EM ANDAMENTO | Versão fanfiction | Livro 2 - Jikook; Máfia; +18
Três anos depois de desvendar todas as mentiras que o cercavam, Park Jimin se tornou alguém que ninguém nunca esperou ver no antigo loiro de sorriso gentil e choro fácil. A inocência e...
"De qualquer maneira. Quero sair para qualquer direção. Não tem jeito. Esse quarto é tudo que tenho. Então, bem aqui. Com meu mundo. Vou mudar tudo. Sim." Fly To My Room — BTS
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#ComoFumaça
Jimin ergueu o queixo, apoiado na parede do galpão de tiro enquanto avaliava a menor se locomover com maestria ao desviar dos golpes de Dominic. Jina poderia estar mais esperta e ágil depois do treinamento com Saul, mas continuava em certa desvantagem.
O Park serrou os lábios, movendo os lumes em direção aos pés da Kim, que se dispunham vagarosamente espaçados, já com manha. Em seguida, focou a atenção na cabeça da mais nova, que continuava levemente abaixava, a franja encobrindo de leve os olhos que detinham certo brilho impaciente, e entreabriu os lábios pronto para gritar mais uma vez, para ser seco e grosso como deveria ser. Para provocar e ver se Jina tinha resistência o suficiente para se controlar.
Para avaliá-la e ver se ainda era digna de ser sua aprendiz como ele mesmo treinou e provou valer de algo para Yoona.
E a de cabelos vermelhos não facilitou nem uma gota de sangue; Jimin faria o mesmo com Jina.
Eles não teriam dó dela no teste final.
― 'Tá com medo de apanhar, Jina?! Não aprendeu nada com Saul por acaso? ― gritou para ela com a voz dura, sem piedade ― Levanta a merda da cabeça, caralho! Se 'tá com medo de apanhar, desiste, porra! Não me faz perder meu tempo com você se você não vale merda nenhuma!
Jina fez o que lhe fora mandado e levantou a cabeça, encarando Dominic nos olhos, este que a encarava com as sobrancelhas erguidas, parecendo duvidar de sua capacidade de derrubá-lo. E realmente, em todo aquele tempo desde que Jina entrou na equipe, nunca conseguiu tal artimanha. Dominic sempre a derrubou, sempre a fazia cair, tropeçar nos próprios pés e cambalear até bater contra a parede. Ou às vezes até mesmo, conseguia domínio sobre os pulsos da menor, segurando a ambos com apenas uma das mãos com força suficiente para que Jina não conseguisse mover os braços.
Mas tudo por um motivo.
Era dever do Hwan ensiná-la a sentir dor, a suprir seus gritos, a sangrar até que tudo que visse fossem a cor púrpura do sangue.
E a de Jimin treinar a mais nova a temer o inimigo, a prever golpes e supor artimanhas. Levá-la ao limite mental e fazê-la aguentar mesmo que seu corpo sucumbisse até que não restasse nenhum movimento que não irradiasse dor por seus músculos.
E era obrigação de Jina aprender sendo constantemente ameaçada, duvidada de sua capacidade e machucada, torturada de uma forma que não morresse, mas de uma maneira que tivesse de resistir mentalmente para que não caisse no chão e saísse rastejando até o canto, implorando por sua mãe, para voltar para casa.
Mas não havia mais casa para qual voltar.
E essa era uma das lições que Saul lhe ensinou. Entender que o mundo em que viviam não era o mundo de leis justas, onde havia uma Constituição e Direitos Humanos que defenderiam sua vida e seu corpo. Onde poderia correr até a polícia e sua vida seria salva e protegida.
