XVII. DAME CARCAS

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“Não é preciso que a bondade se mostre; mas sim é preciso que se deixe ver.”

- Platão

- Platão

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17. Dama Carcas

A M A L I E

Ele partiu naquele momento, como se encarar meus olhos fosse uma ação dolorosa de executar

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Ele partiu naquele momento, como se encarar meus olhos fosse uma ação dolorosa de executar.

O rei não era um homem comum.

Eu não precisava de mais tempo ou mais situações para compreender que Christophe Toussaint não se igualava a ninguém.

Ele constantemente estava com o semblante zangado e não abria a boca durante as refeições, a não ser para comer.

Tinha claras perturbações; demônios que o atormentavam a todo instante; fantasmas que sopravam em seus ouvidos.

Cheguei a acreditar que o palácio fosse realmente mal assombrado, e as assombrações estavam todas ao redor do indecifrável rei.

Antes de dar-me as costas, uma sombra de tristeza passou por seu rosto, deixando mais escuro o tom azul de seus olhos.

Eu já ouvira tantas coisas sobre ele: que era um homem carrasco; um homem impiedoso; um homem sem alma.

Mas eu nunca havia parado para pensar que talvez rei Christophe fosse apenas um homem — um homem que gostava de cavalos; que cuidava da irmã; que manteve sua cuidadora por perto; e que respeitava meu pai.

Um homem que poupou minha vida.

A perturbação, então, passara para mim.

Quem, de verdade, era o rei Christophe?

Por que parecia tão difícil compreendê-lo?

O que existia por trás de sua feição tão endurecida?

Observando seus passos distanciarem, peguei-me tentada a descobrir.

🍄

Os domingos no palácio eram reservados para o descanso, tal como exigia o catolicismo.

Vossa Majestade, o Rei ✠ Livro IWhere stories live. Discover now