𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖊𝖓𝖔𝖛𝖊

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O ômega se sentia sufocado, desde a tenda cheia de flores, aos campos que pareciam infinitos, ao barulho de passos atrás dele. Será que Isaac, Scott ou Theodore não entendiam o que significava ficar sozinho? Ele se perguntava, apressando o passo, caminhando na direção da vila, ao invés de seguir para a grande mansão onde todos estavam hospedado.

Sua mente estava tão, mas tão confusa. Os Hale tinham o recebido tão bem, mesmo depois de tudo o que aprontaram, ele não estava esperando por isso, não era para ter sido recebido desse jeito. O conde e ele tinham conversado, era impossível que eles tivessem mudado sua opinião quanto a ele com tão pouco tempo.

A duquesa o abraçou, o elogiou, comentou de segundo a segundo como seus filhos gostavam dele, desde Alexander que ele já esperava, devido as cartas trocadas, a Theodore que pediu sua autorização para um casamento. Parecia completamente insano que o marquês do café tivesse a autorização de sua mãe, depois de ter perdido a de seu primo, depois de terem feito o que fizeram com a sua reputação.

O duque Hale também, Peter, ele parecia tão sincero com seus sorrisos e brincadeiras, eles até mesmo tinham dançado uma música no dia anterior, no sarau. Somente de lembrar do ocorrido seu corpo sentia um arrepio cruzar sua pele. O conde Argent não gostou, ele disse que aquilo parecia um deboche a sua pessoa, mas era apenas uma dança. Theodore sequer tinha se aproximado dele na frente das pessoas.

O marido de Stiles, duque Derek Hale, havia o procurado também, pedido seu perdão novamente, implorado de forma direta para aceitar o pedido de seu primo, aceitar entrar para a família. Era tudo tão insano e estranhamente magnífico. Então ele precisava voltar a estaca zero, precisava retornar a seu compromisso. Ele era noivo do conde Argent.

O ômega suspirou, finalmente entrando na vila, vendo as pessoas saindo de sua casa com suas melhores roupas, certamente convidadas para o casamento de Alexander. Ele esperava sinceramente que o amigo o perdoasse, ele não suportaria perder o contato com Alec magoado consigo.

Gabe respirou fundo ao dar mais um passo. O alfa imaginava certinho o que cruzava a mente do menor. E não estava gostando nada daquilo.

O conde passou a língua pelos lábios, observando Liam finalmente sorrir, como se tivesse encontrado o que sempre procurou e se deitar sobre um banco em um pequeno banco, as pálpebras fechadas. Liam simplesmente relaxou, esquecendo os problemas, esquecendo sua presença. Gabe puxou a respiração com força, se aproximando batendo os pés, evidenciando ainda mais sua presença.

Apesar de irritado, ele reconhecia que não poderia chegar brigando, Liam era sensível, qualquer passo em falso o levaria para os braços do marquês do café, ainda mais com sua intensa campanha para o ter de volta. Gabe sabia reconhecer quando outro alfa queria o que era seu. E Liam era indiscutivelmente seu. E ele não deixaria isso mudar.

— Você está bem?

A pergunta saiu tão banal que irritou o alfa, mas ele manteve um sorriso no rosto, como se não soubesse de nada. Liam abriu os olhos, se erguendo, mantendo-se sentado.

— Co-conde...

Gabe se irritou com a clara surpresa, porque era óbvio a qualquer um que seu noivo esperava outra pessoa. Não ele.

— Quem estava esperando? — mesmo sabendo a resposta, perguntou, avaliando o menor.

— Eu... me desculpe...

— Você não esta fazendo sentido, Liam. — sua voz saiu baixa, como se estivesse magoada e isso fez o coração mole do ômega o deixar com um sentimento de culpa — Eu tenho feito tudo o que está em meu alcance para amar você e isso é uma coisa extremamente difícil.

O Cortejo Do Marquês Raeken-Hale│𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu