Capítulo 05

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Na manhã seguinte Thomas me levou para casa em segurança, ele se deu ao trabalho de levar-me de volta e certificar-se de que eu estava bem. Logo que entrei encontrei minha irmã envolta da mesa com Henry, eles falavam sobre a manifestação em frente as fábricas e logo que me viram calaram-se. O silêncio reinou até que me aproximei da mesa, puxei uma cadeira e sentei-me. O clima não era bom, Charlotte estava me olhando com um olhar desapontado, assim como Henry.

___ Onde esteve? ___ questionou Charlotte.

___ Estava com o Shelby? ___ disparou Henry.

___ Sim. ___ olhei para ambos e suspirei. ___ Estava na companhia de Thomas Shelby.

___ Você está louca! ___ ela disparou irritada. ___ Esse inspetor vai caçar você e corta sua garganta.

___ Não posso mais ajuda sua irmã Charlotte, ___ Henry disse ao levantar. ___ ela se recusar a parar de andar com esses ciganos.

Henry levantou enfurecido, ele caminhou em direção a saída da casa partindo logo daí para seu trabalho. Minha irmã que não pensava com a própria cabeça, levantou de uma vez, encarou-me, balançou a cabeça em desaprovação e se retirou. O que eu poderia falar? Nada. Subi as escadas e me dirigi para o meu quarto, por sorte, tinha um banheiro em meu quarto onde eu pude lavar-me e trocar-me. Thomas havia me convidado a juntar-se a ele na corrida que aconteceria em outra cidade, iríamos em seu carro, ele foi muito atencioso em convidar-me. E apesar de odiar corridas, aceitei seu convite, soube que o Rei estaria por lá e eu adorava as grandes apresentações que essas festas geravam.

___ Srta. Barker. ___ disse Dolly ao entrar no quarto. ___ O senhor Shelby está aguardando você.

___ Obrigada Dolly.

Havia escolhido meu belo vestido salmão florido, era um vestido muito bonito, eu gostava verdadeiramente dele. Escovei meus cabelos deixando-os armados, passei uma maquiagem muito leve e coloquei um belo par de brincos brilhantes. Desci as escadas e dei de encontro com ele no jardim, Thomas jamais ousaria entrar na casa de minha irmã, sempre soube que não era bem vindo. Ele parecia ter pressa, caminhava de maneira rápida, entrou no seu carro e abriu a porta para mim, éramos nós dois e ninguém mais.

___ Você está muito bonita com esse vestido.

___ Obrigada.

___ Vamos.

Ele estava usando um terno cinza, sem gravata, com sapatos na cor preta, o cabelo estava arrumado, seu rosto parecia ótimo, apesar de alguns leve machucados. Ele dirigiu pela longa estrada até chegar a pista de corrida, logo na entrada era possível ver as prostitutas, algumas eram putas baratas, daquelas que costumam ficar na porta e estampar seu batom vermelho simbólico. Enquanto outras, sentavam na mesa e escreviam no seu calçado com um giz branco, elas deixavam seus sapatos soltos enquanto os balançavam, dessa maneira os homens conseguiam identifica-las.

___ Vamos. ___ Tommy segurou minha mão me guiando pela entrada até nossa mesa.

___ Tommy,

Disse uma mulher alta, com cabelos curtos na cor preta, olhos azuis, pele clara, ela não parecia uma prostituta, então, sentou-se a nossa mesa. Thomas a encarou dos pés a cabeça, então eu decidi olhar para ela como ele olhou, e apesar de mexer o pé o tempo todo, seu sapato não estava desamarrado.

___ Lizzie. ___ ele entregou para ela um giz branco. ___ Escreva.

___ Quem é ela? ___ questionou a mulher sobre minha presença.

___ Ela não é uma puta. ___ disse de maneira grosseira. ___ Irei até o outro lado, sabe o que tem que fazer, eu vou te buscar antes que aconteça.

___ Se não chegar a tempo eu te mato. ___ ela parecia incomodada. ___ Não é uma puta, mas ele vai te usar como uma, não é Tommy?___ falou enquanto escrevia.

OLHOS CIGANOS | Thomas ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora