A Dominatrix - Pansmione | Parte 2/3

Hipnotizante

Eu estava sentada na última fila da sala, vendo-a a liderar a leitura de Emily Dickinson.

Ela me hipnotizava enquanto lia — poemas sobre a morte, a perda e a vida. Um deles em particular, “Devagar, Éden!”, me deixou em transe. Ela leu numa voz lenta e provocante, olhando para mim enquanto falava o último verso.

“Devagar, Éden!
Lábios a ti novos
Acanhados, sugam-te jasmins
Como a lânguida abelha
Arrastando-se à flor
Zumbe rondando a câmara
Estima seu néctar — entra,
E em bálsamos se perde!"

Quem imaginaria que poesia podia ser tão excitante?

Remexi-me em minha cadeira enquanto a leitura terminava. Meu plano era permitir que Mi ditasse nossa relação física, mas não tinha certeza de quanto tempo mais eu aguentaria se ela continuasse jogando as coisas para mim desse jeito. Ainda assim, quando a deixei naquela tarde, eu lhe dei um beijo casto e suave.

Na noite seguinte, aprendemos a fazer sushi. Desfrutei inteiramente do prazer de ficar ao lado dela aprendendo algo novo. Ela estava tão perto de mim que eu sentia o doce cheiro de Mi. Mais do que isso, porém, nós simplesmente curtimos ficar juntas, rindo quando uma das duas errava, felicitando-nos quando tudo saía corretamente.

Nosso beijo naquela noite foi mais apaixonado. Draco perguntou se eu gostaria de um encontro duplo com ele e Harry no fim de semana seguinte e concordamos com hesitação.

Nós quatro nos divertimos muito. Harry conversou calorosamente comigo e vi que ele lançava a Mi uns olhares presunçosos de vez em quando. Quando me pegou olhando, Mi simplesmente revirou os olhos.

Athena ficava cada vez mais agitada sempre que eu chegava em casa depois de estar com Mi. Eu queria muito convidá-la a ir a minha casa, mas tinha medo que ela pensasse que eu esperava alguma coisa física da parte dela.

Finalmente, cerca de três semanas depois de termos ido à peça de Colin, passei na biblioteca numa quinta-feira à tarde. Escolhi a quinta-feira porque não queria passar por lá numa quarta — eram lembranças demais para nós duas.

Seus olhos se iluminaram quando entrei na biblioteca.

— Pansy!

Fui até a mesa e lhe dei um beijo rápido.

— Como foi seu dia?

— Bom. E o seu?

— Agora está melhor.

Não pude deixar de sorrir ao ver que seu rosto corava um pouco.

— Queria saber se você gostaria de jantar na minha casa.

Ela não disse nada.

— Para ver Athena — eu disse. — Ela está com saudades, e quando sente seu cheiro em mim...

Ela ergueu a mão.

— Entendi. Adoraria jantar na sua casa e ver Athena. Tenho saudades dela também

— Obrigada. — Ela não rejeitou meu convite para ir a minha casa.

Ela aceitou. Athena ficaria tão feliz. Mas não tão feliz quanto eu estava.

Athena era paranormal — tenho quase certeza disso. Recusou-se a ficar em casa na noite seguinte. Em vez disso, esperou do lado de fora, praticamente dançando de empolgação.

Quando Mi parou na entrada no carro de Harry, ela começou a correr em círculos. Fui para fora apressadamente, deixando meu posto na janela da frente.

— Athena, por favor — eu disse. Ela praticamente a derrubou ao tentar lambê-la toda. — Precisa perdoá-la, Mi. Ela esteve agitada o dia todo.

Ela afagou sua cabeça e ela ficou a seu lado enquanto subia a escada.