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Jade;

Sorri encarando minha prova pela milésima vez, finalmente um dez! Tudo o que eu queria faz dois anos, um mísero dez na merda de uma prova.

Eu sou foda!

RS: O doida, Pezinho que te trouxe? - Concordei levantando.

Jade: E quem liga? Olha isso aqui. - Estiquei minha prova para ele - Em física viu. Hoje eu calei a boca desse professor de merda.

Meu pai esticou a mão e eu bati nela sorrindo.

RS: Continua assim, pô. - me entregou a prova - Porque se tu reprovar de novo, eu vou te matar.

Revirei os olhos mas concordei. Eu reprovei ano passado e foi uma merda, o pior é que foi por excesso de faltas. E no concelho de classe por mais que a maioria dos professores foi contra minha reprovação, esse merda do professor de física foi a favor.

Meu pai quase me matou e quase matou ele também.

Jade: Não será preciso, eu mesma me mato. Porém, é óbvio que eu não vou reprovar né.. - Suspirei confiante.

RS: Aham e aí vai fazer o que? Botar tu pra trabalhar pesado, se tu não decidir. - balançou a chave - Bora dar uma volta?

Levantei calçando meu chinelo no mesmo instante, meu pai foi saindo e eu fui atrás. Eu simplesmente amo andar de moto a noite pela favela. É uma sensação incrível.

***

Meu pai estacionou a moto no meio fio e eu desci ajeitando meu cabelo, meu cabelo tá uó por conta do vento. Que ódio.

Pezinho: Paquita? Você por aqui? Uma hora dessas? - brincou sentado no muro.

Jade: Oi chulé, dá um tempo cara. - mostrei a língua - Meu pai que me chamou.

Pezinho: Muito milagre pra uma noite só, que isso. - negou - Boa noite patrão, tranquilo?

RS: Boa noite, pô, tudo tega.. - Fez uma cara de nojo e me olhou - Na medida do possível.

Fiz minha melhor cara de ofendida e estiquei o braço para o Pezinho me ajudar a subir no muro. Ele segurou na minha mão e me puxou, subi rapidinho.

Jade: E então colega, porque você tá sem máscara? - Bati na testa dele - Em?

Pezinho: Esconde minha beleza, não curto. - dei de ombros - Chata.

Jade: Chata nada, tô pensando nas nossas vidas já que vocês claramente não pensam. - argumentei e sorri - Idiota.

Pezinho: Blá, blá, blá, vida. Blá, blá, blá, saúde. Para garota e vai viver.

Jade: Aí tá bom, morre aí vai. - bufei observando meu pai entrar na boca - Quem tá aí?

Pezinho: Teu pai, ué. - deu risada - Esse teu cabelo tá feio em, faltando uma hidratação, um balanço..

Dei um soco no braço dele, já ficando bolada. Que ódio.

Jade: Chulé, não começa! - apontei - Vou mandar meu pai raspar esse resto de cabelo que você tem na cabeça, seu calvo.

Pezinho: Calvo? Eu?! - negou e puxou meu cabelo - Olha essas entradas aqui, sua horrorosa.

Esfregou a mão no meu cabelo bagunçando tudo, eu vou matar esse homem.

Jade: Para! - Gritei dando tapas nele que só ria - Pezinho seu filho da puta!

Ele soltou meu cabelo e se afastou rindo da minha cara. Passei a mão no meu cabelo, sentindo ele todo embaraçado.

Pezinho: Toda descabelada, tá horrível. - bufei fechando o punho - Paro. Tu para que olha aqui meus braços, arranhou tudo. Vai achando que essa tua mão de pedreiro não dói..

Jade: Ui, não sei porque sai de casa em! Tu é insuportável cara, puta que pariu, que ódio.

Odeio com todas as minhas forças que mexam no meu cabelo, ainda mais quando fazem esse tipo de coisa. Porra! Não tem necessidade disso gente.

Tentei passar a mão pelo meu cabelo, para pentear com os dedos mas nem isso deu certo. Não passou.

Merda!

Xxx: Ei! Assaltaram o mercadinho!

Levantei minha cabeça encarando a menina gritando e o Pezinho também olhou. Meu pai saiu da casinha observando o que tava acontecendo.

Pezinho: Calma aí, pô, devagar. - falou e colocou o fuzil na frente do corpo, antes de pular do muro.

Assim que ele pisou no chão, ouvimos três disparos. Meu coração disparou também e eu arregalei os olhos.

RS: Jade, desce e vai pra casa! - Apontou e correu para a moto, o Pezinho subiu na garupa e eles saíram.

Aí que merda!

Virei de costas e me pendurei pelos braços no muro, dei uma olhada na altura e me soltei. E quando eu me soltei, senti alguém me segurar pela cintura e gritei.

Falcão: Tá maluca, porra?! - Gritou segurando minha mão.

Jade: Quer me matar do coração?! - Gritei de volta e puxei minha mão - Porra..

Falcão: Anda, pra casa. - Apontou e eu concordei - Vou te levar.

Jade: Nunca mais faça isso, pelo amor de Deus. - balancei minha cabeça e comecei a andar rápido.

Ele passou na minha frente e entrou em um Jetta branco, estacionado do outro lado da rua. Desde quando esse homem tem um carro?

Abri a porta do passageiro e entrei no carro, curiosa para perguntar sobre mas me manti quieta.

Falcão: Porque teu cabelo tá desse jeito? - Me olhou e ligou o carro - Tá horrível.

Jade: Cala a boca! - respondi e neguei virando o rosto.

Idiota.

Por Nós. - [M]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora