Capítulo 5: Caminhos Emaranhados

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Sua busca foi infrutífera como Draco havia previsto – Ninguém sabia sobre o paradeiro de Potter, mesmo quando o Profeta Diário lentamente se apoderou da história e começou a espalhar suas fofocas muito familiares.

Demorou três semanas para um dos informantes de Draco relatar que não havia um único detalhe que Potter havia perdido para limpar.
Depois de um mês, mais dois apenas balançaram a cabeça e pediram seu dinheiro. Em maio, ele quase pensou que tinha alguma coisa – aparentemente, um viajante com uma cicatriz estranha havia permanecido em uma parte de Istambul conhecida por sua atividade criminosa. Quando ele enviou alguém para prender aquele estranho, tudo o que ele recebeu de volta foi um homem de meia-idade com cabelos loiros e uma cicatriz em volta da boca. E ele era da Rússia. Quando o verão finalmente começou, Draco serviu chá Granger e Weasley em xícaras de porcelana fina. Eles estavam na sala iluminada pelo sol, com uma linda vista para o enorme jardim que cercava a mansão, nenhum deles prestava atenção.

Granger, cachos escuros abertos que mal tocavam seus ombros, suspirou. "Ainda nada, hein?"

"Não," Draco simplesmente respondeu. Tornou-se um hábito; eles o visitavam a cada duas semanas para pedir uma atualização, para ter certeza de que realmente não havia nada que Draco escondesse deles. Eles poderiam enviar corujas, é claro, mas Draco não esperava que eles confiassem tanto nele. Ele também não iria. Era um aliado relutante, que consistia em abster-se de matar uns aos outros e sem bate-papo pessoal.

Então ali estavam eles, em um domingo quente de julho, a mais nova edição do Profeta Diário na mesinha que os separava.

Draco levou a xícara aos lábios, deixando o chá queimar sua língua. "Você vai fazer algo sobre isso?" Ele quis dizer o jornal. O rosto de Potter estava na primeira página, uma foto antiga de uma ou duas semanas depois da guerra. Mostrava-o em um terno preto, passando por uma multidão de jornalistas enfiando suas câmeras em seu rosto, os olhos vazios e o maxilar cerrado.
O artigo em si era o problema real: assim como no quinto ano em Hogwarts, era uma calúnia descarada, despertando velhas e – francamente, desnecessárias – histórias sobre a vida de Potter para descobrir onde ele estava se escondendo.

Draco se divertiria, se não o envolvesse.

Mas é claro que, em um parágrafo próximo ao final, ele teve que encontrar seu próprio nome. Não era grande, mas o suficiente para levantar suspeitas, para lembrar as pessoas pelo que sua família era conhecida, para trazer à tona os segredos obscuros e retorcidos que borbulhavam logo abaixo da superfície que Draco havia se esforçado tanto para manter a sete chaves. Ele gastou muito dinheiro e esforço para garantir que seu registro fosse apagado – ou pelo menos pintado. Agora, essas cinco frases, com menos de 200 palavras, podem arruinar tudo isso.

"Não há nada que possamos fazer," Weasley cortou seus pensamentos. "É o Profeta Diário. Eles farão o que quiserem."

"Eles farão o que aquele com dinheiro mandar," corrigiu Draco.

"Então você quer fazer o que exatamente? Subornar a imprensa como você subornou os juízes em seu julgamento?

"Agora, não vamos começar essa conversa", disse Draco e pousou a xícara, "não adianta chorar sobre a poção derramada."

"Isso não foi apenas um evento infeliz, Malfoy, e-" Granger colocou a mão no ombro de Weasley, seus lábios franzidos em um aviso silencioso. "–realmente não precisa de elaboração agora," finalizou Weasley, não sem um olhar.

"Bom saber que todos concordamos uma vez," disse Draco. "Voltando à minha pergunta, você tem certeza que não quer fazer nada? Este artigo é bastante... ultrajante.

Missing HeartsWhere stories live. Discover now