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Falcão;

Jade: Um dia, um passarinho me disse que eu era uma criança, muito nova e que nunca ficaria comigo, e blá blá blá.. - Deu risada me olhando - Mas olha só.

Falcão: Tu nunca tentou fingir um bagulho? Pra ver se aquilo parava. - Encarei ela - Era isso o que eu fazia porque até ontem, tu era uma parada que eu não podia ter.

Ela sorriu de lado e mexeu no cabelo me olhando outra vez, já me preparei para ouvir qualquer graça que ele fosse dizer.

Jade: Mas agora que pode, ainda não tem. Porque foi só um beijo.. - Balancei minha cabeça concordando - Eu sempre soube que um dia, eu ia no mínimo te beijar.

Puxei ela pela cintura outra vez, ela ficou um pouco surpresa mas já me olhou daquele jeito que me olhou minutos atrás. Transbordando maldade mas ao mesmo tempo inocente pra caralho.

Falcão: Só beijar? - Perguntei roçando minha boca na dela - Pô..

Ela riu e virou a cabeça para o lado desviando, inclinou um pouco a cabeça para trás e concordou.

Jade: Por hoje é só, arara azul. Agradeço pelo serviço impecável.. - Fez uma graça e colocou os braços em volta do meu pescoço.

Falcão: É? Volte sempre, vou deixar contigo um cartão fidelidade contigo e quando tu precisar, já sabe né. - Ela gargalhou alto.

Jade: Com certeza! - Respondeu ainda rindo - Sei que tu tá cansado, mas já vai mesmo?

Falcão: Vou, pô. A vibe tá boa, comida também tá boa demais mas tenho que descansar, tô morto mermo.

Ela fez uma cara de sofrimento mas logo concordou voltando a sorrir.

Jade: Hum, então tá. Valeu mesmo por ter vindo e pelo presente. - Colocou a mão no pingente do colar - Hum, por ter tornado minha fanfic real também.

Falcão: Tua o que? Que porra é essa de fanfic? - Perguntei e ela riu negando - Vou procurar no Google depois, tu se liga maluca.

Jade: Não procura não, pelo amor de Deus. - Falou nervosa - Um dia talvez eu te conte mas por favor, não procura.

Vindo da Jade, eu já espero o pior. E ela falando desse jeito tá me dando mais vontade ainda de procurar essa parada, fanfic, nunca vi ninguém falando essa parada.

Falcão: Tá bom, não vou procurar. - Ela bateu no ombro aliviada - Com uma condição, pô.

Jade: Aí avestruz, assim vous me quebra.. Que condição?

Falcão: Segunda tu sai comigo, curtir um pouco e comemorar teu aniversário de um jeito mais maneiro. - Dei um tapinha na cintura dela - Ia te levar amanhã mas tu vai tá de ressaca, bom tu descansar um pouco.

Papo dez, ela saiu de branca para vermelha em segundos. Pique tomate mermo, cheia de vergonha, eu queria rir mas me segurei.

Jade: Não sei, vou pensar no seu caso.. - Riu com vergonha e me soltou - Vou voltar para dentro, boa noite, arara azul.

Falcão: Te busco as dez. - Falei sério e ela deu de ombros - Vai lá, vou cuidar daqui. Boa noite, Paquita.

Soltei ela que sorriu pegando a sacola com a caixinha do colar e virou para atravessar a rua. Não forcei e nem tentei nada, tô ligado que ela ficou meio desconfortável com o meu papo, achei melhor só deixar ela ir.

Me encostei no carro vendo um carro virar na esquina e ela atravessar rápido, caminhando pela calçada até a casa dela que fica um pouco mais a frente. De longe vi o pai dela saindo, procurando ela e logo me olhando. Acenei com a cabeça e ele acenou de volta, depois ficou esperando a Jade que se aproximava devagar, lerda pra um caralho.

Ouvi o ronco de motor acelerando e olhei outra vez para o carro que tinha virado na esquina, passando na minha frente e logo pela Jade, foi o tempo de eu colocar a mão na glock e a Jade parar de andar e dar dois passos para trás. Eu puxei a glock e o carro acelerou passando na frente dela e mais a frente disparando. Consegui disparar três vezes na direção deles, ouvindo a Jade gritar e vendo o carro sumir quando virou na outra esquina.

Olhei rápido na direção dela e ela tava em choque, andando na direção do pai dela.. Porra!

Atravessei a rua correndo, passei rápido na frente dela e me abaixei, por sorte o irmão ainda tava consciente. Mas vi que não ia ser por muito tempo, quatro tiros, três nas pernas e um no ombro.. Olhei em volta procurando qualquer um e não vi ninguém, o som alto da casa deve ter impedido alguém de ouvir os tiros. Levantei olhando para a Jade que se apoiou no muro, olhando com a atenção presa no pai.

Falcão: Não deixa ele apagar, porra! Eu já volto. - Falei alto e corri para dentro.

Corri pelo quintal até passar pela porta e entrar na casa, atravessei a casa inteira igual um doido até onde os irmãos estavam. A mãe dela me trombou logo na entrada.

Cíntia: Falcão? Cadê a Jade? - Perguntou estranhando e arregalou os olhos quando viu o sangue nas minha mãos.

Falcão: Balearam o patrão. - Falei para ela que jogou o copo no chão e correu, alguns dos irmãos olharam para mim e o som parou - Balearam o patrão, caralho!

Gritei e corri para fora de novo, passei pela mãe da Jade que corria de salto e ficou para trás. Desesperada pra caralho.

Quando saí eu vi a Jade ajoelhada, gritando com ele. Porra, caralho..

Jade: Pai! - Gritou balançando ele e eu acelerei mais os meus passos, me aproximando - Pai! Pelo amor de Deus, pai!

Me abaixei já ouvindo os irmãos se aproximando e falando alto, desesperados também.

Jade: Pai! - Gritou de novo e balançou ele - Falcão acorda ele, acorda ele! Pai!

Pezinho: Porra! Trás o carro, rápido! - Gritou e se abaixou do meu lado - Patrão, tá me ouvindo? Porra.. Que merda. Anda caralho trás o carro.

A mãe da Jade parou do nosso lado e começou a gritar feito uma maluca. E a Jade do meu lado não parava de gritar também, tentando acordar o patrão. Fiquei sem saber o que fazer, a respiração dele fraca, falhando.

Pezinho: Tira elas daqui, tiras as duas! - Gritou para qualquer um e eu já levantei puxando a Jade.

Jade: Pai! - Gritou se debatendo e tentando me empurrar.

Eu segurei ela por trás e puxei, arrastando para o outro lado da rua. O mano Tivo, tava tentando puxar a mãe dela mas ela não deixava de jeito nenhum.

Jade: Falcão, é o meu pai! Me solta! - Gritou empurrando meus braços - É o meu pai caralho!

Falcão: Se acalma, Jade! - Falei mais alto e sério com ela - Para de me bater, porra!

Quanto mais eu falava com ela, mais ela chorava e gritava, e tentava me bater. Comecei a me desesperar porque vi os irmãos do outro lado da rua ficarem desesperados, falando alto, a mãe dela gritando cada vez mais.

Puta que pariu.

Por Nós. - [M]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora