Aqui não temos um CEO vestido com ternos de risca. No lugar disso, o rei Christophe esbanja seu charme e sensualidade com uma bela coroa de pedras preciosas.
A mocinha indefesa não é tão indefesa assim - e nem tão mocinha. Afinal, Amalie maneja uma...
“Nós nos transformamos naquilo que praticamos com frequência. A perfeição, portanto, não é um ato isolado. É um hábito.”
- Aristóteles
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20. Corvo
A M A L I E
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O rei simplesmente desapareceu depois daquela manhã.
Simples assim: puff!
E não era o caso de uma viagem repentina, pois meu pai teria lhe acompanhado — e ele permanecia no palácio junto a mim.
Eu aprendera rápido que Christophe Toussaint não era o tipo de homem que se devia questionar. Suas ações não podiam ser premeditadas, quanto mais compreendidas.
Além de que, papai também não me revelaria o motivo de seu sumiço. Gaston Auclair e sir Gaston eram pessoas diferentes. E o veterano de guerra sabia exatamente separar uma da outra.
Quanto a mim... Eu me sentia ansiosa. Nervosa. Inquieta.
Queria encontrá-lo de novo, olhar seu rosto e trocar mais palavras; queria outra conversa como aquela que tivemos no corredor da esquerda; queria sentir o cheiro selvagem de rosa búlgara de novo.
Alguma coisa me dizia que em nosso último encontro eu chegara perto de tocar seu íntimo.
Podia notar pela mudança em seus olhos, que brevemente passaram de tempestuosos para algo quase brando.
Eu conhecera um fragmento do rei — um fragmento mínimo e minúsculo em comparação a todo o oceano de mistério que seus olhos eram —, mas valera a pena.
Tudo valia, como eu havia lhe dito.
Ele mostrou um ato de bondade a mim, e qualquer pessoa que me tivesse essa consideração, merecia uma parte do meu respeito.
Que ironia... Eu, Amalie Auclair cogitando respeitar o rei.
Verdadeiramente, papai tivera razão ao dizer que eu não fazia ideia do destino que me aguardava.
