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Querida, cheguei!

×100 comentários.
Jade;

Esfreguei a mão fechada no olho e respirei fundo rolando pela cama, porque eu não morri dormindo?! Tudo ia ser mais fácil.

Pensando seriamente em faltar aula hoje, não aguento mais essa coisa toda de estudo por mais que seja o último ano. Não sei para que minha mãe foi assinar a autorização para mim ir pro colégio em plena pandemia, que ódio.

Olhei a hora no meu celular e me levantei, ultimamente eu ando acordando tarde, dez ou onze da manhã, por aí. Sendo que oito da manhã eu já estava em pé.

Cíntia: Jade? Tá acordada? - Bateu na porta e já veio entrando.

Jade: Qual a missão da manhã? - Perguntei vestindo o primeiro short que achei.

Cíntia: Seu café e seu almoço, se vira que eu vou ter que sair resolver um negócio com seu pai. Sem hora para voltar.

Negócio, eu não falo nada. Sei muito bem que tipo de negócio é esse.

Jade: Ainda. - Balancei minha cabeça positivamente - E voltam hoje?

Cíntia: Talvez, mas te aviso amore. Juízo e nada de estranhos na minha casa! - Apontou e eu assenti - Isso inclui certo alguém com cabelo azul, ou vulgo de animal.

Gargalhei alto negando e ela me mandou um beijo saindo em seguida, deixando a porta aberta.

Procurei o cropped mais básico possível e coloquei. Calcei meu chinelo de guerra, a tal havaianas do Brasil e fui comprar meu pão. Depois me viro com almoço.

Saí de casa praticamente me arrastando, onze da manhã e esse calor infernal! Porra, que ódio. Fui no mercado rapidinho e comprei o que tinha que comprar, pão e umas besteiras para o almoço. Vou cozinhar? Porra nenhuma, um salgadinho resolve.

Ouvi um assobio chato e virei procurando quem assobiou, não vi ninguém. Olhei em volta e nada, ih mana, tô ficando louca?

Neguei voltando a andar e escutei de novo. Não estou louca não, ainda não!

Falcão: Fala tu, paquita. - Olhei para cima e vi ele encostado no parapeito de um sobrado.

Jade: Oi? - Disse estranhando totalmente - Qual foi em?

Se ele estava com uma expressão séria, agora eu já nem sei dizer que tipo de expressão é essa. Só que não é boa.

Falcão: Bom dia, pra tu também. - Disse soltando a fumaça do baseado - Nada não, só comprimentei.

Ah, visão dos deuses! Ele com essa carinha de bandido, posturado, baseado nos dedos e soltando a fumaça.. Fico fraca mesmo.

Jade: Bom dia? Para quem? - Fiz cara de nojo - Decidiu colocar o cropped e reagir?

Ele mal falo comigo, deu para me comprimentar agora e do nada? Sou boba mas nem tanto, aí tem. Disso eu tenho certeza.

Falcão: Como assim? - Eu ri negando - Para de ser esquisita menina, papo dez mermo.

Jade: Tu tá mesmo me chamando de esquisita? Logo você, arara azul? Decadência.

Falcão: Paquita, tu não devia tá em casa? - Neguei - Mermo assim, faz o favor e mete o pé. Saí da minha propriedade faz o favor, energia ruim subiu firme contigo aqui.

Cruzei meus braços encarando ele com a mesma cara de nojo, insuportável.

Jade: Você mora aqui, bom saber. Fica mais fácil de fazer uma macumba boa. - Ele quase riu, juro, ele quase riu.

Vi os lábios dele tremendo para rir mas ele não riu. Que ódio cara.

Falcão: Tu é engraçadinha, sem esse corte químico vai ficar mais ainda. Mete o pé, Jade.

Jade: Corte químico?! Ah galinha de macumba, se manca né. - Revirei os olhos - Meu cabelo todo hidratado e as pontas cheias de vida. Agora olha o teu aí, nem degradê tem.

Ele ficou me olhando naquela mesma posição, bufou e saiu de perto do parapeito. Dei risada e saí andando pela rua, ele desistiu fácil até.

Talvez eu seja insuportável demais.

Fui andando pelo canto da rua quietinha, reclamando para mim mesma do sol insuportável quando de repente escutei o barulho de moto se aproximando.

Virei um pouco o rosto quando ela parou do meu lado. Mordi meu lábio sorrindo por baixo da máscara.

Falcão: Sobe aí, eu te deixo em casa. - Apontou com a cabeça - Antes que eu repense.

Dei um passo para frente e me apoiei nos ombros dele para subir na moto, sentei na garupa e coloquei uma mão na cintura dele me segurando. A outra eu segurei firme a sacola.

Que dia maravilhoso!

Apoiei meu queixo no ombro dele e disse baixo um obrigado. Que eu juro, não foi em tom provocativo ou coisa do tipo, mas vai dele a maneira como interpretar. Né?

Por Nós. - [M]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora