cap.15

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A lareira estalava deixando o ar meio reconfortante naquela sala, a luz iluminava alguns livros que estavam na estante, e clareava todo o local, Lucy entrou naquele cômodo com uma bandeja prateada em mãos e um rosto sério, os olhos escuros de Michael se encontraram com os da garota, a deusa que estava sentada a sua frente tinha os olhos pegados a todos os movimentos, como uma águia que estava sondando até dar o seu bote perfeito, Lucy pousou delicadamente a bandeja sobre a mesa e pousou duas xícaras, a primeira para a deusa e a segunda para Michael, ela pegou o bule de porcelana e começou a servir tendo o maior cuidado possível para não derramar na deusa.

- Já basta!- a mulher com sua voz grave falou e Lucy rapidamente começou a servir o seu senhor.

- Então, minha mãe me diga: qual o motivo de sua visita?

A mulher com os olhos sobre sua xícara, à pegou com a maior paciência do mundo, pegou a colher de ouro e mexeu seu chá com a maior paciência, ela levou a xícara delicadamente sobre os lábios, fechou os olhos e com um biquinho ela soprou o líquido quente fazendo a fumaça doce voar, logo em seguida ela deu um pequeno gole se deliciando com o líquido.
Michael voltou seus olhos para a lareira, era estranho a maneira como ele estava se sentindo, era como se de alguma forma ele estivesse voltado para os tempos de sua juventude, quando ele ficava sentado nos bosques do paraíso, brincando com as flores e com os bichinhos, mas quando ele olhava para sua mãe ela estava olhando para ele de uma forma estranha, quase implacável, indescritível, ele se sentia deslocado por naquela época não saber o que sua mãe queria dizer com aquele olhar, e ele estava se sentindo exatamente assim, desvendar sua mãe era um mistério que ele nunca soube decifrar.

-Temos muito o que conversar- a voz de sua mãe finalmente falou - mas por hora, quero me deliciar do meu chá.

Então o silêncio voltou com tudo, ele se lembrava de como o reino de sua mãe era iluminado e silencioso, o único som que possuía por lá era dos pássaros e dos galhos das árvores, e então quando ele veio para o reino não estranhou o silêncio, já que ele era o seu companheiro desde que se lembrará, então ele tinha a Lauren e amava escutar a voz dela, mesmo que fosse para falar coisas desagradáveis para ele.

-Porque este sorriso no rosto?- a deusa largou a xícara um pequeno baque no pires de porcelana.

-Nada- ele sacudiu a cabeça

- Recentemente tenho recebido alguns relatórios de coisas estranhas que vem acontecendo aqui e eu como rainha superior achei que tinha o direito de vir averiguar pessoalmente o que está acontecendo por aqui.

Michael ajeitou-se em sua cadeira pigarreando um pouco.

- e quais coisas estanhas a senhora veio averiguar?

- Os relatórios que chegaram até os meus ouvidos não me agradaram de maneira alguma- ela puxou uma mecha de seu cabelo e começou a alisar- chegou até mim boatos de que uma mortal está vivendo neste reino, isso procede?

Michael involuntariamente travou seu maxilar e apertou suas mãos uma na outra, seu olho correu pela mesa.

- Eu te fiz uma pergunta e exijo uma resposta.

Michael se encostou na cadeira fofa e olhou para sua mãe de soslaio.

- Anda colocando vigias no meu reino?

A rainha que estava alisando o cabelo parou por alguns minutos, ela sacudiu a cabeça e pegou a xícara.

- Sabe quando você era uma criança, eu me perguntava quais dons você teria para poder ajudar as pessoas da terra. Ver você assim me faz pensar o que eu fiz de errado para que você tenha me desobedecido.

A rainha bate a xícara na mesa e vira sua cabeça para ele que está com os olhos sobre a mesa.

-Acaso pensa que não sei que você não deixou aquela mortal em paz? O que se passou pela sua cabeça trazendo ela para cá?

Ghosts book IIOnde histórias criam vida. Descubra agora