— Senhor Charlie? - Katrina arriscou. - Se o senhor desejar, pode encerrar a visita.
A criança não queria isto. Não queria ter que sair daquele pequeno universo, mas sabia que as coisas não iam bem. Charlie tinha travado no lugar, como se a alma tivesse feito uma pausa para o almoço e não colocou hora para voltar. O herdeiro movimentava as sobrancelhas, talvez preso em milhões de questionamentos que o fazia ignorar todo o mundo que o cercava.
— Senhor? - A criança tentou de novo.
Willy Wonka simplesmente seguiu caminho, deixando apenas o alerta de que voltaria a encontrá-los em alguns minutos. Ele não parecia ter mentido, mas Charlie ainda se incomodava com o anúncio. O que Willy Wonka estava lhe escondendo?
— Senhor Wonka? - O pai de Juanito também tentou.
Mas como Charlie poderia ajudar ao chocolateiro, se ele ainda não tinha confiança no mais novo? Como poderia acalmá-lo e ajudar com alguma solução se o maldito chocolateiro lhe ocultava o problema da fábrica? E o que mais ele lhe esconderia? Conhecer a sala que contem toda a estrutura da fábrica fora a coisa mais incrível que Charlie já tinha feito, mas sabia que demonstrar sua fascinação aumentaria o ego de Willy e não estava na hora de o fazê-lo. Willy ainda não precisava dos icentívos.
— Será que ele não está escutando? - O Pai de Allan Hoowsty questionou enquanto coçava a cabeça.
— O que está acontecendo, mamãe? - Alice questionou com a voz chorosa.
"Willy" a mente de Charlie sussurrou com pesar. O chocolateiro ainda não confiava no herdeiro. E o herdeiro conhecia o chocolateiro tão bem quanto o próprio criador da fábrica."Por que não me deixa... Outch!"
— Outch! - Charlie gritou.
O ombro latejava com fúria como se tivesse sido atacado por algo extremamente forte e o cérebro largou a preocupação com Willy para entender o que tinha lhe atacado. Olhando para a direita, de onde o golpe deveria ter saído, Charlie contemplou os visitantes. As crianças pareciam preocupadas e alguns pais estavam com muita raiva em seus rostos maduros e vividos.
Massageando o punho, a mãe de Katrina Vonsquer sorria pelo sucesso de seu soco bem-dado. Charlie parecia desnorteado, como se, e isto quase aconteceu, estivesse esquecido que tinha um grupo de dez pessoas para guiar pela fábrica ou liberar da visita mal sucedida.
A sra. Vonsquer sacudiu o pulso duas vezes e cruzou os braços, aguardando o momento exato em que o garoto abriria a boca para questionar o que diabos tinha acontecido.
— Seu mimadinho! - Ela repreendeu quando Charlie agiu conforme mandava o script em sua mente.
— Mãe! - Katrina gemeu em vergonha.
— O que? - Charlie questionou enquanto Katrina gemia.
"Que ultraje!" pensou.
— É isto mesmo! - Continuou a senhora Vonsquer. - Estamos aqui, parados nesta magnífica fábrica, esperando você decidir se vai nos liberar da visita ou continuar a alegrar nossos dias.
— Desculpe-me se Willy resolveu agir estranho! - Replicou o herdeiro. O rosto queimando pela ira e se avermelhando como anuncio.
— Senhor - Allan ergueu a mão enquanto falava - Que eu me lembre, o senhor também é dono da fábrica.
Escutar Allan falando com tamanha timidez, causou em Charlie a vergonha máxima que um adulto poderia sentir. Era a mesma sensação de ser repreendido por uma criança de cinco anos, quando se é pego jogando um papel de bala pela janela e um ônibus lotado.
![](https://img.wattpad.com/cover/34105110-288-k631705.jpg)
YOU ARE READING
A Fantástica Fábrica é invadida.
FanfictionWilly Wonka pode ser estabanado, maluco, sádico, excêntrico ou qualquer adjetivo que o caracterize como uma criança narcisista e maluca. Mas, mesmo ele sendo uma grande criança narcista e maluca, ele sabe cada coisa que acontece em sua amada fábrica...