erro.

Theo realmente não sabia como seu coração iria reagir até o casamento de Alexander e Nolan, era como se um peso enorme estivesse em seu peito, o avisando que alguma coisa tinha mudado. Ele acreditava que se devia ao fato de finalmente ter aceitado seus sentimentos e pudessem entender o que aquilo significava. O simples fato de ter a ideia de pedir o doce Liam em noivado na festa do irmão, deixava claro sua posição de colocar a si mesmo em primeiro lugar, deixando o lema da família em segundo plano.

O Cortejo Do Marquês Raeken-Hale│𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Where stories live. Discover now