Capítulo 2

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James deveria ter pensado melhor quando pensou em sequestrar os quatro integrantes da família Styles, ele realmente odiou ter que arrasar um por um até o pequeno automóvel que a duquesa tinha mas nunca usava. A cada vez que ele ia da casa até o celeiro soltava um palavrão pelas dores nas costas, mas repetia várias vezes que aquilo valeria a pena no final.

Quando conseguiu os colocar de um jeito que ninguém perceberia se olhasse de longe, James deu a partida e começou a dirigir para fora da cidade. A noite fria que antes não tinha nada além das estrelas e a lua a enfeitando, agora tinha nuvens pesadas começando a cobrir a beleza do céu iluminado.

Enquanto dirigia pelas ruas tortas e barrentas, James pensava em tudo aquilo que poderia fazer com o dinheiro que conseguiria. Céus! Era muito dinheiro.

Estava tão avoado em seus pensamentos que nem percebeu que já havia saído de Paris e estava entrando em uma pequena cidadezinha pobre e muito mal cuidada. James torceu o nariz ao passar por um homem que ajudava duas crianças com um pedaço de pão, o loiro pouco se importava com eles e tinha até nojo de pessoa que não tinham dinheiro.

Quando já estava no campo mais afastado da cidadezinha, avistou uma casa aos pedaços e era lá mesmo que ele deixaria os corpos desacordados dos Styles. James até poderia ser mal, mas jamais havia pensado em tirar a vida daqueles que cuidou por obrigação durantes anos, sua mente jamais o livraria da culpa se o fizesse.

Com os corpo já postos dentro da casa fedida e decaída, ele saiu e montou em seu automóvel para voltar a Paris e ser feliz como se nada tivesse acontecido.

Só agora ele havia percebido que perdeu suas botas enquanto caminhava pelas poças de lama, mas sequer voltou para buscar.

Seu sangue gelou ao ver dois militares caminhando em sua direção aramados e com uma cara nada amigável. O mais alto deles fez um sinal para que parasse a motocicleta e foi o que James fez.

- Sou Napoleão. - Disse o militar alto, magro e careca olhando no fundo dos olhos de James.

- Sou Lafayette. - Disse o outro militar baixinho, mais rechonchudo e com cabelos compridos olhando para os lado de maneira preguiçosa. - Nós ouvimos de alguns morados que um homem estranho passou por aqui com uma bagagem estranha, sabe de alguma coisa senhor?

- Q-Quem? Eu? - James se bateu mentalmente por gaguejar.

- Acho que sim. Napoleão te perguntei alguma coisa? - Eles se encararam cansados.

- Não meu velho amigo. Pois bem, sabe de algo? -James negou, não confiava em sua própria voz. - O que veio fazer aqui?

- E-Eu vim deixar uma encomenda de minha s-senhora para sua f-família. - Engoliu seco esperando que os militares acreditassem.

- E não sabe de nada? - Napoleão voltou a perguntar.

- Acho que vi um homem suspeito na linha do trem.

- Certo então, se algo estranho aparecer nos avise. - Disse Lafayette já andando para longe, mas parou ao ver os pés descalços do homem a sua frente. - Perdeu o calçado?

- Oh n- não, eu tenho...uh... Joanete. Isso! joanete, eu tenho muita e não posso colocar calçados sabe?

James sorriu da forma mais convincente que podia e viu os militares sorrirem.

- Espero que melhore senhor, boa viajem. - Disso o mais alto acompanhando o amigo para longe.

James suspirou de felicidade quando já estava longe o suficiente deles. Voltaria para Paris sem paradas para não causar nenhum estranhamento em pessoas enxeridas, se desse sorte, estaria em casa antes do amanhecer.

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