Capítulo 1 : Finais, Começos

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Draco olhou para o sol nascente, sem saber o que fazer agora.

Ele estava morto. O Golden Boy finalmente triunfou.

Ele inalou e deixou uma onda de alívio inundar suas veias, tomando cuidado para mantê-la escondida.

Lentamente, Draco virou a cabeça para sua mãe e fixou os olhos nela. Ela espelhava o que ele achava que seu próprio rosto deveria parecer, pálido, cansado e ferido, mas com aquela semente cautelosa já se enraizando na linha ao redor de sua boca e no vinco em sua testa que se poderia chamar de esperança.

Em um acordo silencioso, eles começaram a se afastar. Eles deixaram Hogwarts e a batalha para trás, de costas para gritos, sangue e morte, momentaneamente esquecidos com o sol aquecendo seus rostos. Draco não tinha certeza do que o amanhã traria. Ele só sabia que Potter havia mudado o mundo esta noite – não importava se era para melhor ou para pior.

Ele respirou fundo pela primeira vez desde o que pareceu uma eternidade antes de parar, palavras pesadas em sua língua que ele não conseguia mais manter dentro.

"Continue andando", disse Lucius, os olhos examinando nervosamente os arredores.

Draco não continuou andando. Ele lambeu os lábios, um último sinal de hesitação antes de começar a falar. “Você me criou com crenças ultrapassadas,” ele começou, dirigindo-se a seu pai mais do que a Narcissa. “O que eu percebi que não é o que eu quero viver.” Lucius abriu a boca para dizer algo, mas Draco ergueu a mão pálida. “Não sei quanto tempo levará até que tenhamos que responder a um juiz, mas vai acontecer, e depois que isso for feito – qualquer que seja o resultado – a mansão é minha.”

Atordoados em silêncio, Narcissa e Lucius apenas olharam para ele como se ele tivesse crescido uma segunda cabeça.

"Você ficou louco", disse Lucius com um olhar nervoso para sua esposa.

“Não,” disse Draco, “eu assisti. E aprendi. Não fique chateado porque saiu pela culatra. Foi apenas um simples erro de cálculo da sua parte.

Sua mãe deu um passo à frente, as mãos cuidadosamente dobradas na frente dela. Mesmo com seus cabelos e roupas arruinados, ela ainda usava suas máscaras de elegância e compostura que nunca deixavam de fazê-la parecer uma rainha. "A única razão pela qual Potter não está morto é porque ele me disse que você estava vivo," ela disse com aquele olhar penetrante dela que ele odiava quando criança e então aprendeu a se espelhar. “Eu não vou interferir com seus planos, ou seus... ideais,” ela continuou. Sua voz fria não tremeu. Havia algo calmo em seus olhos azuis que substituiu o pânico e a raiva ocultos que estavam lá desde que ele assumiu a mansão. “Você é um adulto agora; você tem o direito de assumir a mansão. Lucius e eu nos retiraremos para uma de nossas residências menores. Apenas saiba – se você deseja entrar em contato conosco, estaremos lá.”

Draco procurou o rosto de sua mãe e quando ele só pôde ver sua genuinidade, ele assentiu. "Muito bem."

Ele não disse adeus – algo sobre isso o fez sentir como se ele tivesse que dizer olá novamente.

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