Capítulo 5

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AUSÊNCIA

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AUSÊNCIA


UM MÊS INTEIRO. Um maldito mês e nenhuma ideia de quem era aquela mulher, de quando eu a veria outra vez, de onde a veria. Eu queria desistir dessa busca ridícula, mas sempre que pensava nisso, o fascínio que a mulher tinha sobre mim começava a falar mais alto e me via desesperado por tê-la novamente.

Como o santo que sou, busquei consolo em outras mulheres, mas a maldita tinha me estragado para toda e qualquer aventura promissora. Eu curtia tudo, mas não conseguia entender o quanto realmente apreciava.

Eu queria que fosse com ela.

Queria que fosse ela todas as vezes.

Isso era mais um dos motivos que me fazia acreditar que tinha sido especial de alguma forma. Eu não tinha conseguido esquecê-la passados trinta dias. Quando, com as outras mulheres, mesmo sendo cada uma inigualável à sua maneira, minha "paixão" não durava mais de uma semana, dificilmente chegava aos quinze dias.

Era dia de trabalho na corte. Eu tinha mais uma audiência de custódia. O pessoal que trabalhava comigo tinha me inteirado do caso, eu não precisaria me cansar lendo adendos dos processos, já que tinha compilado tudo há uma semana. O caso era muito parecido com os demais que eu cuidava.

Velho milionário e dominador querendo uma esposa troféu, jovem submissa e pobre que quis subir na vida de forma rápida. Romance rápido e descontrolado, reações exageradas quando o ciúme bate à porta. Seria fácil deixá-lo sair ileso das acusações argumentando que tinha sofrido de "violenta comoção" e que tinha sido essa a causa do destempero.

Vestido, com meus sapatos de couro caríssimo, carregando minha pasta, eu me sentia muito mais preparado para enfrentar os magistrados.

O prédio estava lotado, também havia uma multidão do lado de fora. Repórteres se aglomeravam, à entrada, pedindo por um pronunciamento. As perguntas vinham, aos montes, de lábios astutos. Loucos para me pegar nalguma brecha. Predispostos a tornar a minha vida e a do meu cliente num martírio, caso eu juntasse as silabas erradas na defesa.

"É verdade que ele a ameaçou de morte?"

Eram sempre as mesmas perguntas, meu saco para elas também.

"O que o senhor tem a dizer a respeito do seu cliente?"

Outro disse praticamente esfregando o telefone na minha cara, mas recuou quando lhe lancei um olhar severo.

"O que comenta sobre a denúncias da cliente de que o seu marido a espancava constantemente?"

Os seguranças do fórum conseguiram me fazer atravessar aquela multidão. Consegui evitar as perguntas. Um caso de família sempre é privado, mas consegue se tornar escandaloso quando um dos envolvidos tem uma grande fama ou uma grande fortuna.

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⏰ Última atualização: Apr 13, 2022 ⏰

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