Capítulo 7 - Agora é pra valer

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       Depois de um tempo o Anônimo até consegue me "convencer" com a mera explicação de que ele estava saindo do esconderijo por medo, mas por um lado não acho que seja bem assim, pra mim aquilo soou como se... Ele estivesse jogando comigo, quase como se eu fosse um passa-tempo divertido e eu não vou levar essa numa boa.
      E cá estava eu, no sofá, olhando pra tela da televisão desligada e com o celular na mão como se esperasse um sinal, do que nem eu mesmo sei, mas o sinal pra qualquer coisa... Abaixei o olhar quando senti o celular vibrar e só pela barra de notificação percebo que era o meu sinal.

{‽‽‽}: Trancar tudo foi uma ótima jogada.
{‽‽‽}: Será que você terá sorte na próxima rodada?

      Apertei o aparelho com tamanha força que meus dedos ficaram brancos e franzi a testa significativamente. Nem tive tempo de olhar pra cima.

{‽‽‽}: Mas seria entendiante se você ganhasse o tempo todo, certo?
{‽‽‽}: Espero que saiba jogar.

Miserável..

      Olhei pra janela e não havia ninguém ali, mas tenho certeza que ele ainda está me observando, com certa raiva nos olhos subi pelas escadas com o coração a mil, eu posso ter uma pontada de medo, não posso? Nunca tinha passado por algo parecido e honestamente, estou ponderando se isso é ruim ou péssimo.

[ . . . ]

      Mais tarde, na mesma noite, eu não consegui fechar os olhos, até o Lucky parecia tomar minhas dores já que me olhava como se tivesse caído do caminhão da mudança..
      Suspirei pensando no quão tranquilo aquela pessoa parecia nas mensagens, ele não parece com medo que eu o pegue, não estava levando isso a sério, não estava ME levando a sério.
      Quando caio nessa realidade eu me levantei como se tivesse levado um choque, fui até a janela do quarto e olhei pelas frestas das cortinas, por fim eu decidi. Hora de levar tudo isso mais a sério do que eu levo. Acendi as luzes e parti pra pegar as imagens que até agora eu tinha conseguido, algumas coisas para que eu pudesse prendê-las em algum lugar. No final de tudo achei poucas tachinhas, não era o suficiente mas eu improvisei, fita adesiva não cai mal mesmo sendo um quadro cortiça.

– Se você quer jogar, vamos jogar, mas não se arrependa depois.

      Falei mais pra dentro do que pra fora olhando pro quadro que acabei de elaborar, está longe de parecer com aquelas séries policiais que eu assistia o tempo todo, mas eu posso chegar perto disso, falta alguns elementos. Se esse cara acha que vou ficar pra trás está enganado, antes eu estava até sendo boazinha, mas agora é pra valer.

[ . . . ]

Pov Jake:

      Na noite passada eu não consegui tirar aquela conversa da cabeça, estava claro que ele estava a ameaçando e ao meu ver parecia algo vazio mas visto ao que aconteceu... Temo que terei que vigiar de forma redobrada. E o pior que essa pessoa é imprevisível, não sabemos os "modos de jogo" dela ou o que ela tem em mente é um beco sem saída e o único jeito é realmente jogar e entrar de cabeça, uma coisa é certa, eu quero encontrar minha irmã e aquela policial vai me ajudar com isso.

– Está no mundo da lua?

– Hm?

– Estou falando contigo faz quase vinte minutos e você continua olhando pra sabe Deus onde.

– Não enche.

– Parece que você não dormiu.

– E desde quando eu durmo?

Investigação policial - Duskwood (Parada)Where stories live. Discover now