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Zac enviou mensagem para Danna informando que havia terminado com Ketlen, mas ela não respondeu.

Danna passou dois dias em frente ao seu leptop, usando uma das salas do prédio de escritórios do pai, que era empresário do ramo de advocacia.

- Você seria uma belíssima advogada Dra Rolamback. Convenceria qualquer juiz com esse ar intelectual que você tem. Disse o James, da porta da sala, indo sentar à mesa que ela estava.

Danna estava de óculos de leitura. Cabelo preso, com a franja desfiada e uma Jaqueta preta por causa do frio. Ela sorriu para o pai e se recostou na cadeira presidente.

- Eu não sei como você aguenta trabalhar nesse lugar, pai. Isso aqui acaba com a criatividade de qualquer ser humano. Eu estava olhando e acho que deveria reformar. Colocar mais janelas de vidro, abrir a vista para fora. Tem um parque lindo aqui na frente, inspirador. Poderia tirar os nichos, as baias que as pessoas trabalham e deixar que elas se vejam, conversem, colaborem, sabe? Coloque cores, ilustrações nas paredes, plantas, pai... coisas simples.. plantas. Nossa, você vai ver como as coisas vão fluir melhor. Você já é um chefe muito legal, não tem muitas formalidades, as pessoas te adoram, mas, poderia tornar tudo menos formal.

- Já tínhamos conversado sobre isso, lembra? Temos um projeto, mas falta colocar em prática. Só que, também precisamos considerar nossos clientes. Eles vão levar a sério um escritório que mais parece um pub?

- Eu levaria hahaha. Pai, não precisa radicalizar. Só deixar agradável.

- E você está fazendo o quê trancada aqui nesse lugar "tão horrível" à 2 dias?

- Evitando ficar em casa. Eu estava surtando. Eu estou construindo meu portfólio. Estou enviando para as gravadoras e ver no que dá.  Ah, você teve retorno daquelas músicas que pedimos o registro?

- O Willian estava cuidando disso para mim. Vou pedir que ele venha aqui com você.

- Ótimo.

Danna percebeu seu pai lhe observando, com os braços cruzados e um leve sorriso.

- Que foi, pai?

- Venha! Ele a chamou para um abraço e ela foi, achando seu pai fofo.

- Ah, meu amor. Eu amo tanto você. É tão bom ver você se envolvendo novamente com as suas coisas, querendo retomar seu trabalho, dando opiniões que ninguém pediu hehe.

- Ai pai. Para! que eu vou chorar. Ela agarrou seu pai com mais força, fungou forte e levantou a vista para ele. – Não há outro jeito. O caminho é sempre para frente. Não há como voltar. Ficar parada só vai me afunda cada vez mais.

- Pai, a Iara mostrou meu antigo book fotográfico na agência dela e eles se interessaram. Mas, pediram para eu fazer um novo. Estou pensando em ir passar uns tempos em Nice, na França, com a Iara. Mesmo que não faça nenhum trabalho, mas pelo menos eu saio de Tulsa um pouco.

- Você disse que não ia mais modelar. Até descuidou um pouco do corpo.

- Parei porque cansei de ter que lidar com os ataques do Ike.  Mas, é uma maneira de pegar uma grana boa e rápido. Para fazer fotos meu corpinho ainda serve. Até emagreci nesses meses.

- Se você quiser, posso conseguir compradores para a casa que ele deixou pra você.

- Quero sim. A reforma terminou e eu nem fui mais lá. Não quero nunca mais entrar naquele lugar.

- Eu acho ótimo você viajar um pouco... Filha, eu não quero intervir na sua vida, mas, e o Zac?

- O que tem ele? Falou Danna, assustada voltando para sua mesa.

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