Capítulo 3 - Parceiros

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Pov Jake:

      Quando ela deu a bolinha ao cachorro dela eu achei melhor devolver a munição que retirei da arma. Quando dei alguns passos na direção dela a vi de levantar em alerta.

– Toma, isso é seu.

– Hã?

     Estendi aquele trequinho ao retirar do bolso do moletom, eu não seria louco de dar a ela a arma carregada, não sei do que ela é capaz então é melhor fica atento. E sim, foi um risco vir aqui enquanto eu poderia simplesmente convensar com ela de um jeito que estou acostumado, mas tinha a sensação que iria ficar difícil pro meu lado então decidi aparecer de uma vez, contanto que ela não saiba meu nome por enquanto tudo bem, se ela resolvesse puxar minha ficha .. eu estaria ferrado.

– E quanto ao armazenamento?

– Já está no seu computador.

      Eu daria o acesso a ela de um jeito ou de outro, até porque essa ruivinha não tinha escolha, iria me mandar o que conseguisse de qualquer modo.

– Obrigada... Eu acho.

      Minha vontade foi de rir mas me contentei em esboçar um sorriso pequeno.

– Não me agradeça ainda, você que terá que descriptocrafrar.

      Seu rosto mostra surpresa e incredulidade, bem, se ela fizer direito terá um pouco de sorte.

– Você está querendo me dar trabalho?

– Longe de mim, só quero ver o quanto está determinada.

     A ruiva a minha frente franziu a testa e reparei que ela não gostou nada disso.

– Não me olhe assim, se fizer direito, será rápido.

– E porque você mesmo não faz?

– Eu sou um cara bem ocupado.

      E você é uma mulher muito esquentadinha, tombei um pouco a cabeça pro lado e me aproximo mais.

– Não se preocupe, se tiver um pouco de tato vai ser moleza.

– É só isso? É assim que vai me ajudar a descriptocrafrar essa coisa? Nenhuma dica de como faço?

– Você vai saber se virar.

Pov Cris:

      Ele por acaso está me testando? Olha só essa carinha de anjo.. de anjo não tem nada, disso tenho certeza.
      Serrei os dentes e franzi a testa tentando detectar qualquer traço de zombaria vindo por parte dele, estava concentrada nisso, tanto que só notei que não peguei a minha munição quando a voz dele ecoou nos meus ouvidos.

– Se não quiser esse treco de volta é só dizer.

      Isso foi zombaria, certeza, só peguei e coloquei de volta na arma, eu o renderia por invadir minha casa desse jeito, realmente, mas depois dessa conversa percebi que temos.. "um trato". Ele se afastou um pouco e colocou as mãos de volta nos bolsos.

– Mas devo avisar, você pode até não gostar do que pode encontrar

      Absorvi bem aquela frase e logo pensei em algo como classificação X mas me conti em comentar.

– Bom.. se você encontrar algo na nuvem da Hannah, envie-o pra mim.

      Cruzei os braços realmente desacreditada, agora pronto, agora é ele que quer na mão? Pff...

– E por acaso você vai me mandar o que conseguir?

      Ele pareceu pensar no caso com sutileza, mas se bem que ele não teria escolha, eu estava prestes a incentivar pra que ele me desse uma resposta, mas assim que abri a boca fechei na hora.

– Os importantes, sim.

      Ele quer dizer, o que ele achar importante, ou o que eu vou realmente precisar?
      O homem ainda sem uma identidade pra mim suspirou e foi quando resolveu destacar mais uma coisa.

– Estamos correndo contra o tempo, por questão de segurança, não conte pra ninguém, fica entre você e eu.

– Tudo bem.

      Respondi sem ao menos notar, isso não foi meio impulsivo? Impulsivo até demais? Quando ele diz ninguém quer dizer ninguém, sequer ao Jonathan, que precisa saber já que o meti no meio disso. O Lucky brincava com sua bolinha como se fosse a coisa mais divertida do mundo, eu deixei a arma de lado, finalmente, mas não antes de deixá-la carregada.
      O telefone tocou no sofá e eu fiquei apreensiva de virar as costas para o indivíduo e acontecer sei lá, sou desconfiada demais pra isso e é oque me manteve alerta.

– Não vai atender?

      Hm.. é isso que você quer? Que eu me vire atenda enquanto você está aqui? Nem...

– Pode ser algo importante.

      Pra ligar a essa hora... Só por um segundo abaixei a guarda e fui pegar o celular com o pensando de que se ele quisesse já teria feito alguma coisa há muito tempo. Achei que fosse meu pai mas visto o horário ele já deve estar dormindo.
      Quando dei uma olhada fiquei surpresa em ver que era o Jonathan me ligando.

– Alô?

      Quando virei de volta pro indivíduo desconhecido ele não estava mais lá... Olhei pelo cômodo inteiro e só vi a janela aberta. "Dica bônus, tranque a janela".

– Hm..

– Cris? Está ouvindo?

– Ah, desculpe. O que dizia?

– Eu só queria pedir desculpas por sair daquele jeito, teve muito trabalho?

– Na verdade não, o que foi que aconteceu em Coville?

      Fui até a janela ainda com o celular no ouvido e tranquei a mesma. Bem, pelo menos pela janela ele não entra mais.

– No fim era só uma perseguição por não parar o veículo.

       Resmunguei algo inaudível enquanto voltava pro sofá, minha cabeça estava em outro lugar, devo reconhecer que esse hacker realmente me deixou intrigada. Por que ele me daria esse tipo de vantagem? Ele deveria ser um suspeito, mas um culpado faria algo assim? Ajudaria?

– Confesso que prefiriria ter ficado e investigado com você, descobriu alguma coisa?

– Ainda estou na mesma.

      O que não é mentira, ainda não cheguei a descriptocrafrar essa nuvem, só espero não encontrar algo... Enfim. Mas, principalmente, espero não me arrepender de ter feito essa "parceria".

– Prometo que vou tentar te ajudar amanhã se não tiver mais imprevistos.

– Acredito em você, talvez se o Alan colaborar.

      Parece que adivinha quando estamos fazendo alguma coisa, mas enfim...
      O Lucky rolou no chão se divertindo a bessa, acho que realmente não o afetou .. Hm

– Me diz uma coisa.

– Hum?

– Porque estava tão destraida agora a pouco? Aconteceu alguma coisa?

– ... Na verdade só estou um pouco cansada.

      Eu vou primeiramente estudar esse cara antes de falar alguma coisa pro Jonathan, não sei o que aconteceria se eu contar agora. Quando ele disse ninguém, eu levei a sério.

– Oh, então melhor você ir dormir, desculpe se te acordei.

– Tudo bem, não acordou.

      Sorri um pouco mesmo ele não podendo me ver, me sinto até culpada em mentir pra ele e esconder algo do tipo, mas vamos ver como as coisas correm.

– Boa noite, ruivinha.

– Boa noite Jonny.

      Encerramos a ligação e eu continuei olhando pro lugar onde aquela pessoa estava antes. Logo realmente fui guardar a arma num lugar mais seguro depois de jogar aquela carne que sobrou no lixo, e pensar que foi só pra conversar, só o tempo dirá se aceitar o fato de sermos parceiros agora, espero não me arrepender disso mais pra frente... Espero.

Investigação policial - Duskwood (Parada)Where stories live. Discover now