Capítulo 7

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Anne estava lendo um livro dentro de sua biblioteca para passar o tempo, desde que seu filho e seus netos desapareceram ela já não tinha mais ânimo para fazer nada. Sua saúde piorou drasticamente por causa disso e agora temia partir sem os vê-los uma última vez.

Sua leitura foi interrompida ao escutar risadas infantis no andar debaixo, afastou o livro para o seu colo e olhou em volta pensando ser algum tipo de alucinação. E então escutou de novo.

Ela se levantou rapidamente e saiu correndo da biblioteca para ir até seu quarto e pegar um roupão quente para se proteger do frio.

- James? James venha rápido. - Ela chamava pelo mordomo enquanto andava depressa pelos corredores. Desceu as escadas com pressa vendo o mordomo aparecer confuso. - Eles voltaram! Abra a porta para eles!

E então James abriu a grande porta de madeira branca enquanto ela corria para fora de casa para recebê-los.

- Harry? - Ela perguntou assim que saiu de casa. - Crianças? - Ela olhou para os lados confusa ao não avistar nada. - Cadê vocês? Você ouviu as risadas, não ouviu James?

- Não senhora. -James fingiu estar triste.

- Oh não adianta, deve ter sido outra alucinação. -Anne colocou a mão na testa e foi em direção as escadas. -Traga- me um pouco de chá, por favor.

-Sim madame. -James fechou a porta e correu para a cozinha para fazer o chá e poder se livrar dos quatro que estavam presos na dispensa.

🌲🌊

Enquanto Anne parecia desesperada pela suposta alucinação. As crianças tentavam escutar alguma coisa através da porta e acordar sua mãe, mas as tentativas foram falhas.

- Eu disse que era o James. -Thomas sorriu vitorioso por estar certo, mas ninguém viu por estarem no escuro.

- Ora, fique quieto Thomas. - Marie resmungou tentando se levantar, mas caindo todas as vezes.

Com um pouco de dificuldade Tom conseguiu soltar as amarras que prendiam suas mãos e se levantou para abrir uma fresta na da dispensa que dava exatamente para a cozinha. Avistou James preparando o chá favorito de sua avó com pressa e logo depois sumindo pelos corredores.

Tom fechou a porta e encarou os dois irmãos com seriedade.

- Eu vou procurar pelo Louis. - Decretou e sem esperar por uma resposta saiu de dentro da dispensa e fechou a porta novamente escutando os resmungos de seus irmãos.

Olhou para os lados apenas para se certificar de que estava sozinho e então correu até a porta de entrada, conseguiu sair sem fazer barulho e então correu para a rua.

Tom corria desesperado pelas ruas movimentadas, estava assutado com a quantidade de pessoas que passavam por ele e o ignoravam quando pedia por ajuda. Continuou o caminho que se lembrava ter feito quando estava vindo com Louis e sua mãe.

Saiu do bairro nobre e entrou naquele bairro solitário e um tanto abandonado, mesmo com medo ele seguiu em frente até parar no meio de uma encruzilhada cercada por prédios e casas abandonadas ou em muito mal estado. Se lembrava vagamente daquele lugar, mas não sabia para onde ir ao certo então decidiu seguir seus instintos.

Ouvia pessoas o chamando com palavras desconhecidas e algumas das quais sua mãe dizia ser feio dizer a alguém, mas jamais parou, continuou a andar até avistar a casa alta tão bem conhecida. Sorriu agradecido por finalmente ter chego lá tão rápido e seguro.

Correu o mais rápido que podia para dentro da casa e seguiu a voz de Niall no terceiro andar, podia ouvir claramente ele dando uma bronca em alguém por não ser inteligente o suficiente e ir conquistar a vida que queria. Parou na porta ofegante e viu Louis sentado num puff cabisbaixo brincando com um anel de rosa prateado que costumava ficar no dedo médio de sua mãe, Niall estava de frente para ele com as mãos na cintura e uma expressão indignada.

AristocatsOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz