Capítulo 1 - Estou no caso.

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      Não seria novidade dizer que hoje o meu dia foi resumido num grande nada. Nem sei como aguento ficar em uma sala abafada com um computador, pastas e papéis em branco o dia todo sem nada pra fazer.
       Aconteceu hoje como o habitual, o Jonathan bateu na porta e antes que eu responda ele abriu a porta devagar.

– Oi - cantarola

– Oi Jonny.

      Me levanto e tiro o casaco da farda amarrado em minha cintura, que serve muito bem pra esconder a minha calibre quarenta, repito, minha, o que significa que o Alan não pode tirar ele de mim.

– Quer ajuda?

– Não, mas obrigada.

      De qualquer forma está tudo pronto já que não mechi em nada, amarrei o cabelo num coque desajeitado e pego a mochila logo a colocando nas costas.

– Vamos?

– Vamos.

      Saímos da delegacia e caminhamos em total silêncio, o outro lado ruim de não acontecer nada é que ficamos sem assunto no fim do espediente.

– Eu fiquei sabendo do que rolou ontem.

– Hum?

– Não posso te deixar sozinha por um dia que você já arruma encrenca, ruivinha?

      Acabei rindo um pouco do comentário, Jonny e seu jeito descontraído de sempre.

– Mas me conta, o que aconteceu?

– O Alan me proibiu de pegar um caso.

– Aí.. logo o da Hannah?

– Conhece?

– Sim, sabe, achamos que ela é meio doida. O que ela te disse? Que estava sendo seguida por não sabe-se quem?

– É...

– Ela sempre vem com essa mas ninguém nunca viu nada, enfim, maluquinha.

– Hmm.

      Então por isso que ela estava tão apreensiva em me contar...

– Que foi?

– Nada.. só estava pensando.

– Em?

– Quem foi o fofoqueiro que te contou?

      Mudei de assunto ligeiramente, não seria bom contar algo que talvez só eu notei na Hannah, prefiro guardar essas coisas pra mim.

– Pra mim e a metade da delegacia? A Susan.

      Bufei, essa atendente fofoqueira de meia.. sinceramente.

– Hey, não fica assim.

      Ele passou o braço ao redor do meu ombro, se fosse uns dias atrás eu daria um murro nele por achar que ele estava se enxerindo pro meu lado.

– Logo aparece alguma coisa pra você perder tempo.

– Ei!

      Dei uma cotovelada de leve nele, o que o fez rir alto, mas me soltar? Nem pensar.

– Eu não passei por tanta coisa na academia pra ficar morfando numa sala vinte e quatro horas por dia.

      Eu estou quase fazendo um apelo pra APNY pra reconsiderar e me deixar em outro lugar, sei lá, eu iria até ao Texas.

– Ok ok, desculpe madame.

– Pois fique você sabendo que essa madame aqui, não perdoa.

– Assim eu fico magoado.

Investigação policial - Duskwood (Parada)Where stories live. Discover now