Parte 7 - A Maldição

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Yaman.

Saio de casa com o coração apertado por deixar Seher na mansão, mas precisava começar a colocar meu plano em prática.
Dei ordem para Cenger comprar tudo que um gato precisa. Almofadas, coisas para arranhar, brinquedos, comida, cobertores e isto foi a coisa mais bizarra que eu já fiz na vida. Comprar comida de gato pra mulher da minha vida.
Também pedi para comprar roupas de mulher. Disse que receberia visitas a noite de uma mulher.
Cenger é uma amigo leal e muito discreto. Ele nem me perguntou nada sobre a mulher, somente acatou minhas ordens.
Eu vou para a empresa depois de me certificar de que a mansão agora era uma fortaleza. Tinha mais guardas do que moradores.
Na empresa eu reuno algumas pessoas e peço para descobrirem tudo sobre Hakan. Não a vida pública dele, mas o que ele costumava esconder. Com certeza sua fortuna não tinha surgido de negócios honestos. Eu quero saber tudo.
- Yaman, o que você pretende fazer? - Nedim me pergunta.
- Nós temos que descobrir como pegar este homem, Nedim.
- Por que esta obsessão agora por ele?
- Ele sequestrou uma mulher, bateu nela, tentou estupra-la e desconfio que tenha feito mais coisas.
- Que mulher é esta? Do que está falando?
- Ela está em um lugar seguro agora, mas jurei protegê-la. Este homem não pode achá-la de jeito nenhum.
- Entendo. O que você quer que eu faça?
- Marque uma reunião aqui. Diga que vamos assinar os contratos. Preciso saber se ele desconfia que eu peguei a mulher. Depois vamos levar o homem para aquele meu lugar especial onde trato dos meus inimigos.
- Vou fazer isto agora.
Eu pretendo encurralar o homem. Vou arrancar a verdade dele na força. Vai me dizer como acabar com esta maldição, mas assim que dou a ordem a Nedim, recebo um telefonema de casa.
- Diga Cenger.
- Yaman bey. Há uma visita aqui que quer vê-ló.
- Agora estou ocupado.
- É o Sr. Hakan. Ele insiste que é urgente.
- Hakan?  Cenger, faça o necessário, mas não o deixe ver a gata de Yusuf!
- Sim senhor, mas por que?
- Eu roubei a gata dele. Deixe ela segura em algum lugar, se necessário tranque.
- Sim senhor.
- Estou indo.
Quando chego na mansão, Hakan está sentado no sofá da sala. Foi servido um café para ele.
- Hakan? Não me lembro de ter alguma reunião marcada com você hoje.
- Eu sei Yaman.
Quando se vira para mim, está com Seher no colo e meu sangue gela.
- largue minha gata - eu falo.
- Esta gata é minha e você sabe muito bem disto.
De repente, vários homens aparecem com as pessoas da mansão na mira da arma, inclusive Yusuf.
- O Que você quer, Hakan?
- Eu vou levar a gata e você não vai me impedir ou sua família inteira morre.
- Eu vou te caçar, Hakan! Nem Que tenha que ir até o inferno!!
- Eu já estou lá, Yaman, e agora ela vai comigo.
Vejo Nedim pelo canto dos olhos e lhe dou um sinal. Em seguida meus homens entram e apontam armas para os homens de Hakan, que soltam minha família na hora.
Hakan tenta correr, mas Seher arranha seu olho e corre para se esconder. Boa menina!
Pego Hakan pelo colarinho e dou um soco tão forte que ele desmaia.

******

A noite, na sala da caldeira, Hakan está amarrado aos canos. Deixei que ficasse ali o dia todo em expectativa sobre o que eu faria com ele.
Me aproximo devagar. Se eu deixar minha fúria tomar conta de mim, vou matar este homem, mas preciso de respostas.
Nedim está ao meu lado com uma arma apontada para Hakan.
- Então você gosta de bater em mulheres né?
Antes que ele pudesse falar, eu soco sua boca. Seu olho direito já tem um corte de cima abaixo da arranhada de Seher, agora sua boca sangra também.
- ela é minha, Yaman! Eu abri mão de muita coisa por ela!
- Ela não é de ninguém!
Outro soco.
- Me fala como acabar com a maldição!! - eu grito.
Outro soco
- Nunca!!
Ele diz cuspindo sangue. Perco minha paciência e começo a dar socos repetidos nele. Estou tão cego de raiva que não percebo que o homem desmaiou. Continuo batendo até que Nedim coloca a mão no meu ombro.
- Yaman, já chega, ele desmaiou.
Ele me afasta a força.
- Aaaaahhhhh
Dou um soco na parede de frustração.
- muito bem. Agora você vai me dizer o que está acontecendo. Estamos mesmo defendendo um gato de rua?
- Não é um gato de rua. É uma mulher.
- Que mulher?
- Esta gata é uma mulher, não uma gata. Este homem jogou uma maldição nela. De dia ela é gata e a meia noite se transforma em mulher. De manhã vira gata de novo.
- Você está maluco, Yaman? Isto é impossível.
- Acha mesmo que Hakan viria aqui para pegar um simples gato de rua? Ele, de alguma forma, fez isto com ela, algum tipo de bruxaria. Ela só se lembra que ele a fez tomar alguma coisa de gosto ruim.
- Isto é loucura...
- Sim, mas é verdade. Eu a vi se transformar com meus próprios olhos.
Nedim me olha incrédulo. Ele está com uma cara de que acredita, mas não acredita.
Seher aparece neste momento e pula em meu colo.
- você não deveria estar aqui - eu falo para Seher.
Ela mia.
- Então esta gata é uma mulher? - diz Nedim.
- Sim, uma mulher linda.
Nedim começa a andar de um lado para o outro. Acho que está tentando decidir se acredita em mim ou não.
- Eu não sei que história maluca é esta, mas vou ajudar vocês. Há muito tempo eu ouvi falar de uma bruxa que vive na capadócia. Não sei se é verdade, mas também não sei se isto tudo é sério ou estão me pregando a peça mais longa da história.
- Uma bruxa? Eu nem sabia que isto existia.
- Você acaba de me dizer que esta gata vira mulher e está duvidando da existência de uma bruxa?
- Tem razão. Não custa nada ir até lá verificar.
Eu pego Seher e dou ordens para Nedim colocar guardas na porta da sala da caldeira.
Durante a tarde eu já tinha recebido um relatório de todos os negócios ilegais de Hakan. Estou pronto para colocar o homem da cadeia, mas só vou fazer isto depois que a maldição for quebrada.
Quando nós três estamos saindo dali, o relógio marca meia noite e o chão começa a tremer sob meus pés. Cada vez que ela se transforma algo estranho acontece. As luzes se apagam, ou o chão treme, ou as luzes se acendem. Cada vez uma coisa. Acho que sua transformação de alguma forma afeta o lugar em que está.
Nedim cai no chão quando vê que o gato se transformou em uma mulher.
- Que Allah me proteja!!! - ele grita como uma menina. A voz até ficou fina.
Seher da risada. Está linda e nua em meu colo.
A coloco no chão e dou minha camiseta para ela.
- então é verdade... - ele fala, incrédulo
- Sim. Eu te falei.
Seher se aproxima dele.
- Muito prazer, Seher.
Nedim perde a fala. Claro, mais um apaixonado. Ele só pega a mão dela e balbucia algo incompreensível.
Depois se vira pra mim.
- Eu vou para casa. Preciso pensar em tudo isto. Nesta loucura toda. Tentarei descobrir mais sobre esta tal bruxa.
- Faça isto, Nedim. Amanhã vamos atrás desta mulher.
Ele sai ainda atordoado com o que viu. Quando entro de volta na mansão, Cenger está me esperando.
- Yaman bey. Yusuf não consegue dormir.
Depois ele olha para Seher.
- você deve ser a visitante noturna. Bem vinda, senhora.
Ela sorri para ele.
- Obrigada.
- Eu vou ver Yusuf, Cenger.
Deixo seher em meu quarto e vou até o quarto de Yusuf.
- O Que aconteceu? Por que você não dorme?
- tio, onde está minha gatinha.
- Ela deve estar caçando algum rato por aí. Não se preocupe, ela não vai embora de novo.
- Promete?
- Prometo.
- Eu fiquei com muito medo daqueles homens maus.
- Eu sei que foi assustador, mas agora já passou.
Nós dois ouvimos um barulho vindo da porta. Seher está ali com uma roupa que Cenger comprou.
- Preciso te apresentar uma pessoa, pasha - eu falo dando sinal para ela entrar.
- Quem é esta mulher?
- O nome dela é Seher.
- Igual minha gatinha!
Seher entra no quarto com lágrimas nos olhos.
- É muito bom conhecer você, Yusuf.
- Muito prazer - ele diz tímido - você é amiga do meu tio?
Emocionada ela pega nos cabelos no meu sobrinho. Posso ver que está se segurando para não chorar.
- Sou sim. Já ouvi falar muito de você.
- Você é bonita.
- Obrigada, mas por que não está dormindo? Já é tarde.
- Hoje uns homens maus vieram aqui. Eu estou com medo e minha gatinha não está aqui para me ajudar a dormir.
- Os gatos passeiam a noite. De manhã ela estará de volta, mas eu posso ficar aqui com você, se quiser.
- Eu quero! Pode segurar minha mão pra eu dormir?
- Sim. Feche os olhos. Nada vai te acontecer, Yusuf. Prometo. Eu não vou deixar.
Ver Seher com Yusuf aquece meu coração. Yusuf confiou nela imediatamente e posso ver que ela ama meu sobrinho também.
Faço um juramento naquele momento. Nós seremos uma familia um dia. Não vou deixar que aquele homem acabe com isto. Vou acabar com esta maldição e me casar com Seher.
Quando Yusuf dorme nós vamos para o quarto.
Entramos no chuveiro juntos. Eu lavo minha mulher inteira, cada parte dela. Ela também me lava. Passa suas mãos ensaboadas pelo meu corpo me acendendo.
- Achei que gatos não gostassem de banho.
- Eu não sou uma gata comum.
- Não. Você não é.
Tomo seus lábios e a faço subir em meu colo. Encosto ela no vidro do box e a penetro.
Estamos escorregadios com o sabão, a sensação é tão boa.
Vou me movendo dentro dela sem pressa. Saboreado sua boca, sentindo seu corpo, a água quente caindo em minha costas.
Quando atingimos o ápice, ela solta um miado alto. Amo minha gatinha. Já não consigo viver sem ela.
Terminamos nosso banho e vamos para a cama.
- Eu tive tanto medo. Achei que ele tinha conseguido.
- Eu não vou deixar isto acontecer. Nunca. Hakan é um homem poderoso, mas eu também sou. Amanhã vamos atrás da bruxa.
- Acha que ela existe? Acha que pode me ajudar?
- Vamos tentar. Se não der certo, vamos tentar outra coisa. Não vou parar até conseguir.
- Eu te amo, Yaman.
- Eu te amo, Seher.
Nós dois dormimos nos braços um do outro.

********

Na manhã seguinte dou ordem para que Nedim fique na mansão de olho em Hakan e parto para a Capadócia.
Levo comigo Seher em uma caixinha de gatos. É desconfortável, mas é o único jeito dela viajar comigo. Se a bruxa puder fazer algo por ela, é melhor que esteja junto.
Falo para Yusuf que vou levar a gata ao veterinário enquanto ele vai para a escola.
Na Capadócia gasto uma quantidade grande de dinheiro para conseguir a localização da bruxa. Todos parecem ter medo de revelar sua localização, mas nada que o dinheiro não possa comprar.
Em pouco tempo eu acho a caverna.
Entro com Seher. O lugar parece um palácio por dentro. Ouro, móveis caros, conforto. Nada do que eu estava esperando.
- Olá! - eu grito.
Seher solta um miado.
No fundo da caverna a bruxa veste um manto negro. Está de costas.
Quando ela se vira, seus olhos se arregalam.
Eu não posso acreditar no que vejo.
- Mãe?
- Yaman?

Continua...

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