| 05 - Chamas que ardem |

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"Se eu pudesse, eu gostaria de perguntar
Por que você fez o que fez, por que você se livrou de mim? Eu ainda orbito ao seu redor
sem se quer ter um nome. Nosso adeus foi tão incolor, as cores que nunca mudarão."
134340 - BTS

<Quantidade de letras: 12.>

#ComoFumaça

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#ComoFumaça

Jimin fitou a imensidão verde iluminada pelo tom alaranjado do sol daquela manhã quente apoiado na mureta da sacada de seu quarto no terceiro andar da mansão concedida a eles para estadia pelos Yamazaki.

Já havia vindo até lá diversas vezes no último ano, mas não conseguia sentir o mesmo de antes, o de quando estava apenas começando no submundo e conseguia desligar-se um pouco da realidade ao observar aquela vista. O jardim verde e os céus em um tom de azul pastel que o fizeram suspirar diversas vezes, como se a paisagem conseguisse relaxar sua mente e descansar seu corpo enquanto os olhos do Park moviam-se lentamente pela extensão do terreno até o seu limite ao norte, na entrada vigiada por seguranças.

No entanto, mesmo que ainda gostasse dali, a beleza daquele lugar havia perdido a maior parte do brilho para si. Ainda conseguia se sentir mais calmo, mas o ócio do ofício pelo qual trabalhava não deixava com que permanecesse muito tempo alheio ao que precisa ser feito e a tudo que deveria fazer para conseguir. Manipulações, mentiras, mortes e ameaças. Essas eram a base dos negociantes de qualquer família da máfia. Seu poder era baseada na perspicácia e inteligência, a maior parte do plano dependendo de movimentos que ele mesmo precisava planejar e realizar a qualquer custo.

Jimin suspirou audível e, cerrando os olhos de leve, tirou a atenção do jardim imenso e a levou até a mãe direita, abrindo a palma e deixando-se encarar a longa linha de corte já cicatrizada sobre a derme.

Respirou fundo ao que a sensação que ainda reverberava por seus ossos repercutia ainda mais vividamente em sua mente.

A mão de Jungkook apertando a sua, a expressão séria ao que encontrou a cicatriz.

Jimin maneou a cabeça, alongamento o pescoço e cerrando o maxilar ao que mandava-se permanecer calmo, mandava-se esquecer o formigamento que ainda sentia sobre a palma e se estendia pelos dedos, mandava-se permanecer alheio e ignorante ao que sentia, o incômodo enorme que se instalara em seu peito como uma dor latejante.

E eles estavam ali. Todos eles.

Todos que havia pensado nunca mais precisar encarar frente a frente estavam a apenas uma porta e escada de distância.

E Jimin não se sentiu confortável, mas sim em um campo de guerra onde a qualquer momento poderia vir algo que pudesse destruí-lo mais uma vez.

Teve medo do que poderia mudar e Jimin havia aprendido da forma mais dolorosa possível que não gostava de mudanças, não gostava de não saber o que o esperava do lado de fora e não gostava de se sentir vulnerável mesmo que conseguisse permanecer gélido e conciso com eles, falando apenas o que precisa ser dito e não dando importância alguma ao que eles significavam para si e para seu grupo.

TARGET FOUNDWhere stories live. Discover now