Tudo depende dela

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Ela só ficou parada ali.

Parada ali, olhando para mim pelo que pareceram os segundos mais longos da
minha vida. Ela iria embora? Gritaria comigo? Ficaria? Finalmente, ela veio até onde eu estava. Deu certo. Ela não ia embora. É claro que ela não estava lá muito satisfeita por ficar.Especialmente quando tirou o microfone de minhas mãos.

— Mas que merda você acha que está fazendo? — perguntou ela, com os olhos em chamas.

Olhei a sala. Merda. O que fiz?

Todos nos encaravam, como se fôssemos a maior atração de algum show de aberrações. Alguém que eu nem conhecia deu uma cotovelada na
pessoa ao lado e apontou para mim com a cabeça. Bom, isso era constrangedor.

— Desculpe — falei —, não pude deixá-la ir embora. Mas foi um erro meu resolver as coisas assim. — Eu a deixaria ir. De novo. Isso me destruiria, mas precisava fazer. — Vou acompanhá-la até seu táxi. Desculpe.

— Estou aqui agora — disse ela. — Pode muito bem falar o que quer dizer.

Ela soprou uma mecha de cabelo dos olhos e meti as mãos nas costas. Não estenderia a mão e colocaria o cabelo atrás de sua orelha. Provavelmente ela me daria um tapa.

Isto teria sido muito mais fácil se eu tivesse falado com ela antes. Ela estaria mais amável. Agora ela parecia irritada. Respirei fundo.

— Tem uma salinha no...

— Senhoras e senhores — disse o DJ. — As madrinhas... Pansy Parkinson e Hermione Granger!

Draco.

Reconheci a música de minha primeira e única dança com Mi. Draco conhecia a música, se lembraria dela. O idiota nunca se esquecia de nada. O que significava que eu devia dançar com Mi.

— Ah, que inferno — resmunguei, perguntando-me há quanto tempo ele planejava isso.

Eu o mataria com minhas próprias mãos. Olhei para Mi. Ela ainda estava irritada. Talvez ela não me rejeitasse na frente de toda aquela gente. É claro que, se ela o fizesse, eu mereceria. Estendi o braço.

— Vamos? — perguntei, quase sem querer que ela respondesse. E se ela dissesse não?

Mas, milagre dos milagres, ela pôs a mão em meu braço. Meu estômago deu uma cambalhota completa.

Criei coragem, fingi que não era grande coisa que ela me pegasse pelo braço e a levei para a pista. Pelo canto do olho, peguei Draco e Harry se beijando.

Depois chegamos ao meio da pista e eu tinha olhos apenas para Mi. Parei e deixei que ela tomasse a iniciativa. Ela estendeu a mão e a colocou em meu ombro. Meu estômago deu outra
cambalhota.

— Estou tentando decidir se isso pode ficar mais constrangedor e não consigo — disse, porque, de todas as hipóteses que imaginei, falar com Mi no meio de uma pista de dança lotada nunca esteve em minha lista de possibilidades.

Passei o braço por sua cintura e talvez fosse minha imaginação, mas achei que ela tinha se aproximado um passo de mim.

— A culpa é toda sua — disse ela. — Se tivesse me deixado ir embora, isto não teria acontecido.

Mas então ela teria ido embora — ela não entendia isso?

— Acabei fazendo tudo errado — admiti novamente, sendo inteiramente franca. — Mas se tivesse deixado você ir embora, nunca me perdoaria.

— Se esse sentimento é tão forte para você, talvez devesse ter tentado me telefonar em algum momento no mês passado.

— Eu não estava em condições, Mi.

A Dominatrix - Pansmione | Parte 2/3Where stories live. Discover now