𝙫𝙞. RECADOS DE UMA SOMBRA

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Após aquela incrível e estranha conversa entre Nash e Harry, eles começaram a se encontrar mais, as vezes até mesmo de propósito. A parte triste da história, é que Harry gostava de ver e falar com Nash, mas Nash estava apenas seguindo as ordens de seu pai.

Apesar de também gostar de passar o tempo com o garoto, aquilo não faria diferença, já que no final o garoto ia ser apenas mais um dos que seu pai teria orgulho de ter matado. Além desse sentimento de conforto, também estava criando um grande carinho por Diggory, e aquilo não era nada bom.

Os dois garotos haviam entrado no Torneio, ambos corriam o risco de morrer, e agora Nash estava apegada à cada um. Era péssimo, tanto para ela quanto para eles.

— O torneio omeça amanhã. — Nash disse, copiando alguns deveres de casa ao lado do loiro, no Salão Principal. — Como está se sentindo?

— Parece que meu estômago vai criar vida própria. — Diggory respondeu baixo, focado na atividade.

— Estou realmente preocupada, agora que está perto.

Ambos tiraram seus olhos da atividade por poucos segundos, mas o loiro voltou a escrever, com Nash ainda o olhando.

— Acredito que vai dar tudo certo. — ele disse com a típica cara de "Quero mudar de assunto". Me empresta a borracha?

— Você está escrevendo de caneta.

O mesmo olhou para o objeto em sua mão e riu baixinho, enquanto Nash precisou tampar a boca com as mãos para não gargalhar alto. Havia rolado no chão se não tivesse outros alunos ali, sendo uma parte deles, o trio de ouro.

De longe, Harry olhava através de seus óculos a maneira como Nash parecia se divertir. Nunca havia visto ela tão animada, já que alguns dias atrás, parecia triste com a ideia de que Cedric fosse entrar para o torneio. A tarefa nem parecia tão importante, já que para Harry, havia algum mistério naquele olhar familiar da ruiva.

— De novo, Harry! — Ron bufou e voltou a escrever. — Está começando a me assustar!

— Eu não sei o que ela tem! Mas, alguma coisa me faz pensar nela. E ela é legal, Ron! — o ruivo levantou a cabeça. — Você só não gosta dela por ela ser ruiva?

— Não é que eu não goste dela, mas é estranho o jeito que você repara nela. Ninguém dessa escola fala sobre ela, apenas Diggory, a única pessoa que ela fala. Se quer tanto ela assim, por que não vai lá e fala?

Harry se assustou com a última frase que seu amigo disse, colocou as mãos no cabelo, de maneira nervosa.

— Querer ela? Não! Não quero ela.

— Até parece.

Antes que o garoto pudesse se pronunciar, Hermione bateu na mesa de leve e olhou para ambos os dois.

— Será que podem fazer silêncio? Estou tentando me concentrar!

Eles a obedeceram, já irritados com a situação da conversa, e voltaram a focar na atividade, mesmo bisbilhotando as vezes a tal da ruiva.

A tarde foi calma, o trio passou na biblioteca e Nash no seu quarto, havia muita coisa em sua mente para ela pensar. No dia seguinte iria começar o jogo, o jogo que pode causar discórdias e ferimentos nas pessoas que ela não queria ver machucadas.

O que você pode não ter entendido da história até agora, é como Nash virou uma pessoa tão bondosa em um círculo de pessoas tão cruéis. É uma resposta boba, mas que consolou Nash pelos seus catorze anos de vida.

Evelyn Parker, antes de morrer, escreveu cartas para que sua filha lesse dos seus seis até dezoito anos, com o objetivo de não deixar a garota ser influencida por pessoas ruins. De certa maneira, deu certo. As palavras de uma estranha reconfortava o íntimo de Nash, que confiava em cada palavra de sua mãe. 

𝗔𝗖𝗧𝗜𝗡𝗚, 𝘩𝘢𝘳𝘳𝘺 𝘱𝘰𝘵𝘵𝘦𝘳 Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon