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João Miguel levantou-se da cama e foi para perto da janela. Ele abriu as cortinas e ficou olhando lá pra fora, observando o jardim em que gostava de brincar. Enxergou sua bola de futebol, debaixo do banco do jardim e lembrou-se que seu pai costumava brincar com ele com aquela bola. Suspirou de melancolia e olhou em volta de seu quarto e se viu preso ali, sem ter o direito de ao menos ver sua mãe.

Ele colocou a mão direita no vidro da janela, mas de repente, um grito soou atrás dele, o chamando pelo nome. Ao virar-se para trás, vê seu pai indo em sua direção.

- Não podes ficar aí! Já não havia te dito isso antes?!

- Eu só queria olhar lá pra fora. - O garoto respondeu de maneira triste.

- Tu estás de castigo! - Fecha as cortinas - Não podes sair para fora e nem ao menos aparecer na janela!

- Por quê? - Seus olhos lacrimejavam.

Christopher, emocionado, lhe responde:

- Eres mui pequeno para entender isso agora. Mas um dia, irás entender o porquê de tudo isso.

- Minha mãe fez algo de errado?

Christopher apenas balançou a cabeça em sinal de positivo e saiu do quarto, trancando a porta.

Ele desceu para a cozinha e tentava conter as lágrimas, mas foi em vão. Viu as fotos em família nas molduras, em cima da estante e tocou-a. Eles pareciam uma família feliz.

- Por que fizestes isso? - Disse, olhando para a imagem de Lúcia a sorrir.

Não suportanto a raiva, gruniu e jogou a moldura no chão, quebrando-a.

Ele caminhou em direção ao sofá e sentou-se nele, com as mãos na cabeça.

Ouviu um miado e viu que era Floquinho, o gato de estimação de Lúcia.

Ele nunca gostou daquele bicho e por isso, daria um fim nele.

O colocou em uma caixa de papelão e o levou de carro para bem longe e o abandonou, indo embora em seguida, sem se importar com o que poderia acontecer com o pobre gato. Por sorte, uma senhora ia passando pela estrada e encontra-o.

- Coitadinho... Venha, vou te levar para casa. Farás companhia para meus outros quinze gatos... - Disse o levando nos braços.

Mais tarde, Cristopher levou um prato de sopa de legumes para Lúcia, pois ele não havia levado seu almoço nesse dia, já que estava com raiva dela.

Lúcia estava sentada no chão e ele deixou o prato, próximo à ela.

- Não quero comer nada. - Ela disse com raiva, virando-se para a parede.

- Deverias me agradecer por eu ter te trazido isto para não morreres de fome!

- Se isso acontecer, uma hora ou outra irão descobrir o seu crime e tu irás para a cadeia e ficarás lá por muito tempo! Nunca mais sairás de lá!

- É melhor te comportares!

- Se não, o quê?! - Levanta-se e o encara de frente.

- Teu filho irá pagar por tua desobediência.

- Não ouse tocar nele. - Lúcia disse firme.

- Não me aborreças e ele ficará bem. Então... - Apertou o queixo dela - Coma tudo o que está no prato. Ouviu bem? Já estás ficando amarela e feia! - A joga no chão e vai embora.

Lúcia espera ele sair para poder comer a sopa, pois estava com muita fome.

À noite, Joaquim sonhava com Lúcia. No sonho, que mais parecia um pesadelo, Cristopher parecia que iria bater nela e a mesma gritava por socorro, dizendo:

Reencontro [Livro 2]On viuen les histories. Descobreix ara